Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E a nossa convidada de hoje é uma atriz premiada da nova geração, que esteve recentemente no reality show "The Bridge Brasil" e aceitou vir aqui compartilhar um pouco de suas experiências com a gente, estou falando da maravilhosa Polly Marinho. Vem conferir o nosso papo!
Bruna Jones: Você começou a sua carreira na televisão em 2009 ao participar de "Caminho das Índias" que acabou lhe rendendo um prêmio de atriz revelação. Mas antes da gente falar sobre isso, vamos voltar um pouco mais. Qual foi o seu primeiro contato com as artes cênicas e o que te fez desejar buscar uma carreira nesta área?
Polly Marinho: Meu primeiro contato com as artes cênicas foi aos 12 anos no Tablado, quando entrei pra escola. Na verdade foi antes, pois a minha avó queria tanto que eu entrasse para o Tablado que ela me colocou em uma escola antes para não chegar lá crua, então aos 12 anos já estava fazendo peças e tudo mais, fazendo testes na Globo também, pois produtores de elenco sempre apareciam por lá.
Bruna Jones: A gente sabe que construir uma carreira artística no Brasil é mais complicado, principalmente no inicio. Como foi o inicio da sua jornada? Quais foram as principais dificuldades que você encontrou pelo caminho?
Polly Marinho: Construir uma carreira no Brasil é complicado, ainda mais se você for uma pessoa negra, né? Ai é três vezes mais difícil ou até mais. Eu ainda tive alguns privilégios alcançados pela minha família, por morar em um bairro rico, poder fazer uma escola que era a maior que tinha, onde as pessoas iam buscar novos talentos, então tive esse privilégio e estar em um bairro com diversos artistas, além da minha mãe que trabalhava como continuísta na Rede Globo, que apesar dela nunca ter conseguido nada pra mim, ela tinha muitos amigos conhecidos, diretores, produtores, atores... Então nesse meio, não tive regalias, mas era muito querida por essas pessoas. Eu acho que o mais difícil na minha caminhada foi lutar contra o racismo dentro da classe, dentro do meio audiovisual, onde a gente fica estereotipada pegando sempre os mesmos papéis como empregada, escrava, ou gordinha feia que não tem namorado, melhor amiga da protagonista... E isso é algo que luto até hoje para fugir desses enquadramentos que a mídia impõe pra gente.
Bruna Jones: Como eu disse no começo, você iniciou a sua carreira com "Caminho das Índias" e logo de cara já recebeu o reconhecimento tanto do público quanto de profissionais em sua volta. Como foi vencer o prêmio "Prêmio Qualidade Brasil" por esta personagem?
Polly Marinho: Esse personagem realmente foi muito importante pra mim, porém não foi o meu primeiro. Eu já tinha feito "Malhação" com a Priscila Fantin, uma outra participação em uma novela que esqueci o nome agora, mas "Caminhos da Índia" foi incrível pra mim, até pelo fato de ter trabalhado com o meu amigo Babu Santana, meu melhor amigo Sidney Santiago, eu era ali do núcleo do Bruno Gagliasso que também era meu amigo, pois estudamos juntos no CÉU, muitos amigos queridos. Ganhar esse prêmio foi muito legal e especial, pois abriu diversas portas pra mim, acabei não passando batido, sabe? Um mês depois que acabou a novela eu já estava fazendo "Malhação", então realmente foi muito bom, eu tenho muito carinho por esse personagem, apesar de achar que ele acabou ficando um pouco apagado na história, pois depois diversos atores continuaram fazendo personagens com a Glória e a minha personagem mesmo com muito sucesso não foi muito reconhecida como a de outros atores, mas realmente, ela está em meu coração.
Bruna Jones: Desde então você não parou mais, fazendo diversas personagens, tanto na televisão quanto no cinema. Como costuma ser o seu processo criativo quando recebe uma nova personagem pra interpretar?
Polly Marinho: O processo criativo depende de cada trabalho, né? Tem diretores que gostam de trabalhar mais com os atores, outros menos, tem personagens que já vem prontos, que são mais difíceis de construir... Realmente eu fiz várias coisas diferentes e acho que o trabalho de construção depende mais de cada personagem e de cada diretor.
Bruna Jones: Entre as personagens que você já fez, existe alguma que seja a sua favorita e alguma que tenha sido a mais difícil que você teve que fazer?
