Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é bem especial, principalmente se você cresceu nos anos 90 e ama tudo o que envolvia a cultura naquela época, como Tazos, Guaraná com Brinquedo e claro, Pokémon! Convidei o querido Wagner Tamborin, o Bág Ilustrador, que fez toda uma região de Pokémons inspirados no Brasil, vem conhecer um pouco mais dele e do seu projeto!
Bruna Jones: Neste ano você ganhou a internet ao nos apresentar a "Bágdex", um projeto que pegou bem no coração de todos, mas antes da gente falar mais sobre, vamos voltar ao início. Você é ilustrador. Como foi que você acabou se interessando pela profissão?
Wagner Tamborin: Eu gosto de desenhar desde que me entendo por gente. Desde pequeno eu me sentava na frente da televisão e copiava os desenhos que passavam na televisão. Eu sempre tive o desenho na minha vida como hobby. A ilustração só foi ser 100% meu ganha pão quando eu saí da faculdade (fazia Engenharia de Software) pra viver disso, em 2019.
Bruna Jones: Você conseguiu trabalhar para grandes empresas e projetos antes de conseguir se firmar com o seu próprio projeto, a "Bágdex". Qual foi a importância de ter essa experiência ampla antes de tomar a frente de algo tão grande como esse projeto já se tornou e continua a crescer?
Wagner Tamborin: Mesmo eu não ter seguido na área de TI, a faculdade foi um momento em que tive muitas oportunidades de networking. Fizemos na época uma empresa de desenvolvimento de jogos, onde eu era o artista, e isso nos proporcionou projetos bem bacanas e conhecer pessoas bem legais (Irmãos Piologo, Mauricio de Sousa etc.). Depois disso, já como ilustrador freelancer, eu usava a técnica do "fiz isso pra você, se gostar podemos fechar uma parceria pra fazer mais" com praticamente todos os clientes grandes que eu atendi (Luba, Canal PeeWee, Observatório Potter etc.). Uma vez que você tem um bom trabalho feito e exposto no portfólio, um cliente vai chamando o outro.
Bruna Jones: Falando sobre a "Bágdex" agora, como foi que você acabou decidindo escolher esse segmento de personagens para criar e compartilhar com o seu público?
Wagner Tamborin: Foi por um acaso. A Bágdex surgiu de uma brincadeira no TikTok, onde resolvi desenhar um Bem-te-vi como Pokémon por causa do meme que estourou em 2021. O vídeo viralizou e começou a virar uma bola de neve de sugestões para mais monstrinhos brasileiros no mesmo estilo. Depois disso, o projeto foi ficando cada vez mais sério, e 8 meses depois eu tinha 151 Bágmon inspirados no Brasil.
Bruna Jones: A "Bágdex" começou com as imagens lançadas para a Internet e com o passar do tempo, o projeto foi crescendo ao ponto de você já ter uma loja de produtos oficiais. Olhando agora para o início da sua jornada, como você se sente com todo esse reconhecimento e com o fato de as pessoas terem abraçado o seu projeto junto com você?
Wagner Tamborin: O alcance e as portas que a Bágdex está abrindo para mim, e agora com as pessoas que estão junto comigo na equipe, são coisas que eu jamais imaginei quando comecei o projeto. A maior parte disso foi possível graças à aceitação e a identificação do público com o projeto.
Bruna Jones: Apesar dos personagens terem sido lançados em um tempo relativamente pequeno, o projeto em si durou muito mais, certo? Tanto para construir os personagens fisicamente quanto para a pesquisa de base. Como foi esse período de construção do projeto?
Wagner Tamborin: A partir do momento que o projeto ficou sério, eu entrei em um ciclo de pesquisa e produção para cada um dos Bágmon. Alguns monstrinhos carregam aspectos culturais, informações importantes e dados científicos que não podem ser apresentados de qualquer forma. Isso demandou 8 meses de produção, em uma janela de tempo bem reduzida, pois fazia e ainda faço as coisas da Bágdex no meu tempo livre, já que trabalho full time em uma empresa de desenvolvimento de jogos hoje em dia.
Bruna Jones: Artistas em geral precisam contar bastante com a inspiração e talento. O que costuma te inspirar no seu dia a dia? Além disso, existe muita autocrítica e perfeccionismo. Como você lida com isso?
