Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E como estamos em clima de "Olimpíadas", nada melhor do que conversar com um atleta profissional, não é mesmo? Convidamos o querido André Cordeiro, para conversar um pouco sobre a sua carreira na natação e conferir algumas curiosidades das experiências que ele teve ao longo dos anos. Bora conferir? Vem comigo!
Bruna Jones: Você possui uma carreira bem sólida na área da natação, inclusive conquistando o ouro em competições mundiais. Mas, antes da gente falar mais sobre tudo isso, vamos voltar lá no inicio... Você começou a praticar o esporte ainda muito novo, como foi esse primeiro contato e em qual momento você percebeu que levando isso a sério, poderia se tornar uma carreira?
André Cordeiro: Realmente, eu consegui ser campeão mundial e pan-americano, mas esses foram os ápices. Tudo começou quando eu tinha quatro anos e tinha bronquite asmática, por recomendação da pediatra, ela disse que eu precisava nadar para evitar as crises dela. Meu irmão que era três anos mais velho, também nadava e nós quando somos mais novos, acabamos nos espelhando nos irmãos mais velhos, foi assim que comecei. Sobre pensar numa possível carreira, eu sempre fui muito competitivo dentro dos treinos queria sempre estar melhorando, sempre gostei dos desafios dos treinadores e gostava da parte difícil do treino que normalmente as pessoas não gostam, que é ter disciplina, se dedicar, ter determinação e no final ter o prêmio de ver tudo aquilo dando certo.
Bruna Jones: Infelizmente aqui no Brasil, áreas de outros esportes que não girem em torno de um campo de futebol acabam não atraindo tanta atenção do grande público e de marcas patrocinadoras, principalmente lá no inicio da sua carreira, onde não existiam as redes sociais para divulgação do atleta. Como foi o inicio da sua jornada até conseguir se firmar na área?
André Cordeiro: Essa é uma excelente pergunta. Eu sempre pensei que tinha que continuar estudando, mas a minha prioridade também era ser atleta, acabei descobrindo desde cedo que tinha que investir nisso, pois existe um tempo limitado para acabar, então tentei fazer o máximo junto, mas quando complicava eu fazia menos matérias, mas seguia estudando, pois teve um semestre que parei para ficar somente nadando e não foi a mesma coisa, como a minha mãe diz: "Carro apertado é o que anda", quando a gente tem a disciplina de ter o horário certo para todas as coisas, elas acabam fluindo melhor. Mas realmente, no Brasil é mais difícil, nos Estados Unidos é mais fácil de conciliar, tem algumas escolas que são parceiras, mas o grande adversário do atleta muitas vezes não são os outros clubes e sim conciliar o esporte com os estudos quando se é jovem.
Bruna Jones: Com os seus 20 e poucos anos, você já estava concorrendo em grandes competições, como a Olimpíadas por exemplo, então tenho duas perguntas sobre isso, a primeira é: Como costumava ser a sua relação com os estudos nessa época? Hoje você é Mestre em Ciências do Esporte e Professor de Educação Física, mas na época você chegou a deixar a parte acadêmica da sua vida em pausa ou conseguiu administrar tudo junto com a sua carreira?
André Cordeiro: Como eu disse, eu sempre gostei muito de desafio. Estudava as vezes na madrugada, estudava muito e passei na federal, depois fiz outro curso de graduação em Fisioterapia, fiz licenciatura e bacharelado em Educação Física na federal, depois mestrado na federal também e então capacitação de treinador com o melhor trabalho no COB em 2012. Então, eu gosto de desafio e eu sempre tive na cabeça que é importante não só ter ido para as "Olimpíadas", mas também me capacitar como treinador e profissional, por isso eu gosto de estudar toda a ciência do esporte.
Bruna Jones: A segunda questão é: Estando com os seus 20 e poucos anos e indo para competições fora do Brasil, conquistando cada vez mais a sua marca e independência, como foi essa experiência? O que te fez não se deslumbrar com o sucesso, mas sim, manter os pés no chão e o foco no seu objetivo?
André Cordeiro: Uma vez eu vi o Muhammad Ali (Cassius Clay) falando e isso é verdade; Para você conseguir os seus objetivos, as coisas que podem te tirar do foco começam a aparecer, mas você tem que aprender e treinar a falar "não", pois são os nãos que vão podando as arestas que te desviam do foco, é importante falar não nas horas certas... Mas também tropecei algumas vezes, a gente precisa tomar é cuidado com as pedras pequenas, pois as grandes a gente consegue ver.
Bruna Jones: Como eu disse, você teve a oportunidade de viajar para fora do Brasil em algumas competições, o que certamente deve ser um bônus por ter a possibilidade de conhecer novas culturas e lugares, certo? Qual a melhor memória que você possui desses momentos? Tem alguma viagem que acabou sendo mais especial por algum motivo?
André Cordeiro: Claro, cada experiência é única, mas eu tive a grata satisfação de conhecer lugares que mesmo que se eu fosse milionário, eu não pensaria em ir e fui fazendo o que eu mais gostava, que era nadar e defender o meu país. Fui em mais de 40 países e alguns mais de cinco vezes, conheci a Austrália, a Itália que é belíssima... Fui ao Japão, que é pra mim um outro planeta por ser uma cultura diferente que mescla tradição milenar com tecnologia de ponta e muita educação de todos. Estive na Europa, nos Estados Unidos, na Tailândia, tem vários...