Polly Marinho: Pra mim, os personagens mais difíceis e que eu me doou mais, são os personagens de teatro pelo fato de que os personagens que faço na televisão e no cinema até agora são personagens mais engraçados e divertidos, leves... E eu já tenho uma facilidade para a comédia, apesar de não ser o meu estilo predileto, prefiro fazer drama, mas como já tenho a facilidade para a comédia, fica mais fácil fazer essas personagens. No teatro é mais difícil, pois é um trabalho mais técnico, onde faço drama, tenho que fazer laboratório, são textos mais pesados... O personagem que eu mais gostei de fazer até hoje foi a Tatiana do texto do Gorki em "Os Pequenos Burgueses" onde era uma personagem mais pesada, dramática e carregada, pra mim foi difícil pois é o completo oposto de mim, tinha que chorar muito e adequar a minha técnica de choro para ter o gatilho de chorar quando quisesse, acabamos viajando a Europa, então pra mim é a personagem que tenho no meu coração, onde fizemos com o grupo "Nós do Morro".
Bruna Jones: Neste ano você esteve em uma situação diferente, você foi uma das participantes da primeira temporada do "The Bridge Brasil". O que te motivou a participar do reality show da HBO Max?
Polly Marinho: O que motivou a fazer o reality show foi dinheiro, rs... Nós artistas tivemos um cachê para participar, já que né? Por qual motivo largaríamos nossas casas, nossos filhos, nossas coisas, pra se meter naquela doideira? Nós ganhamos um cachê, agora pra quem não era artista eu acho que foi um cachê mínimo, mas a gente ganhou um cachê mesmo, pois eu não iria de graça pro meio do mato só para aparecer, rs... Até pelo fato de não ser o tipo de trabalho que eu faço, tanto o prêmio quanto o cachê para participar me motivou, e eu gosto muito de desafios, não é o primeiro reality show, eu já fiz alguns antes, mas é bem difícil eu conseguir falar não para convites, só depois que eu vejo a furada que eu me meti, rs... Mas foi muito interessante o "The Bridge", mas o que me motivou mesmo foi o cachê, pois é o que me motiva todo dia, como boa capricorniana.
Bruna Jones: Diferente dos realities que estamos acostumados a assistir, o "The Bridge" foi completamente gravado e editado, ou seja, vocês não tinham controle nenhum sobre o que iria ser exibido e nem da narrativa do programa. Como foi para você abrir mão da sua imagem, sabendo que sua participação poderia ser interpretada de diversas maneiras?
Polly Marinho: Eu fui quem eu realmente sou, não fiz personagem como teve gente lá que criou, teve gente sim, que estava ali fazendo uma imagem de "gente boa", "coletivo" e não era nada. Não está em nossas mãos, então eu não ligo muito e lido bem, costumo falar que se não tem remédio, remediado está. rs... Então eu não sofro muito não, sofri lá dentro e vivi as situações, mas não estava me importando com o que pensariam de mim pois estava sendo eu mesma, fui eu mesma e acredito ser uma pessoa do bem, mas claro que tenho meus defeitos, inclusive pude vê-los também, como falar alto e ser muito dramática, mas assim... Sai de lá com a minha consciência tranquila, fui eu o tempo todo, essa pessoa emocional, amorosa, carinhosa... Não fui personagem, eu sou assim e meus amigos sabem que eu sou assim, rs...
Bruna Jones: Aliás, falando em edição... Você chegou a acompanhar o programa quando foi lançado? Ficou surpresa com alguma coisa que tenha assistido?
