sábado, 30 de dezembro de 2023

Survivor Realidade Alternativa 6: Adriano Cooper


"Meu nome é Adriano Cooper, tenho 45 anos, sou de Camaçari, Bahia, onde trabalho como professor de história. Desde criança eu era aquela pessoa fascinada por livros, por aprender e não preciso nem dizer que não tinha muitos amigos, não é mesmo? Infelizmente isso é um problema que carrego comigo até hoje, então me preocupo um pouco com a parte social do jogo, mas a beleza de um reality show, é o fato de que ninguém conhece a gente ali, então eu posso interpretar um papel e ser quem eu quiser, espero que consiga desenvolver bem nessa área para permanecer na competição o máximo possível. 

Estou noivo, então não estou procurando um relacionamento amoroso, que aliás, acho que seria impossível de acontecer, ainda mais em um programa como esse, onde estamos passando fome, desconfortáveis, sem cuidados de higiene pessoal e tudo mais, acredito que o foco de todo mundo será 100% em sobreviver e acabar com o programa o mais rápido possível para a gente voltar pra civilização. Passar fome é outra coisa que me preocupa, pois sou nem apegado ao fato de me confortar com uma boa comida no fim de um longo dia de trabalho, não sei como vai ser a minha reação ao passar fome e espero que ninguém tenha a brilhante ideia de estragar comida, pelo menos não na minha frente."

LEMBRANDO QUE: Esta coluna é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. Todos os direitos de criação das personagens e suas histórias são reservados. Este material não pode ser publicado, reescrito ou redistribuído sem autorização. © 2015 - 2023

Qualquer novidade eu volto, lembrando que quem quiser entrar em contato comigo, pode add no facebook, procurando por "Bruna Jones" e que agora na página oficial do blog, vocês encontram conteúdo exclusivo: clique aqui! Podem também procurar e seguir no twitter e instagram no @odiariodebrunaj certo?

Survivor Realidade Alternativa 6: Adelmo Miranda


"Meu nome é Adelmo Miranda, tenho 71 anos e trabalho como segurança de um clube noturno em Taquari, Rio Grande do Sul. Tive uma carreira militar e após ser afastado por causa de problemas de saúde, resolvi começar o meu próprio negócio de segurança particular junto com alguns amigos e até hoje estou trabalhando ativamente nisso. As pessoas não costumam achar que tenho a minha idade, não sei por qual motivo, talvez pelo fato de levar uma vida saudável desde quando era jovem ou talvez por ter tido sorte geneticamente, não sei... Quando esse programa estreou, muita gente tentou me convencer a me inscrever, mas somente agora achei que seria o momento certo, acreditava que pessoas como eu jamais iriam participar de algo assim, mas felizmente estava errado. 

Sou um pouco competitivo, sim, rs... Acredito que se a gente está em um jogo, com certeza é para jogar, se fosse pra ficar tendo pena dos outros, a gente assistia um programa sensacionalista qualquer e não ia sair do conforto de nossas casas para se enfiar no meio do mato atoa, não é mesmo? O fato de não ter o público envolvido é algo que me anima, pois as pessoas não estão preparadas para jogadores que mentem e fazem o necessário para sobreviver em uma competição como essa. Espero chegar ao final do jogo e vencer, mas caso não aconteça, espero pelo menos chegar na experiência do júri, ficaria bem decepcionado em sair do jogo mais cedo."

LEMBRANDO QUE: Esta coluna é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. Todos os direitos de criação das personagens e suas histórias são reservados. Este material não pode ser publicado, reescrito ou redistribuído sem autorização. © 2015 - 2023

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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x50 - Álex Lamim


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é o querido YouTuber, Álex Lamim, que aceitou vir compartilhar com a gente um pouco de sua experiência na plataforma e também algumas curiosidades sobre sua própria coleção. Vem conferir o nosso papo!

Bruna Jones: Em 2017 você deu início ao seu canal no YouTube, compartilhando com o mundo da internet a sua coleção pessoal de bonecas. Mas, antes da gente falar mais sobre isso, vamos falar sobre antes... O que você costumava fazer antes da criação do canal? 
Álex Lamim: Antes da criação do canal eu era basicamente um consumidor desse tipo de conteúdo, e acho que por isso quis compartilhar a minha própria coleção e o que eu sabia sobre elas! O canal surgiu num momento em que tive uma folga do trabalho e da faculdade, quando pude me dedicar a produzir os vídeos, mas nunca pensei no canal como uma tarefa ou sequer carreira, pra mim sempre foi e continua sendo um hobby assim como colecionar! Então digamos que entre um cabelo lavado e um acessório pintado, eu só adicionei algo a mais no meu modo de colecionar! 

