Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E a nossa convidada de hoje é cantora, compositora e já teve uma experiência em reality show ao participar de uma temporada do "The Voice", estou falando da querida Maysa Ohashi, que aceitou vir aqui conversar um pouco sobre suas experiências profissionais, vem conferir o nosso papo!
Bruna Jones: Você é cantora e compositora, mas antes da gente falar melhor sobre isso, vamos voltar... Qual foi o seu primeiro contato com a música e o que te fez perceber que isso seria mais do que um hobby?
Maysa Ohashi: Meus pais são músicos e tinham grandes expectativas quanto a isso pra mim, até o meu nome tem a referência da cantora Maysa Matarazzo.
Minha mãe, Marli Keiko dava aula de órgão em casa e eu ficava observando as aulas, sempre fui muito observadora de acordo com eles.
Ela ficou surpresa quando certa vez um aluno foi embora e eu executei o exercício que era proposto pra ele, sendo assim ela iniciou meus estudos com desenhos pois eu não era alfabetizada, desenho de dodói para a nota dó, relógio para a nota ré, miau para a nota mi, faca para a nota fá e sol para a nota sol, tinha 6 anos e logo após ingressei na “Fêgo Camargo” (escola de artes) em Taubaté. Fui uma das primeiras alunas não alfabetizadas na época a iniciar as aulas de piano.
Estudei musicalização infantil, teoria musical e piano erudito por 4 anos daí veio o despertar pro canto.
Meu pai, Ricardo Ferreira sempre foi entusiasta a cantor e também tocava em casamentos, na época fazia gravações de hinos da igreja em casa com um “home estúdio” com os cantores próximos, eu também observava muito as gravações e comecei a cantar sozinha no meu quarto.
Meu pai uma vez ouviu e começamos a cantar juntos, gravar juntos e fazer casamentos juntos.
Com 11 anos eu já trabalhava com ele fazendo casamentos e comecei a ganhar o meu próprio dinheiro.
Eu acho que a música se tornou uma profissão quando vi a possibilidade de ganhar dinheiro com ela, mesmo não sendo uma profissional pois tinha pouca experiência, mas as noivas já gostavam muito do meu timbre de voz. Sendo assim vamos considerar uma carreira de cantora de casamentos que perdura até hoje, 20 anos depois.
Bruna Jones: No universo da música existem diversos ritmos, gêneros e subgêneros. Você atualmente tem o seu trabalho mais voltado ao MPB, certo? Como foi que você acabou escolhendo centralizar a sua carreira mais para esse lado musical? Você chegou a se aventurar em outros ritmos?
Maysa Ohashi: Eu estudei a linguagem de vários ritmos quando eu cantei na noite, aos 18 anos eu ingressei em uma banda local chamada “Banda Palace”, lá a gente tocava de tudo um pouco pra animar as festas de casamento, de formatura, festas de aniversário de cidades. Essa etapa foi importante para eu desenvolver outra linguagem musical, afinal meu primeiro contato com a música vem da música erudita e a música cristã, que tem muita influência na música americana “Gospel”. Essa banda tinha e tem até hoje a cantora Cecília Militão como uma das vocalistas, que além de grande amiga foi e continua sendo uma inspiração pros grandes palcos. Foi com ela que me senti segura em me aventurar cantando axé, forró, samba, bossa nova, música brasileira de verdade. Eu costumo me auto denominar “Operária da Música”, até então eu reproduzia e interpretava canções que já existiam para enaltecer o trabalho dos grandes compositores, faço isso até hoje com muito orgulho, mas hoje no meu trabalho autoral eu não sei como denominar um gênero. Meu sonho é conseguir lançar, finalmente, um álbum que tenha todas as influências musicais que eu amo. E são inúmeras. Eu tento fazer esse lançamento há 8 anos.
Maysa Ohashi: Eu estudei a linguagem de vários ritmos quando eu cantei na noite, aos 18 anos eu ingressei em uma banda local chamada “Banda Palace”, lá a gente tocava de tudo um pouco pra animar as festas de casamento, de formatura, festas de aniversário de cidades. Essa etapa foi importante para eu desenvolver outra linguagem musical, afinal meu primeiro contato com a música vem da música erudita e a música cristã, que tem muita influência na música americana “Gospel”. Essa banda tinha e tem até hoje a cantora Cecília Militão como uma das vocalistas, que além de grande amiga foi e continua sendo uma inspiração pros grandes palcos. Foi com ela que me senti segura em me aventurar cantando axé, forró, samba, bossa nova, música brasileira de verdade. Eu costumo me auto denominar “Operária da Música”, até então eu reproduzia e interpretava canções que já existiam para enaltecer o trabalho dos grandes compositores, faço isso até hoje com muito orgulho, mas hoje no meu trabalho autoral eu não sei como denominar um gênero. Meu sonho é conseguir lançar, finalmente, um álbum que tenha todas as influências musicais que eu amo. E são inúmeras. Eu tento fazer esse lançamento há 8 anos.
