Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje recentemente esteve no "A Grande Conquista" e aceitou vir compartilhar um pouco dessa experiência e de suas histórias de vida, vem conhecer um pouco mais do querido Tácito Cury.
Bruna Jones: Você possui uma vasta experiência de estudo e trabalho pelo mundo, e hoje você é presidente de empresas privadas de educação, entre outras funções, mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar lá no começo. Como foi para você ainda muito jovem ter se mudado para NY e ter que lidar com toda a diferença cultural entre os dois países?
Tácito Cury: Sim, eu já estive em mais de 150 países e eu tenho seis mestrados, hoje sou presidente de uma empresa privada de educação que fundei após o 11 de setembro. Confesso que não foi fácil me mudar para os Estados Unidos ainda aos 17 anos, foi um divisor de águas. Eu venho da periferia de São Paulo onde os recursos são limitados e sonhos ilimitados, eu nunca tinha andado de avião naquela época, nunca tinha saído de São Paulo e de repente me encontro dentro de um avião indo para NY completamente sozinho emancipado. Eu sou uma pessoa que o diferente, o novo, o desconhecido me excita, me provoca e me atiça, então eu não tenho medo, eu fico bem empolgado e sou audacioso, eu até queria ter medo, mas não tenho, rs... Então eu fui para os Estados Unidos, conhecendo muito pouco a cultura americana, fazendo uma imersão lá dentro mesmo do idioma e da cultura, fui com o inglês muito básico e acabei aprendendo por osmose, na força do ódio, digamos assim, rs... Eu cheguei numa época de muito frio também, 18 de dezembro, muito frio, a neve é linda, mas quando tem que limpar as calçadas, andar na neve, encher o sapato de neve, não é fácil, ela é só bonita quando você está num resort indo esquiar, mas no dia a dia é bem difícil. Eu sempre gostei de pessoas internacionais, sempre gostei da internacionalização de pessoas de outros países, a minha coleção que eu tinha desde criança e que tenho até hoje, é de moedas internacionais. Sempre que eu encontrava um estrangeiro, eu trocava moedas com eles para poder guardar e ter essa inspiração. Então, assim... Quem converte não se diverte, em questão de adaptação e no começo a gente sempre compara muito com o Brasil, mas o Brasil tem coisas maravilhosas assim como coisas não tão boas, assim como nos Estados Unidos, nós precisamos entender que é outra cultura, outros hábitos... É preciso ver o que é melhor pra você, se pra mim é melhor ser assim então vou ser assim, se me sinto melhor, se é a minha felicidade, isso é o mais importante. Eu nos Estados Unidos entendi o verdadeiro significado da oportunidade, eu tive diversas e eles não queriam saber como eu era, de onde eu era, que cor eu era, o que eu fazia, só queriam saber se eu conseguia entregar o resultado final, isso foi uma diferença cultural maravilhosa, enquanto que aqui a gente luta para ter grandes conquistas que para eles são consideradas pequenas, mas temos um lado humano maravilhoso e lindo que gosto bastante, então aprendi a lidar com esses mundos diferentes e lá ainda é muito mais complexo e misturado, aqui a nossa cultura é muito homogênea, lá é americano/chinês, americano/brasileiro, americano/italiano, algumas categorias dentro da cultura, mas eu consegui me dar bem, pois evitando as comparações eu fui entendendo e lidando, aceitando e indo pra frente com a minha mudança.
Bruna Jones: Inclusive no período em que você esteve nos Estados Unidos, você chegou a trabalhar em um dos prédios atingidos pelos ataques de 11 de setembro e anos depois, você esteve no grande incêndio que atingiu a catedral Notre Dame, em Paris. Olhando agora para esses grandes eventos dos quais você sobreviveu, como você se sente em relação a eles?
