quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Bruna Entrevista: 9x99 - Buja Ferreira


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? Nós convidamos o querido Buja Ferreira para conversar um pouco sobre suas experiências profissionais e também compartilhar um pouco sobre seus pensamentos, além disso questionamos se ele aceitaria participar de um reality show de confinamento, será? Vem conferir tudo isso e mais um pouco, agora!

Bruna Jones: A grande parte das pessoas que trabalha no ramo musical recebeu influência durante a infância. No seu caso, como e quando foi que a música entrou em sua vida? 
Buja Ferreira: Bom, meu nome é Gladson Ferreira Santana e eu sou conhecido como Buja Ferreira. Então, as minhas influências musicais são meus pais. Eles são seresteiros e eu tocava na noite com eles. As músicas que marcaram muito pra mim, são as músicas antigas, como aquela "Sentimental", de Waldick Soriano e várias outras músicas que me deram influência. Aquela "sentimental eu sou, eu sou demais...", eu ficava tentando imitar meu pai cantando no banheiro, mas meus pais não sabiam que eu era cantor. Eu me descobri cantor há 9 anos pra cá, que eu era percussionista. Tocava na noite com meu pai pandeiro e percussão. 

Bruna Jones: Nem todo início de carreira costuma ser da maneira que idealizamos. Como você lidou com as dificuldades do ramo até conseguir alcançar uma estabilidade? 
Buja Ferreira: Eu comecei a trabalhar com 14 anos. Minha mãe lavava roupa de ganho, meu pai era funcionário público e a gente vendia pastel, coxinha e suco na praia. Eu também era focado nos estudos. Depois eu consegui uma bolsa e entrei nas Voluntárias Sociais (Voluntárias Sociais da Bahia, ONG baiana que presta assistência social). Trabalhei na prefeitura dos 14 aos 18 anos. 


Bruna Jones: Em 2017, você assumiu a nova formação de cantores do Timbalada, ao lado de Paula Sanffer e Rafa Chagas. Como surgiu o convite? Você o aceitou de imediato, ou houve uma hesitação inicial? 
Buja Ferreira: Esse ano eu estou completando 20 anos de carreira. Eu comecei a tocar percussão numa banda chamada "Clima Total" e antes eu já tocava com meus pais. Depois, eu toquei numa banda chamada “É Jafras” e depois na minha banda, "N@Net". Nessa banda, estourou uma música chamada "A Pipa" e todo mundo começou a conhecer. Só que teve um meio termo. Teve uma queda e eu pensei "o que eu vou fazer?". Aí eu conheci um cara chamado Celo Miranda. Ele falou "Bujão", só cantor e compositor não vai dar. Você tem alguma coisa, algum atrativo pra impressa. Um dia, viajando para Petrolina (PE), eu vi assim "Feijoada de Amendoim" e cheguei em casa e falei: "meu pai, vamos fazer". Cheguei em casa e tentei, aí criamos a "Amendoada". Comecei a fazer esse evento, chamei Celo, ele mandou a imprensa. Todas as imprensas foram... TV Bahia, TVE, Rede Record, SBT. Todos foram e começaram a me procurar. Um dia, foi um músico de (Carlinhos) Brown, chamado Jaguar e esse cara me achou incrível por ser cantor de percussão, cantor de rua e alegre. Um dia, ele fez uma viagem com Brown e na hora que estavam indo pra casa, o carro não foi pegar Brown e ele deu uma carona. No carro, tinha um pendrive com as composições que a gente tinha feito, começou a tocar, aí Brown gostou da minha voz e perguntou quem eu era. Aí Brown me ligou, me fez o convite e eu aceitei. E foi tudo muito incrível. Eu sou muito fã mesmo de Brown e até hoje, toda vez que eu chego perto dele, parece que é a primeira vez. Eu me sinto realizado por estar representando a comunidade do "Beiru / Tancredo Neves" (bairro de Salvador) e hoje, eles podem dizer que tem um artista que representa eles. Eu estou muito feliz! 

Bruna Jones: Como foi pra você assumir a responsabilidade de estar a frente de uma das bandas mais famosas do cenário da axé music? E você cumpriu as expectativas que tinha? 
Buja Ferreira: Timbalada é um movimento cultural. Eu falo que a Timbalada é a minha faculdade musical porque cada dia eu aprendo mais e mais. Eu aprendo muito com Rafa e Paula, meus amigos percussionistas e com nosso mestre, Carlinhos Brown. Ele sempre ensina muito em cada encontro, é muito incrível! Uma coisa que eu aprendi na vida foi que quando eu entrei lá, ele me disse: "Buja, duas palavras pra vida em todas as áreas: paciência, porque tudo acontece no tempo de Deus e silêncio, porque os planos e sonhos contamos a Deus". Estar na frente da Timbalada é uma responsabilidade muito grande. É uma banda com mais de 200 músicas pra pegar, tem que entender a cultura também. É surreal! É incrível como a tinta percorre o corpo. É um prazer inenarrável. É surreal! Fico muito feliz. 