Bruna Jones: Acredito que uma curiosidade da maioria das pessoas que vão estar lendo essa entrevista, é: O que passa na cabeça do atleta na hora de uma competição? Nos Jogos Pan-Americanos de 1999 em que você venceu, por exemplo, o que se passava em sua mente enquanto se preparava para entrar na piscina e durante todo o percurso da prova?
André Cordeiro: Eu tenho o vídeo dessa prova até hoje, inclusive. A gente sempre treina muito para estar preparado e fazer uma coisa quase que automatizada, mas somos seres humanos e é claro que a frequência cardíaca aumenta, as vezes vem receios de cometer erros, mas temos que nos preparar muito bem sempre, supondo que isso vai ajudar. Mas também teve a final das Olimpíadas em que estávamos classificados em sexto, mas acabamos ficando em quarto e foi muito bom. Mas é muita adrenalina. O Pan-Americano foi muito emocionante e Olimpíadas é indescritível, não tem como colocar em palavras, é uma sensação única, muitas coisas envolvidas, muito tempo de treinamento e tudo.
Bruna Jones: Além de ser Professor de Educação Física, você também atua como treinador de natação, chegando inclusive a fazer parte da comissão técnica brasileira. Como é para você essa mudança de dinâmica? Você acredita que por ter vivido o esporte como um atleta pode interferir de maneira positiva (ou até mesmo negativa) na hora de treinar e aconselhar os novos atletas?
André Cordeiro: Essa também é uma boa pergunta. Sim, eu acho que na maioria das vezes ajuda ter sido nadador, como também ter experiência em formações como educador físico, fisioterapeuta e mestre na ciência dos esportes, ter estudado biomecânica, fisiologia do exercício, aprendizagem motora e principalmente a psicologia no esporte. Mas também penso as vezes que pode atrapalhar, pois sempre me doei muito e nem todos são assim, as pessoas são diferentes, mas o mais importante é saber diferenciar as abordagens nos momentos certos, como humanos nem sempre acertamos, mas sempre tentamos fazer o melhor.
Bruna Jones: Aliás, falando em aconselhamento de novos atletas, hoje estamos em uma era onde absolutamente tudo é compartilhado em tempo real para o mundo inteiro e podemos considerar que a natação é um esporte que gera uma certa exposição física, maior do que outros esportes, por causa da sua vestimenta. Por conta disso, nem sempre as pessoas se sentem confortáveis com a roupa ou com seus próprios corpos por inúmeros motivos. Como você acaba aconselhando essas pessoas? Você mesmo já chegou a passar com esse tipo de conflito em algum momento da sua vida embora lá no passado a exposição fosse de certa forma menor?
André Cordeiro: Hoje a exposição é automática, é na hora, e é muito difícil saber o que se passa na cabeça de cada pessoa, né? Mas tem os trajes regulares que são de competição e de treino, então a gente conversa para que eles usem essa forma mais padronizada, pois o que interessa muito mais do que a exposição, é fazer a melhora do tempo e não somente estar se mostrando e tal... Mas além disso, a gente também tem que ter cuidado com o que fala, pois hoje tudo é muito delicado e cada um pensa de uma forma, mas temos que seguir as regras das competições, clubes, instituições e tudo mais... Só completando, na minha época de atleta eu cheguei a fazer algumas propagandas de roupas como sungas e desfiles de moda.
Bruna Jones: Querendo ou não, por conta da sua vida profissional, você acaba se tornando uma pessoa reconhecida por uma grande parte de pessoas e inclusive esportistas estão participando cada vez mais de programas de reality show na televisão. Se você fosse convidado para algum, você aceitaria participar ou o seu foco é exatamente naquilo que já está fazendo atualmente?
André Cordeiro: Olha, sobre participar de reality show... Eu acho que já passou pra mim essa época, hoje eu não penso nisso, penso em concentrar e deixar um legado, passar ensinamentos e experiências para os atletas mais jovens, que consigam alcançar além daquilo que consegui, mas a equipe como um todo. Isso é a minha paixão, é o meu amor em fazer o meu trabalho.
Bruna Jones: Estamos no segundo semestre do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente?
André Cordeiro: Acredito que maiores novidades estão por vir em 2025. Fiquem de olho!
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Eu vou deixar uma lista que eu sigo e que gosto muito, que penso que pode ajudar muito. 1) Quem quer fazer encontra um jeito, quem não quer encontra uma desculpa, mantenha o foco. 2) Mantenha a disciplina que a motivação aparece. 3) A vida muda na proporção da sua coragem. Metas e recordes foram feitos para serem atingidos. 4) Gosto do que os outros chamam de impossível, porque assim a concorrência é menor. 5) Você erra 100% das vezes que não tenta. 6) Se a estratégia não está funcionando, mude-a e não mude a meta. 7) A motivação faz começar disciplina faz continuar." e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar por @andre_cordeiro_ no Instagram, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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