Tácito Cury: Sim, eu trabalhei lá e já morava a mais de três anos nos Estados Unidos naquela época, trabalhava dos oito até as cinco da tarde, o que era um sonho pra mim e digo que muita gente não valoriza o que tem, não valoriza esse trabalho de escritório simples de segunda a sexta e esse era o meu maior sonho, e quando consegui foi por coincidência no World Trade Center, fui trabalhar dois dias da semana em uma escola, estava cansado do trabalho braçal de restaurante, que era o que eu fazia quando cheguei no país. Naquele dia eu estava chegando com a minha máquina fotográfica, pois tinha ido no final de semana com os alunos conhecer as Cataratas do Iguaçu, estava trabalhando criando conteúdo quando isso aconteceu, saindo do metro quando a primeira torre foi atingida, eu subi e percebi, ai desci e liguei pro meu pai quando percebi a segunda torre sendo atingida. E isso foi um divisor de águas na minha vida, foi através disso que acabei perdendo o meu trabalho e fui obrigado a empreender, pois não tive nenhuma oportunidade de trabalho, criei a minha própria empresa que tenho até hoje e passando por isso, me reerguendo, comecei a colocar algumas metas na minha vida e uma delas era conhecer a Ásia, uma delas foi conhecer a Tailândia, onde acontece aquele tsunami que eu acabei vivenciando também. Então, foi o onze de setembro, foi o tsunami e mais recentemente a catedral de Notre Dame, então assim, quando passo por esses atentados eu tenho em mente que "o que não te mata te fortalece", eles me dão muita força para continuar, pois tive essa segunda oportunidade, terceira, quarta chance e dar graças a Deus que tudo o que estou fazendo está certo, tem que ser continuado e me dá forças tudo isso. Eu tenho tudo para desanimar, muita coisa ruim acontece comigo, claro que coisas boas também, mas muito inesperadas acontecem... Não sei se vocês ficaram sabendo, mas alguns dias atrás, meu escritório de Paris explodiu, é um lugar onde tenho a minha sala e organizo o meu curso tem doze anos, então assim... São coisas que fazem as pessoas desanimar e desistir, mas eu fico firme e forte, essas coisas vão me fortalecendo.
Bruna Jones: Depois de estudar artes cênicas, você passou a estudar em outras áreas voltadas para educação e relações públicas, o que inspirou essa mudança?
Tácito Cury: Eu fui para os Estados Unidos com três objetivos, aprender inglês, tirar o meu DRT e comprar um carro, eu realizei os três objetivos graças a Deus. Naquela época eu não tinha 18 anos e não podia estudar artes cênicas na USP e estudar no Brasil era muito caro, o mesmo para o inglês e eu não tinha condições pra isso, então fui para os Estados Unidos conseguir comprar um carro e aprender inglês, fazer as aulas de teatro e tudo mais, esse foi o meu motivo de mudar de país. Chegando nos Estados Unidos eu começo a estudar nas melhores escolas, foi bem difícil, eu falava um portunhol, gravava tudo e tinha que transcrever, pedir ajuda, era bem difícil entender aquelas mensagens, as aulas e tudo mais, mas eu superei, passei por isso e dei a volta por cima. Consegui me formar nas melhores escolas de dramaturgia e cinema dos Estados Unidos como a The Acting Studios Inc; Stella Adler Academy of Acting, Lee Strasberg Theatre & Film Institute, depois eu vim para o Brasil onde fiz meu teste de banca e tiro o meu DRT. Só que em todo lugar do mundo para trabalhar nessa carreira é preciso ter conhecidos e padrinhos, mas estando lá nos Estados Unidos, eu precisava de dinheiro, precisava sobreviver e era muito difícil correr atrás de um sonho quando estava com dificuldades para comer e pagar o aluguel, por exemplo. Coloquei de lado um pouco esse meu sonho, mas não desisto, deixei de lado um pouco e foquei no lado corporativo. Nova Iorque é uma cidade mágica, que se movimenta tanto... É um agito de pessoas ganhando, buzinas, você vê aquela cidade efervescente... Isso me instigou muito em trabalhar lá, comecei a trabalhar e ganhar bem, começar a viajar de primeira classe, me dar outras realizações... Hoje depois de alguns anos, acredito que posso retomar essa carreira na artes cênicas, pois já me sinto realizado com as outras conquistas que tive. Acredito que todo artista tem que ter um plano B, tem quem discorde e diga que é preciso se jogar, e isso funciona se você tiver uma família por trás dando apoio, o que não foi o meu caso, então eu tive que ter um plano B para poder me manter até as coisas darem certo e esse é um conselho que eu passo adiante para as pessoas.
Bruna Jones: Com todo o seu currículo profissional, por quantos países vocês já teve a oportunidade de se aprofundar melhor na cultura e qual foi o melhor? Tem algum local que você ainda não esteve e que gostaria de visitar ainda?