Bruna Jones: Quem acompanha o seu canal, sabe que você possui uma extensa coleção de bonecas, não é mesmo? Como surgiu essa paixão por elas? E existe alguma que você perdeu o "timming" de compra e que é o seu sonho de consumo, mas infelizmente é difícil de encontrar? 
Álex Lamim: Eu comecei a colecionar em 2014 quando trabalhava criando conteúdo pra mídias sociais de várias empresas. Uma delas era uma loja de brinquedos e assim eu tive contato com as bonecas de Ever After High. Eu diria que fui primeiramente fã da série de episódios, que já tinha assistido antes, e depois acabei caindo no mundo das bonecas, quando vi que seria divertido colecionar os personagens que eu gostava tanto! Definitivamente perdi o timing pra algumas bonecas e choro todo dia por isso hahaha... mas principalmente a Cerise Wolf, uma boneca de edição exclusiva da San Diego Comic Con, que hoje em dia é vendida por preços absurdos. Mas eu tenho fé que um dia coloco as mãos nela! 

Bruna Jones: Infelizmente a gente vive em um mundo no qual as pessoas possuem a ideia errada de que certos brinquedos são para determinadas pessoas (felizmente isso está mudando nos últimos anos, mesmo que lentamente), dito isso, como surgiu a ideia de criar conteúdo justamente sobre algo que poderia gerar reações diversas? 
Álex Lamim: Minha ideia sempre foi compartilhar o que eu sabia. Eu sou um sabichão, essa é a real hahaha... quando gosto muito de algo sou apaixonado por correr atrás de todo detalhe que eu puder achar sobre aquilo, e não queria ficar com tudo guardado pra mim, por isso o canal seria um jeito legal de espalhar tudo que eu sabia e a minha experiência com as bonecas! Felizmente no meu canal nunca precisei lidar com reações muito severas, qualquer mínimo comentário negativo sobre ser um homem adulto colecionando bonecas é cortado pela raiz. Esse é um aspecto que muitos colecionadores precisam lidar, mas eu sempre fui muito seguro quanto à minha coleção e não deixo que nenhuma opinião externa machuque algo que eu gosto tanto. 

Bruna Jones: Todo início de projeto é meio complicado, ainda mais quando se trata das plataformas sociais, onde surgem novos concorrentes a todo instante. Como foi para você esse início até conseguir estabelecer um público fiel? 
Álex Lamim: Eu sempre brinco que comecei o canal num péssimo momento hahaha em 2017 a gente vivia uma seca no mercado de bonecas e, graças a isso, não apareciam tantos criadores como hoje em dia, por isso tive meu tempo pra criar sem me preocupar com números inicialmente. Sinto que o meu público cresceu à medida que eu expandia os assuntos no canal, e eu também conquistei pessoas que estavam sedentas por esse conteúdo de bonecas, que já não era um tópico muito discutido nas mídias sociais, mas gosto de pensar que conquistei cada um com a qualidade dos vídeos. Sei que preciso melhorar o canal em muitos aspectos, mas desde o primeiro dia meu objetivo sempre foi entregar toda informação que eu pudesse com a melhor qualidade que eu poderia acessar, seja com vídeos bem iluminados até com reviews com informações valiosas e não só com o básico. Fico muito orgulhoso quando recebo feedbacks sobre isso, porque sinto que cumpri aquilo que me propus essa é uma das minhas marcas na comunidade. Depois da pandemia tivemos um renascimento do mercado de bonecas e os vídeos curtos deram outra cara pro colecionismo nas redes, mas todo criador novo pra mim é mais um amigo pra trocar experiência, um aprende com o outro, não acho que existe concorrência. Aliás, até queria, barraco sempre gera assunto, né! Hahaha (brincadeira) 