Wagner Tamborin: Confesso que a maioria dos Bágmon eu não tive muito empecilho para produzir, afinal, eles são baseados em coisas da nossa vida, do nosso cotidiano. Eu morei em fazenda até os meus 18 anos de idade, tive muito contato com coisas do interior e animais, isso me ajudou bastante. Fora as sugestões do pessoal, muita gente dava as mesmas sugestões, eu usava isso como termômetro para saber qual Bágmon seria o próximo/mais pedido. A questão da autocrítica atrapalhava um pouquinho, alguns que eu fiz lá no começo eu tive que redesenhar agora no final, pois depois de desenhar mais de 100 monstrinhos a minha técnica melhorou, e os primeiros estavam muito destoantes da qualidade dos últimos.
Bruna Jones: Com esse projeto, além de chamar a atenção do público, você também chamou a atenção de grandes marcas e artistas, entre tudo o que a "Bágdex" já te proporcionou, qual foi o acontecimento que ainda "não caiu a ficha" pra você?
Wagner Tamborin: Acho que a proporção do projeto como um todo ainda não caiu a ficha. Pessoas que eu sou fã a anos da internet conhecendo o meu trabalho, fazendo vídeos, vendo e conhecendo minhas criações... a um ano atrás eu nunca imaginei que ia trocar DM com a Nilce, por exemplo, e do nada estou eu, no meio de uma feira aqui da cidade conversando com ela sobre o projeto. É surreal e muito satisfatório pra mim como artista ter esse reconhecimento.
Bruna Jones: Sei que você finalizou a primeira geração recentemente e ainda tem muito trabalho vindo pela frente em cima desses primeiros personagens, mas sabe como é, né? Estamos ansiosos e adoramos spoilers. Você poderia dar um pequeno spoiler que seja sobre o que tem em mente para a segunda geração?
Wagner Tamborin: De fato, muita coisa ficou de fora, afinal, o Brasil é um país imenso e muito rico culturalmente, eu chuto que não arranhei nem 10% da superfície da nossa riqueza cultural e natural. Fora os Bágmon que foram esboçados e acabaram não cabendo na primeira geração. Para a segunda, quero explorar mais a parte de insetos e plantas, além de buscar mais coisas do nosso folclore e cultura indígena.
Bruna Jones: Querendo ou não, por causa do seu trabalho na internet, você acaba se expondo para o seu público, você deixa de, digamos, "ser uma pessoa comum" e se torna um rosto conhecido e que gera um retorno dos seus telespectadores. Como você lida com essa atenção que você recebe?
Wagner Tamborin: Eu tenho um certo conforto para gravar vídeos, falar em público, pois já fui professor, já dei palestras, então quando alguém me aborda para falar sobre o projeto eu fico muito feliz! Eu entendo que eu tenho uma certa responsabilidade que antes eu não tinha. Eu tenho crianças, pais e professores me acompanhando, não posso mais me dar ao luxo de “postar o que eu quiser” sem pensar em como esse pessoal vai receber esse conteúdo. É um cuidado especial a mais para o que eu faço, e para mim, é algo muito positivo.
Bruna Jones: Felizmente a gente está conseguindo colocar projetos em prática novamente depois de um longo período de incertezas, dito isso, tem novidades suas vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Wagner Tamborin: Nossa campanha de financiamento coletivo estará no ar em breve para todos que quiserem apoiar o desenvolvimento do jogo da Bágdex.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Eu gostaria de agradecer a cada um que me depositou esse voto de confiança em comprar a ideia da Bágdex e a seguir o meu trabalho. Muitos dizem que números de seguidores não importam, mas para mim, importam e muito! Cada seguidor novo é uma pessoa que comprou a ideia do projeto e espera ver mais sobre isso, e sem todas essas pessoas que estão me acompanhando hoje, nada disso estaria acontecendo. É um projeto que se forjou junto com a comunidade, e será assim sempre. Quem tá chegando agora, já puxa um banquinho aí na nossa roda, porque eu tenho certeza de que você vai se identificar!" e se quiser encontrar ele nas redes, ele também avisa: "Meu Instagram, TikTok, Twitter e Twitch são @bagilustrador. Lá vocês encontrar um link na minha bio para todo o meu conteúdo e para as novidades do projeto.", bacana né?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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