quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Bruna Entrevista: 1x37 - Luque Sommer


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é mais um amigo pessoal meu, convidei o Luque Sommer para conversar um pouco sobre como funciona o universo dos escoteiros para você que sempre teve duvidas e vontade de fazer parte do esporte. Vem conferir a nossa conversa!

Bruna Jones: Vamos começar pelo inicio de tudo, podemos? Como foi que começou o escotismo no Brasil?
Luque Sommer: O escotismo foi fundado na Inglaterra em 1907 pelo tenente-general do exercito inglês Lord Robert Baden Powell (BP). Já o escotismo no Brasil iniciou-se 1909, no Rio de Janeiro, quando os marinheiros do navio Minas Gerais trouxeram esse movimento que haviam conhecido em uma visita a Londres. Porém meses depois esse grupo escoteiro fechou devido a necessidade dos marinheiros retornarem a atividade no mar. Em 1913 o professor de ginástica alemão Georg Black fundou um grupo escoteiro chamado Pfadfinder von Porto Alegre, grupo que existe até hoje e completará 100 anos, e foi rebatizado como Grupo Escoteiro Georg Black em homenagem ao seu fundador.

Bruna Jones: Como você acha que está o escotismo no Brasil neste momento? Você acredita que existe interesse das crianças e adolescentes em participar?
Luque Sommer: Hoje o escotismo no Brasil conta com aproximadamente 60.000 membros. Com o passar das gerações e o surgimento dos jogos e videogames os jovens pararam de se interessar tanto por atividades físicas e ficam trancados em casa ou em shopping. Hoje em dia o número de jovens que entram é muito menor do que a 10 anos, e o número de jovens que ficam pouco tempo e saem por não se adaptarem ou quererem ficar em casa é muito grande.


Bruna Jones: A partir de qual idade uma criança pode fazer parte dos escoteiros?
Luque Sommer: Normalmente uma criança pode entrar no movimento escoteiro quando inicia sua alfabetização, mais ou menos aos 6 anos de idade. Com essa idade ela entra como lobinho, ramo com atividades lúdicas baseadas na história de "Mogli: O Menino Lobo", de Rudyard Kipling.

Bruna Jones: Uma dúvida que talvez muitas pessoas possam ter é: Somente crianças podem se começar a estudar para se tornarem escoteiros ou uma pessoa pode começar após se tornar adulto?
Luque Sommer: Uma pessoa pode se tornar membro do movimento escoteiro com qualquer idade. Ela será inserida de acordo com sua idade no ramo respectivo, quando maior de 21 anos ela entra como membro adulto tornando-se chefe.

Bruna Jones: Vamos voltar ao básico. O que faz um escoteiro?
Luque Sommer: São muitas coisas, e que até são difíceis de listar. Mas as principais são a atividade ao ar livre, técnicas de campismo, civismo, ajudar o próximo, praticar diariamente uma boa ação, moldar o caráter. O que os jovens mais gostam é acampar e praticar desafios. Colocar em prova o que aprendem nas atividades de sede. Cada ramo escoteiro tem etapas de crescimento pessoal (caráter, emocional, físico, espiritual, intelectual) e etapas de técnicas escoteiras. Pra o ramo lobinho (6 aos 10 anos) o grau máximo que o jovem pode chegar é o Cruzeiro do Sul, no ramo escoteiro (11 aos 14) Escoteiro Lis de Ouro, no ramo sênior (15 aos 17) Escoteiro da pátria e no ramo pioneiro (18 aos 20) Insígnia de BP.


Bruna Jones: Na sua opinião, qual é a função do escotismo na atualidade?
Luque Sommer: Hoje em dia o escotismo tenta melhorar um pouco a sociedade. Numa sociedade em que a ética e a moral foram esquecidas, tentamos ensinar aos jovens que temos um caminho certo a ser seguido. Claro que isso é muito subjetivo e difícil de ser feito, mas tentamos fazer isso.

Bruna Jones: Você vê alguma ligação entre o escotismo e o trabalho voluntariado?
Luque Sommer: Mas é claro. O escotismo é um movimento voluntário. Os adultos (chefes, instrutores) são voluntários e não recebem salário, ou recompensa. Todo o escoteiro deve praticar boas ações diárias, o escoteiro deve ajudar o próximo. As tropas escoteiras (subdivisões dos grupos escoteiros) são incentivadas a adotar uma instituição para praticar atividades beneficentes.

Bruna Jones: Um escoteiro está mesmo sempre alerta?
Luque Sommer: O escoteiro deve estar sempre alerta para servir, esse é o lema. Servir o próximo e praticar diariamente uma boa ação. Mas com a geração "ritalina" de hoje é mais complicado (hahahaha). E atualmente temos uma sociedade muito egocentrista e egoista o que coloca um pouco em cheque esse lema. Mas muitos dos membros presentes no movimento estão sim.

Bruna Jones: E qual é a sua ligação pessoal com o escotismo?
Luque Sommer: Bah, essa é a pergunta mais fácil de responder. Sou a terceira geração de escoteiros da minha família. Meu avô entrou no movimento aos 6 anos (em 1931) e só saiu quando faleceu em 2004. Ou seja ele utilizou seu uniforme de calças curtas durante 73 anos da sua vida. Minha avó, meus pais, meus tios, meus primos e minha irmã são escoteiros. Meu primeiro acampamento escoteiro foi com 6 meses de idade, mas entrei oficialmente no escotismo em 1994. Posso afirmar com toda certeza que são minha segunda família, meus melhores amigos estão lá. Já fui Lobinho Cruzeiro do Sul, Escoteiro Lis de Ouro, Sênior Escoteiro da pátria e Pioneiro Insígnia de BP. Hoje com 24 anos sou chefe e tento repassar para os jovens tudo que meus chefes me passaram com tanta dedicação.


Bruna Jones: Poderia deixar contatos para quem quiser saber mais sobre o escotismo e até mesmo quem queira participar?
Luque Sommer: Qualquer um que esteja interessado em conhecer mais sobre o escotismo pode pesquisar na Wikipédia, por escotismo, Baden Powell, escotismo no Brasil, ou entrar no site da União dos Escoteiros do Brasil (AQUI) e pesquisar mais. Lá tu pode encontrar história e onde tu pode achar um grupo escoteiro perto da tua casa. Ou pode me mandar uma mensagem no facebook: Luque Sommer.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado? 

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