Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje já é bastante conhecido de quem gosta de conferir nossas entrevistas, pois já esteve aqui duas vezes (AQUI e AQUI), estou falando do querido Marcelo de Paula, que aceitou retornar hoje para relembrar um pouco sobre como foi a sua experiência com a "G Magazine". Bora conferir como foi esse papo? Vem comigo!
Bruna Jones: Primeiramente gostaria de agradecer a sua gentileza em retornar ao blog para essa entrevista especial, onde vamos relembrar um pouco de como foi a sua experiência com a "G Magazine". Em fevereiro deste ano completou 22 anos desde a publicação da sua revista nas bancas de jornais. Então, já vou começar com a seguinte pergunta: Você imaginava que após tantos anos, esse assunto ainda repercutiria na mídia?
Marcelo de Paula: Não imaginava que isso pudesse acontecer. Foi uma grata surpresa, depois de tantos anos depois de ter feito as fotos, saber que está revista que revolucionou o mercado na época receberia tão justa homenagem como essa do documentário que vão produzir.
Bruna Jones: Apesar de que em 2002 diversos homens famosos já tivessem passado pela revista e ela própria já ter se fixado no mercado como a principal fonte de conteúdo voltado ao público LGBT, infelizmente também tinha um outro lado onde os homens eram bastante julgados ao invés de serem aclamados como as estrelas da "Playboy". Você chegou a levar em consideração as interações futuras que você acabaria tendo por causa dessa exposição? Se sim, qual foi o fator decisivo em aceitar fazer as fotos?
Marcelo de Paula: Não tive receios de forma alguma. Além da proposta financeira irrecusável que me fizeram naquele momento, a exposição que a revista me proporcionou abriu infinitas portas no mercado. Outra coisa que as pessoas esquecem é que, apesar de ser uma revista voltada para o público Gay, também havia um número gigantesco de consumidoras femininas que também gostavam de adquirir a revista.
Bruna Jones: Enquanto você estava em negociações com a revista ou até mesmo após o contrato assinado, como foi a sua preparação para fazer as fotos? Você chegou a mudar alguma coisa na sua rotina ou buscou conferir edições anteriores da revista ou conversar com alguém que já tinha passado por essa experiência para ter uma ideia melhor de como iria ser para você?
Marcelo de Paula: Na verdade eu me entreguei de corpo e alma para esta experiência. Não quis ouvir o que os outros modelos tinham para dizer, para poder estar inteiro a disposição do fotógrafo. É claro que eu me preocupei sim, em estar com o físico em dia para poder render um bom trabalho, mas nada além disso.
Bruna Jones: Em nossa primeira entrevista, você revelou que não foi muito difícil fazer as fotos devido ao fato de você se sentir confortável com a sua nudez, mas ainda assim, o que se passava pela sua cabeça nos momentos em que precisava se desfazer da sua sunga, principalmente na hora das fotos em área externa?
Marcelo de Paula: É claro que expor a sua intimidade para um grupo que não é íntimo em alguns momentos foi mais difícil, mas a equipe era tão profissional que conseguiu driblar o meu constrangimento e em pouco tempo eles me deixaram super a vontade.
Bruna Jones: Os modelos que estampavam a capa possuíam um certo tipo de prestigio e vantagens que os modelos de ensaios internos não possuíam, como por exemplo, poder interferir de algum modo e vetar aquilo que não fosse confortável. Você chegou a interferir de algum modo em como as fotos foram produzidas, como por exemplo, sugerir algo ou vetar alguma coisa que lhe foi proposta durante as fotos?
Marcelo de Paula: Eu tive o privilégio de estar com uma equipe extremamente competente que produziu um material tão rico que eu confesso ter tido uma certa dificuldade em selecionar quais fotos seriam publicadas.
Bruna Jones: Um ensaio fotográfico pode acabar gerando centenas de fotos e depois a equipe de produção acaba selecionando as que mais gostam pra colocar em cerca de 20 páginas da revista. Você chegou a fazer parte do processo de seleção das fotos? Falando honestamente, você gostou das fotos que chegaram nas bancas? Tem alguma favorita?
Marcelo de Paula: Umas das minhas fotos preferidas foi a da capa, mas como disse anteriormente, eu tive a oportunidade de apontar, entre todas as fotos, quais as que queria ver publicadas na revista.
Bruna Jones: Com a revista lançada, você chegou a participar de programas de televisão, rádios, deu entrevistas para revistas e jornais e muitos materiais promocionais no decorrer daquele mês. Com isso, imagino que o "assédio" acabou fazendo parte da sua rotina, com pessoas pedindo autógrafos, querendo abraçar, beijar, além também de provavelmente ter tido comentários de pessoas de mente mais fechada, etc... Então, como foi para você ter que passar por todo esse tipo de situação que até então não fazia parte da rotina da sua vida?
Marcelo de Paula: Quando eu me propus a participar desta experiência, já sabia que este tipo de situação poderia acontecer. Eu estava preparado e tive várias situações divertidas, inusitadas e constrangedoras, mas enfim, o assédio do público é normal para um trabalho como esse.
Bruna Jones: A "G Magazine" certamente fez parte e influenciou toda uma geração, não somente por causa da nudez que trazia, mas todo o conteúdo que envolvia temas importantes do cenário LGBT do momento, trazendo pautas de saúde, política, entretenimento, moda e muito mais. Só pra ter uma noção, a revista foi tão importante naquele momento, que em breve vamos ganhar um documentário sobre isso. Então a pergunta é: Sabendo como a revista foi importante na vida de tantas pessoas, como você se sente tendo feito parte dessa história?
Marcelo de Paula: Sinto muito orgulho em ter participado de um momento histórico como este, de quebra de paradigmas e ampliando o acesso a informações tão importantes para um número tão grande de pessoas.
Bruna Jones: Hoje você vive o outro lado do mundo dos modelos, trabalhando como produtor e também como fotografo. Olhando do ponto de vista de um profissional, você acredita que a "G Magazine" como um produto que além de informativo, também abria portas para que vários modelos começassem suas carreiras, faz falta no nosso mundo de hoje ou acredita que com o crescimento das redes sociais e plataformas como o "OnlyFans", hoje talvez a revista não tivesse o mesmo impacto cultural que teve na época que esteve em seu auge?
Marcelo de Paula: Certamente, muitas portas foram abertas em função da visibilidade que eu ganhei. Temos que considerar que na época que a revista foi lançada, além do ineditismo e da inexistência de redes sociais, o alcance foi absurdo. E claro que toda novidade com essa relevância causa impacto. Hoje as novidades surgem na velocidade da luz e colhemos os frutos dos paradigmas quebrados naquela época.
Bruna Jones: Estamos quase no finalzinho deste ano, mas ainda assim... Tem novidades vindo por ai? Algo que você possa compartilhar com a gente?
Marcelo de Paula: Tenho alguns projetos em andamento, mas como bom aquariano, prefiro falar sobre eles no momento certo.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Tenho profunda gratidão por todas as pessoas que em algum momento me reconhecem, reconheceram meu trabalho, que sempre foi fruto de muita dedicação. Muito obrigado!" e para quem quiser continuar acompanhando ele nas redes sociais, é só procurar no Instagram por @depaulamarcelo, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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