Tácito Cury: Então, eu já estive em mais de 150 países e realmente, estar em todos esses lugares é uma avalanche de informações e é complicado absorver todo o tipo de cultura e conhecimento, mas como você me questiona quais eu aprofundei melhor, então vou falar os países que morei e tive uma cédula de identificação por ser lugares que fiquei mais tempo. Foi os Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra e Colômbia. Sobre locais que ainda não estive e gostaria de ir, eu estou procurando os lugares mais exóticos no momento, que são fora do padrão. Eu tenho uma listinha de países e lugares, eu queria conhecer Madagascar, o Atacama, o Deserto do Sal na Bolívia, a Guatemala, Aspen nos Estados Unidos, Capri na Itália... São alguns lugares bem pontuais, pois os lugares que eu realmente queria conhecer eu já conheço e adoro de verdade.
Bruna Jones: Este ano você acabou resolvendo participar do reality show "A Grande Conquista" da Record, o que pegou bastante gente de surpresa devido ao seu histórico profissional. O que te motivou a aceitar esse desafio?
Tácito Cury: Aqui no Brasil a gente entendeu que reality show é uma exposição muito forte e importante, eu decidi entrar no programa por realmente querer ganhar o um milhão, principalmente pelo fato de eu ter perdido um milhão em um golpe de boa noite Cinderela que me deram, então obviamente eu gostaria de ganhar o prêmio para recuperar a perda, rs... E assim, eu não sou um cara de reality, é um mundo completamente a parte do meu mundo, alguns anos atrás quando essa moda começou, eu dizia que nunca teria coragem e agora me deu vontade de mudar, pois vejo que outras oportunidades e portas se abrem hoje em dia após a participação em um reality show, acredito que essa exposição, essa exibição, pode me ajudar em todos os meus projetos e é por isso que eu quero participar, quero que conheçam o meu legado e meus projetos, pois tenho certeza que se conhecerem eles, eu vou conseguir ajudar outras pessoas e se eu fizer isso através de um reality vou acertar em cheio na questão de divulgação e exposição, foi por isso que decidi participar do programa e foi um grande desafio em passar fome e frio.
Bruna Jones: Aliás, em algum momento você não imaginou ou teve receios de que o programa poderia acabar interferindo de maneira direta na sua vida profissional aqui fora? Tendo em mente que o programa não é exibido na integra e a edição tende a narrar uma história contada pela própria emissora.
Tácito Cury: Eu entrei no programa sem fazer personagem, sendo eu mesmo, mas na próxima vez que eu participar de um reality, terei que ir com um personagem. Eu tenho muitas conquistas na minha vida sendo uma pessoa do bem e foi o que me motivou a participar do programa, acreditei que sendo eu, na integra, eu poderia ter tido essa "Grande Conquista". Eu acho que essa interferência na minha vida poderia ter acontecido se eu tivesse feito um personagem, o que pode acontecer em uma possível nova participação... Mas como estava sendo eu mesmo, de forma alguma teve essa interferência. Mas não tive em mente que o programa não era exibido na integra, como foi o primeiro formato, achei que o público poderia ver todas as casas e ambientes, o que não aconteceu... Eu não pensei nisso no momento, então não me preocupei. De fato nem tudo e nem todos os âmbitos de começo, meio e fim passam pois era muita gente. Mas é um medo que não sofri, como fui inteiramente eu não tinha motivos para me preocupar com cancelamento e nem nada disso.
Bruna Jones: Em um reality show "comum" são confinadas normalmente cerca de 20 pessoas e a convivência já costuma ser complicada, imagino que a situação de estar confinado com outras 69 seja ainda mais difícil. Como foi para você a experiência ao longo dos dias que esteve no programa?
Tácito Cury: É muito difícil estar com 69 pessoas de personalidades diferentes, pessoas que não tem preparo para estar lá dentro, que não sabem como conviver com outras pessoas... Eu gosto de pessoas, só que ali você tinha pessoas e personagens, então você não sabia em que momento a pessoa estava sendo ela e quando estava sendo personagem, isso foi muito difícil, e eu também não conhecia muitas pessoas de fora do programa igual alguns já se conheciam, eu era muito anônimo e muito desconectado de qualquer pessoa que tinha ali. Eu tenho seis mestrados e uma dessas formações é relações internacionais e diplomacia e a sabedoria disso é a negociação, é trazer a paz, tentei aplicar esse conhecimento lá dentro, mas é tudo em vão, tinha muita agressão e ofensa... A gente tinha um ex-presidiário que era agressivo, ofensivo, xenofóbico, gordofobico... Eu acho que quando a pessoa diz que é sem filtro, na verdade ela é descontrolada. A pessoa controlada sabe quando parar e onde acaba o espaço dela e começa o do outro, a pessoa sem filtro não tem essa noção e nem inteligência emocional, era chocante ver o comportamento. Ainda assim tentei conviver e respeitar, mas os comentários eram agressivos e horríveis, fazendo comentário equivocado sobre AIDS em relação a outro participante... Uma pessoa totalmente de baixo escalão, que não merecia estar em um lugar como esse.