Bruna Jones: Sabemos que o carnaval de Salvador é quase uma maratona. Como você se prepara fisicamente e mentalmente para vivenciá-lo? 
Buja Ferreira: Quem me acompanha nas redes sociais, me pergunta se eu treino todos os dias. Sim, eu treino. Por isso que eu falo que eu sou o "timbaleiro fitness" porque todos os dias, quando eu acordo pela manhã, eu me preparo. Mente sã, corpo são. Eu tenho meu momento com Deus, todas as manhãs e todas as noites. E me preparo fisicamente também, porque se nosso corpo tá bem, nossa mente tá bem. Também, depois que eu entrei na Timbalada, comecei a cuidar da minha voz. A gente tem que se cuidar. É fono, tudo isso. Tem que tá tudo em dia, porque cantar axé music com uma percussão força muito do seu corpo, da sua mente e você tem que estar muito feliz. E hoje eu estou muito feliz de estar na frente da Timbalada. 


Bruna Jones: Quais são as suas principais referências do mundo musical? Quais artistas você costuma se inspirar para montar seu trabalho? 
Buja Ferreira: Eu gosto muito da MPB, que é a música popular brasileira. Eu escuto tudo. Às vezes as pessoas falam "eu escuto MPB", mas MPB é música popular brasileira, então são todos os ritmos que surgem do nosso Brasil. Então eu escuto de tudo. Acho nosso Brasil incrível e cada dia se reinventa, eu fico muito feliz. Ainda mais com a internet hoje que está ajudando cada vez mais as pessoas que não tem dinheiro e isso é muito importante. A internet tá ajudando muito. Eu sou um pouco antigo… Eu tenho 36 anos e não me acho velho, mas eu gosto muito de Benito de Paula, porque eu tenho minha região do grave. Cantor atual assim, eu gosto de Belo também. E daqui da Bahia, eu sou fã de Brown e de Ivete. 

Bruna Jones: Você, além de cantor, é compositor, certo? Como se dá o seu processo de composição?
Buja Ferreira: Sou cantor, compositor, cozinheiro e modelo também. Então, a composição é todo um realismo profundo, tudo que acontece. Às vezes um amigo conta uma história, às vezes eu vejo uma história e aí a gente vai se inspirando e buscando todo assunto que tá na atualidade, para que as coisas sejam bem reais. Pro público se identificar com a composição. Eu penso sempre nisso. E a melodia tem que ser sempre perfeita. Eu falo sempre que a composição é o encontro das letras com a melodia. 

Bruna Jones: Hoje em dia, com a popularidade que os reality shows vem tomando no Brasil, é comum que algumas pessoas conhecidas do público acabem participando de algum. Você toparia participar de algum reality, como o "Big Brother Brasil" ou "A Fazenda", por exemplo? 
Buja Ferreira: Não toparia não. Eu não assisto, mas também não critico. Eu não assisto reality show, por isso não toparia. Várias pessoas falam que gostam, mas nos meus momentos vagos eu procuro assistir algum documentário, ler um livro e também compor. Não toparia, mas acho muito legal. 


Bruna Jones: Estamos vivendo nesse momento uma pandemia mundial, e isso, com certeza, modifica um pouco dos nossos planos e rotinas. Como isso interfere no seu dia-a-dia e na sua carreira? 
Buja Ferreira: Nessa pandemia, eu vejo que é um momento pra gente se reinventar. Eu costumo dizer pros meus amigos: se não tem show, treine. Se não tem show, componha. Se não tem show, leia. Deixe seu corpo são e sua mente sã. A gente tem que respeitar tudo que tá acontecendo, porque tudo acontece no tempo de Deus. E nós temos que entender que Deus é a cura. Eu vejo tudo que tá acontecendo, os animais estão agradecendo, a natureza está agradecendo, o mar, o ar... Nós, seres humanos, estávamos destruindo tudo. Então, o momento é de parar, ter calma, paciência, respirar, se cuidar e ter mais amor com o próximo. E as pessoas entenderem que o dinheiro não compra felicidade e nossa felicidade é Deus. Esse momento de pandemia é para as pessoas entenderem que dinheiro não compra saúde. Pessoas ricas, com muito dinheiro estão morrendo. Então, esse momento de pandemia veio pra gente se reinventar e entender que nossa maior riqueza é Deus e que nossa cura é Deus. 

Bruna Jones: Ainda assim, tem alguma novidade vindo por aí? Algo que você já possa compartilhar com a gente? 
Buja Ferreira: Novidade sempre tem! Temos músicas gravadas inéditas, mas a Timbalada vai lançar tudo depois da pandemia. Tá tudo pronto, pra quando falarem "pode fazer show!", esperem que vão ter muitas músicas novas. Nossos ensaios também! Tudo muito muito bom! 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Queria deixar um recado pra todos vocês, meus seguidores e leitores do blog: que tenham paciência sempre! Que não desistam e não parem de sorrir. Vamos viver um dia de cada vez e entender que tudo acontece no tempo de Deus! Alegria, alegria, alegria!" e para quem quiser continuar acompanhando os trabalhos dele, basta seguir no Instagram: @bujaferreira e no YouTube: Buja Ferreira, beleza?


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

Um comentário:

  1. Além do privilégio de ser amiga, sou uma grande fã, lhe ver crescer é sublime. Que Deus possa continuar lhe fazendo ser luz e que você nunca perca essa humildade que encanta.

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