Bruna Jones: Artistas costumam ser bem perfeccionistas com seus próprios trabalhos e isso muitas vezes acaba atrapalhando um pouco o desenrolar de alguns projetos. Você costuma ser mais autocrítica? Se sim, como lida com isso?
Maysa Ohashi: Infelizmente somos, eu sou da época que a internet começou, assistia vídeos no YouTube e queria muito ter tido coragem de expor meu trabalho naquela época, mas nunca estava bom. Eu tinha vergonha até de dizer que tocava piano na escola pra não ser a esquisita.
Acho que virei a chave quando eu percebi que os olhos e ouvidos das pessoas que consomem música são diferentes dos nossos, que produzimos. Antigamente não gostava de me ouvir, de me ver, ainda não gosto de me ver as vezes, mas passei a me tratar com carinho e tentar perceber essa beleza que as pessoas tanto diziam escutar na forma que eu apresento a música pra elas. É um processo difícil, no meu caso mexe com situações enraizadas desde a infância, meus pais sempre foram muito exigentes comigo em vários aspectos e na música não foi diferente, eu não era elogiada de forma banal, era sempre um elogio seguido de uma crítica construtiva. É bom pra ter os pés no chão mas eu não soube tomar coragem tão cedo pra me desprender da “auto sabotagem”.
Bruna Jones: Em 2013 você acabou participando do "The Voice" na Globo. O que te motivou a se inscrever e se aventurar em um reality show musical?
Maysa Ohashi: A motivação veio através de um amigo, Júnior Sores. Aliais, não só motivação, ele me inscreveu e gravou meu vídeo de apresentação. Ele sempre foi um entusiasta na música e era também cinegrafista e fotógrafo nos casamentos, foi assim que nos conhecemos. Eu não tinha nem ideia da onde eu estava me metendo, a realidade foi que eu fiz o vídeo de inscrição pra não desaponta-lo, afinal ele estava muito empolgado e sempre viu uma artista em mim, ele é um grande amigo até hoje.
Bruna Jones: Apesar de que na época as redes sociais não fossem tão ativas quanto é hoje, de certo modo, você acabou se tornando uma pessoa pública ao fazer parte do reality. Em algum momento você se preocupou em como a sua imagem iria ser transmitida publicamente e em como poderia afetar a sua vida?
Maysa Ohashi: Nos somos alertados pelos produtores do programa: “vocês estarão no horário nobre, talvez a vida de vocês mudem.” E mudou.
Não tinha preocupação com a minha imagem porque como havia dito eu nunca me considerei uma artista, eu era só uma operária da música. Então levei a situação toda como um experimento: “Vamos ver o que vai ser, não crie expectativas.” Mas quando o episódio que eu gravei passou, minha conta do Facebook na época travou de tantas mensagens que recebi na foto que postei.
Isso me trouxe benefícios, trabalhei bastante e até hoje as pessoas têm boas “recomendações” do meu trabalho apenas por eu ter participado de um reality.
Bruna Jones: No programa você acabou participando pelo time da cantora Cláudia Leitte. O que você aprendeu com ela ao longo do tempo em que esteve lá?
Maysa Ohashi: Com ela infelizmente nada, embora pareça e o programa induza a essa ideia, ela e os outros artistas não estão lá pra nos ensinar nada. Pelo menos foi a minha experiência, não tivemos contato além das gravações, até porque eu gravei apenas dois programas. Mas ela se dispôs a ajudar vários artistas do programa, na época teve cantor que subiu no trio elétrico pra cantar com ela.
Eu lembro que eu queria que o Daniel me “notasse” porque minha mãe sempre gostou muito dele, mas foi o Carlinhos Brown e a Claudia Leitte que viraram a cadeira, eu como fã da Maria Gadu tinha ouvido falar que ela seria a “assistente” da Cláudia naquela temporada, então minha motivação pra escolha foi essa.
Mas falando no âmbito geral a experiência de estar lá foi muito bacana, conheci artistas incríveis que também estavam lá na mesma posição que eu, de “calouro”. Que tenho contato e acompanho o trabalho até hoje: Aila Menezes, Simona Talma, Bruna Goes, Débora Sidrak, Dom Paulinho, Alessandra Crispim, Amanda Amado, Nando Motta, Lucy Alves, Carina Menitto.