Polly Marinho: Acompanhei. Eu estava muito ansiosa, a gente gravou esse reality show a um ano atrás, então a gente achou que ele acabaria sendo lançado no mesmo ano, só que mais pro final em novembro e o tempo passou, mil coisas aconteceram, ele não estreava de jeito nenhum, ficamos muito ansiosos. Então quando estreou eu assistia na madrugada mesmo quando era lançado, muita ansiedade. Fiquei surpresa com muitas coisas, com a edição, com alguns comentários que não vimos, que foram feitos em confessionários, pois a gente convivia ali juntos, mas todo dia éramos chamados para comentar algumas coisas em um local próximo, porém separados, então teve alguns comentários que fiquei surpresa, mas não levei nada pro coração ao ponto de ficar magoada. A única coisa que me chateou foi uma entrevista da Suyane que eu vi outro dia, onde ela me coloca em um lugar de arrogância, sabe? E ela era uma pessoa que eu estive ao lado o tempo todo e mesmo com a facada que ela deu nas costas, eu nunca tratei mal ou me desfiz dela, mas vi que ela deu essa entrevista e fiquei muito chateada, pois ela me diminui e eu só queria deixar claro que eu nunca quis o dinheiro dela, ela poderia fazer o que quisesse, eu fiquei chateada com a divisão que ela fez entre as pessoas pois ela se contradiz. Se eu tivesse ganhado o prêmio, eu iria dividir um pedaço com a galera e ficaria com o outro, pois eu sou a minha prioridade e todo mundo estava ganhando para estar ali. O que ela não entendeu é que ela errou em dizer que dividiria o prêmio por igual, que foi o que fez ela vencer, e quando chega no final e ela não divide, é isso o que as pessoas vão cobrar dela, fiquei chateada com a divisão entre 70 mil e 5 mil, sendo que o Arthur, o Fábio também eram pessoas que pensavam igual a ela e só ganharam 5 mil se contradizendo. Fico chateada com essa entrevista, pois ela me coloca em um lugar escroto como se eu não fosse fazer o que estava cobrando, mas ela não entendeu que não era por isso que estava sendo criticada e sim pela mentira, ela não foi justa na divisão com outras pessoas e é por isso que ela é realmente a vilã do programa, pois enganou todo mundo e ainda se ferrou toda, pois no final não deve ter ficado com nada, né? Se queimou, virou vilã, está cancelada e nem deve ter levado o dinheiro pra casa, rs...
Bruna Jones: Muita gente acabou gostando da sua participação no reality show e desejam ver mais de você neste universo. Se você fosse convidada para algo como o "BBB" ou "A Fazenda", você aceitaria participar?
Polly Marinho: A galera gostou de mim pois fui muito verdadeira, sou muito intensa, explodo, sou carinhosa, sou muito peculiar, por assim dizer, rs... E acho que gostaram também pois rolou uma traição, né? Uma virada de chave do jogo e eu acho que quem acaba sendo injustiçado meio que vira queridinho dos realities, pois eu sentia que nos primeiros episódios eu estava meio que sendo "cancelada", né? rs... Mas, se eu participaria de outro reality? Como eu falei antes, dependendo do cachê a gente vai sim, óbvio. Tenho uma filha para criar, sou uma artista negra num Brasil de Bolsonaro, então tem que trabalhar e ganhar dinheiro.
Bruna Jones: Felizmente estamos podendo retomar projetos este ano, existe alguma novidade sua vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente?
Polly Marinho: Tem muitas novidades vindo por ai, nesses últimos anos eu fiz uns dez filmes, tem "TPM" que é um filme com a Paloma Bernadi, que deve ser um dos primeiros a estrear, pois foi um dos primeiros que fiz em 2021. Tem "Mulheres Apaixonadas ao 40" com a Giovana Antonelli, onde faço a melhor amiga dela. Tem "Desapega" com a Glória Pires. Tem "De Repente Miss" com a Fabiana Karla, nossa, tem muita coisa pra estrear, rs... Tem a série da Clarice Falcão "A Eleita" pela Amazon, que deve estrear esse ano também, tem bastante coisa vindo ai, estou trabalhando sem parar tem dois anos já, então com certeza vai estrear uma coisa atrás da outra.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ela ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Fãs queridos, vamos pensar direito na hora da votação deste ano, vamos pensar conscientemente. As pessoas gostam de artistas, então elas precisam entender que sobrevivemos também, a gente está com um sindicato péssimo, não temos direito a nada, então não basta apenas gostar dos atores, é preciso entender que artistas também são pessoas iguais a você, que possuem família, se sustentam e sobrevivem, então vamos pensar direito na hora de votar, pois é fácil a gente gostar de ver filme, televisão e odiar artista como eu ouvi muito nos últimos quatro anos sobre essa idiotice de Lei Rouanet, que as pessoas falam sem saber do que estão falando. Tenha mais consciência, pensar no outro, pois amar o artista sem pensar em como eles sobrevivem e não pensar em como o artista sobreviveu nessa pandemia, não é amar o artista. É isso, ser consciente nessas eleições é o único recado que posso dar neste momento, beijos grandes!" e se vocês quiserem continuar acompanhando a moça nas redes sociais, é só procurar por @pollymarinho1 no Instagram e para contatos profissionais, é enviando um e-mail para polly.marinhojob@gmail.com, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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