Bruna Jones: Infelizmente você acabou ficando pouco tempo no programa e por causa do formato ter confinado 70 pessoas de uma vez, os participantes tiveram pouco tempo de tela para se mostrarem ao público, o que você acha que ficou faltando o público saber sobre o Tácito?
Tácito Cury: Eu realmente concordo que eu quero e preciso de uma nova oportunidade em outro reality, pois fiquei pouco tempo e não deu para me conhecerem muito. Acredito que o legado que tenho é mais interessante, a força, a motivação, as ideias, a experiência de vida... Acho que as pessoas se movem muito com a história de vida de outras pessoas, elas se identificam e se inspiram... As pessoas no geral, eu digo... Você lê um livro, vê uma história real, um filme... Você se inspira. E acredito que não consegui compartilhar minhas histórias de vida, minhas andanças pelo mundo, essas histórias de superação e motivação que eu tenho certeza que teria inspirado muitas pessoas. Foi falta de tempo de tela misturado com muita gente no programa.
Bruna Jones: Não preciso nem dizer que você foi um dos participantes mais interessantes da vila e nós já estamos torcendo por uma nova oportunidade de participação sua, mas queremos saber... Se você fosse convidado para algo como o "BBB" ou "A Fazenda", você participaria?
Tácito Cury: Acredito que eu realmente era um participante diferente e quero participar novamente e espero contar com o apoio do portal de vocês, quero participar do "BBB", "A Fazenda" e outros realities, até mesmo fora do Brasil. Agora eu peguei o gostinho, pois parece que se você participa e não for como você planejou, você precisa voltar para terminar, é como se fosse um projeto que não consegui terminar de fazer e agora eu quero voltar para terminar.
Bruna Jones: Já estamos no segundo semestre do ano e felizmente podemos viver uma vida relativamente mais tranquila novamente, dito isso, tem novidades vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Tácito Cury: Eu sou uma pessoa polivalente, eu faço muitas coisas... Tenho seis mestrados, sou chef confeiteiro, tenho um bistrô no Morumbi, tenho uma rede de escolas de formação de professores de inglês, tenho voluntariado em mais de 60 países, tenho novas unidades abrindo, novas palestras e treinamentos acontecendo em diversos lugares do mundo, estou agitando outros realities aqui no Brasil, mas de novidade eu tenho o meu livro "Os Seus Sonhos Precisam de Você: Todos Nós Nascemos Grandes", que pretendo lançar em breve, eu escrevi durante a pandemia.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Bom, eu acredito muito no propósito. Você tem um propósito? Qual é o seu propósito? Qual o seu planejamento estratégico para atingir esse propósito? Como funciona isso? Eu tenho um propósito maior e ai o que tenho que fazer diariamente, semanalmente, mensalmente para atingir esse propósito? Eu falo isso por ter criado a equação de sucesso na minha vida, essa equação exige muita disciplina, treinamento e determinação. Quando eu comecei minha carreira sem ao menos saber como cortar uma cebola, eu estudava doze horas todos os dias de segunda a sexta, com treinamento nos finais de semana, por doze meses, era muito treinamento, muito foco e o propósito era me formar. Essa equação eu apliquei em diversas áreas da minha vida. Então descubra qual é o seu propósito, o que te faz levantar todos os dias, o que te tira o sono de emoção e alegria e vai em frente atrás desse propósito. Tudo é possível. Ninguém nasce em uma forma, ninguém nasce com parâmetros, tudo é possível, basta acreditar em você mesmo. A vida é feita de escolhas e você vai moldar ela de acordo com suas necessidades." e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta conferir seu Instagram pessoal no @tacitocury e o profissional no @tacitocuisinepatisserie. Já no Facebook é só clicar AQUI ou AQUI. No Twitter é @tacito_cury e no TikTok é @tacitocury. No YouTube você pode clicar AQUI e seu site pessoal AQUI. Beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?