A produção do programa é incrível, eu tive contato com dois produtores musicais incríveis: Vinicius Rosa e Torquatto Mariano, que são nossos produtores musicais durante o programa.
E eu aprendi a me ver como uma artista, que a minha imagem felizmente ou infelizmente faz parte do combo, aprendi que deveria ter gravado meu trabalho autoral e me dedicar mais a ele, desde então tenho lutado por isso.
Bruna Jones: Aliás, falando em redes sociais ainda, hoje nós vivemos um momento em que números de seguidores estão falando mais alto do que ter talento e compreensão do trabalho que está sendo realizado. Você acredita que as redes sociais vem prejudicando o mercado musical ou elas acabam sendo apenas um complemento daquilo que você já produz?
Maysa Ohashi: As redes sociais democratizaram o acesso dos fãs ao artista, principalmente aos novos artistas, isso é fato! O que me entristece é a alienação de muitos pra alcançar grandes números. Perde-se a autenticidade muitas das vezes pra fazer algo que dá mais “engajamento”, pra plataforma te divulgar.
As plataformas dificultam o alcance orgânico de um conteúdo de pessoas que tem poucos fãs porque um artista tal alcança 1 milhão de views em 24h e isso se torna a média para um conteúdo ser relevante ou não, pra você conseguir viver e pagar suas contas com sua música ou não. E tem gente adoecendo por causa desses números, adoecendo pra alcançá-los e adoecendo pra mantê-los e esquecem de fazer MÚSICA.
Eu sei que o “mercado musical” sempre foi restrito, antigamente eram as gravadoras que ditavam as regras, dirigiam carreiras e ditavam as tendências musicais e creio que isso não mudou. Os grandes empresários ainda determinam as regras, porque pra popularizar algo custa muito caro. As redes sociais só facilitaram o processo de distribuição.
Ninguém diz o que é arte ou não, a arte tá na manifestação da realidade daquela pessoa ou daquele grupo, me preocupa apenas que a realidade de TANTOS artistas sejam apenas sexo e auto afirmação, que isso seja um algoritmo de popularidade. Ou seja, as redes sociais só mostram que há uma crise e é social. Acho que somos a geração que mais tem acesso a informações, dados e não sabemos o que fazer com isso além de repetir padrões.
O artista (músico) precisa de público pra comprar sua música, ir no seu show. Se as redes sociais facilitam o acesso a esse conteúdo que ótimo, só não podemos produzir, compor, fazer show só em função de popularidade.
Bruna Jones: Hoje você possui uma carreira sólida na música e provavelmente não precisaria expor sua vida para conquistar fãs, mas, se fosse convidada para um novo reality, um de confinamento, por exemplo, você aceitaria participar?
Maysa Ohashi: Eu agradeço pela carreira sólida, mas eu ainda sou um bebê artista. Talvez eu tenha mais experiência em ser “Operária da música”, mas é a única coisa que eu sei fazer também (hahaha), pudera.
Hoje eu sou mãe do Benjamin, mãe solo, meu Bem tem quase 5 anos e eu me pergunto o tempo todo se eu vou ter condições de dar uma vida de estímulos pra ele: Conhecer novos lugares, novas pessoas, experimentar a vida. Ser operária da música é você abrir mão de feriados, festa com os amigos no final de semana. É você não conseguir fazer um passeio matinal com a família porque trabalhou a madrugada toda fazendo a festa e a alegria de outras pessoas, que as vezes se tornam admiradores do trabalho, as vezes nem fizeram tanta questão de ter você ali com eles, as vezes mal respeitaram sua presença. E isso cansa, é dolorido pois o tempo passa muito rápido.
Depois de 20 anos cantando e vivendo apenas da música não posso romantizar minha profissão que é marginalizada o tempo todo, então se participar de um reality me desse a oportunidade de escolher mais os trabalhos, de ter condições financeiras de investir em mim como artista com certeza eu tentaria.
Bruna Jones: No último mês você lançou em seu canal no YouTube o seu novo projeto "Show Tupiniquim". Você pode comentar um pouco sobre como surgiu essa ideia e o que podemos esperar deste novo trabalho?
Maysa Ohashi: Claro!! Na pandemia eu me apaixonei novamente por um grande guitarrista aqui da região, Lucas Andrade. Ele é incrível e tem me influenciado positivamente a estudar mais a música brasileira. Gravamos algumas “collabs” intituladas: Q.sessions, procurem no YouTube.
Gravamos Tom Jobim, Chico Buarque, Pixinguinha e a grande pérola quando fui gravar a melodia de “Carinhoso” foi: “eu sei que você canta muito, você sabe que canta, mas ficou parecendo a Mariah Carey cantando”. Era pra ser um elogio Lucas? Haha
O que ele quis dizer: falta linguagem e referência pra cantar música brasileira.
Desde então ele tem sido meu parceiro nos estudos já que ele tem muito conhecimento e referência de música brasileira e decidimos estudar um repertório inteiro. Chamamos dois amigos dispostos a estudar também, Marcos Melo (baterista) e Aleks França (baixista) e nasceu o Show Tupiniquim.
Me apaixonei ainda mais pela música brasileira, nós temos músicas mundialmente conhecidas desde Tom Jobim a Jorge Ben Jor e eu tenho muito orgulho de ser brasileira.
Acho que as cores da nossa bandeira foram deturpadas, a origem do nosso povo banalizada e a arte/cultura marginalizada. Esse show é pra gente lembrar que ser brasileiro também é sinônimo de música boa.
Sei que minha contribuição pra isso é pequena, mas eu sou muito sonhadora. Então esperem um show com muito balanço, muita poesia, solos de guitarra, fusões de ritmos e grandes nomes como: Novos Baianos, Marisa Monte, Elza Soares, Elis Regina, Belchior, Gilberto Gil, Djavan e muitos outros.
Bruna Jones: Felizmente a gente está conseguindo colocar nossos projetos em andamento novamente, após vários meses de incertezas por causa da covid, dito isso... Tem novidades suas vindo por aí? Algo que possa compartilhar?
Maysa Ohashi: O que mais tenho são projetos! Se não é impossível sobreviver na música. Antes da pandemia eu vendi meu carro pra investir nas minhas músicas autorais e infelizmente mais uma vez eu tive que mudar os planos. O carro virou arroz e feijão.
Neste mês de Agosto sai o resultado de um edital de incentivo à cultura do estado de São Paulo: PRoAC e eu me inscrevi para a gravação de Álbum. Torçam por mim, se eu for escolhida vou conseguir finalmente gravar 12 faixas de músicas minhas, algumas inéditas algumas já estão no YouTube intituladas: Partes de Mim. Vai ser meu primeiro trabalho autoral.
O Segundo projeto já está ativo, é o DUO Maysa Ohashi & Lucas Andrade. Tem a sonoridade de violão e voz e se eu estudar mais pode se transformar em um “Power Duo” comigo no piano e cantando. Neste projeto a gente toca bossa nova, jazz, MPB e Pop.
O terceiro projeto é o “Show: Rock n’ Jazz”, que é um show com releituras de clássicos do rock desde Nirvana, Pink Floyd, Sound Garden e alguns pops também para uma sonoridade jazzística e arranjos autorais do Lucas Andrade e do grupo: Bruno Pineli (Baixo acústico e elétrico) e Marcos Melo (Bateria). Em breve tem lançamento do material no meu canal.
E meu eterno projeto: Cantora de Casamentos continua vivíssimo, tenho muito amor e respeito por esse posto que me permite fazer parte da vida de tantos casais de uma forma única.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ela ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Obrigada todas as pessoas que de alguma forma apoiam meu trabalho, hoje em dia seja curtindo e compartilhando algum vídeo, dizendo meu nome em uma sala cheia de oportunidades, obrigada minha mãe que é minha maior rede de apoio, sem essa rede seria impossível fazer o mínimo que faço hoje pra continuar cantando. Obrigada aos amigos que ensaiam, produzem e investem tempo nas minhas ideias apenas pela boa vontade de fazer um som junto comigo. Obrigada amigos virtuais que me conhecem apenas pelos vídeos cantando, obrigada as pessoas que vão prestigiar meu trabalho pessoalmente independente do lugar. Vocês fazem muita diferença na minha vida.
Sou grata a você Bruna por poder contar a minha história mais uma vez, feliz com essa iniciativa, adorei relembrar tudo isso pra te contar. Conte comigo!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ela nas redes sociais, ela também avisa: "Minhas redes estão todas como Maysa Ohashi: @maysaohashi (YouTube, Instagram e Facebook) se tenho mais alguma não lembro.
Para contato direto tem o e-mail: assessoriamaysaohashi@gmail.com e WhatsApp: (12) 98813-4167. Sou eu mesma que respondo, inclusive se algum entusiasta gostar de trabalhar com eventos e venda de show, me chamem, eu nunca dou conta de tudo!"
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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