Bruna Jones: Aliás, muita gente acredita que ser YouTuber é bem fácil, que basta ter uma câmera boa e uma certa desenvoltura para conversar com o público que está tudo certo, mas não é bem assim. Você tem que planejar o seu roteiro, editar no menor tempo possível, cuidar de cenário e todos os pequenos detalhes. Como é para você lidar com tudo isso e também, como você se organiza para fazer as postagens, existem prazos que você estabelece para si mesmo? 
Álex Lamim: Pois é, não é tão fácil quanto parece! Meu maior desafio é psicológico, eu não sou uma pessoa que lida bem com prazos e pressão, e seja no canal, seja no meu trabalho "da vida real", esses são pontos com que eu lido o tempo todo. Como designer, eu aprendi a exigir o meu melhor pros clientes, então exijo meu melhor pro meu próprio conteúdo também, e isso nem sempre bate com os prazos que eu coloco pra mim mesmo, por isso é sempre correria em cima da hora hahaha hoje em dia eu já tenho uma compreensão bem melhor do tempo que eu preciso pra produzir cada tipo de vídeo, então a função se tornou menos caótica e minha mente fica mais leve, mas como eu disse antes, o canal ainda é um hobby que eu amo fazer, então quando eu não consigo produzir seja porque um equipamento bugou ou porque minha própria cabeça bugou, eu não me martirizo, e me esforço pra entregar assim que puder e estiver bem, tentando, é claro, suprir ao máximo as expectativas do pessoal que me assiste. 

Bruna Jones: No seu canal, apesar de falar de bonecas de outras franquias, eu diria que seu material é mais focado nas "Ever After High" e "Monster High", claro que estamos falando da sua coleção pessoal, então, qual é a sua ligação com essas franquias e em algum momento você pensa em expandir seu conteúdo para outros nichos, como as Princesas Disney, por exemplo? 
Álex Lamim: Esse é exatamente o ponto, eu falo muito do que eu coleciono, das bonecas que eu realmente amo, e Ever After High e Monster High foram algumas das minhas primeiras paixões! Eu conheci Monster High porque estava vivo… era só disso que precisava, elas estavam por toda parte no início dos anos 2010, hahaha! E por consequência a série de Ever After High, como eu mencionei antes, só então comecei a colecionar. Em determinado momento eu exigi de mim que eu falasse de todas as bonecas que eu poderia, mas me dei conta de que seria impossível falar de tudo com a qualidade e informação que eu proponho, por isso eu procuro formas de abordar outras franquias em conteúdos paralelos, seja comentando lançamentos ou fazendo comparações entre elas. O público adora acompanhar e me ver falar sobre as bonecas que eu mais gosto, mas também gosta de saber sobre outras franquias e sempre que possível eu tento atender. 

Bruna Jones: Você compartilha conteúdo ajudando/ensinando outras pessoas a cuidarem e restaurarem suas bonecas, com tutoriais de cuidados com cabelo, trocas de peças, etc... Como é para você ter essa troca com a comunidade? 
Álex Lamim: Eu me sinto grato de verdade! Até porque muitos ensinamentos no canal eu aprendo com a experiência de vários outros colecionadores também. Nenhum de nós tira essas coisas do nada, a gente vai aprendendo e passando pra frente, é um círculo de conhecimento e os vídeos existem pra espalhar as dicas ainda mais. Eu amo bonecas, acredite, quero ver todas as bonecas do mundo LINDAS! Então quando recebo o feedback que alguém usou um tutorial meu e conseguiu deixar a boneca nos trinques, não tem sentimento melhor. Um dia incrível foi quando um amigo me mandou fotos da mãe dele arrumando o cabelo das bonecas de uma sobrinha, seguindo um tutorial do canal. Recebo muitos comentários de mães e colecionadores agradecendo e elogiando minha forma de explicar, então realmente sinto que fiz o mundo melhor através de shampoo e condicionador! Hahahaha 

Bruna Jones: Aliás, querendo ou não, por causa do seu trabalho no YouTube, você acaba se expondo para o seu público, você deixa de, digamos, "ser uma pessoa comum" e se torna um rosto conhecido e que gera um retorno dos seus telespectadores. Como você lida com essa atenção que você recebe? 
Álex Lamim: Não vou mentir que ter apoio é muito bom, as pessoas já conhecem meu modo de pensar e confiam no que eu falo, e isso não tem preço, mesmo! No geral eu ainda quero me comportar como só mais um colecionador, até porque é o que eu sou, mas sei que tenho uma responsabilidade, por isso me preocupo muito com o que sai da minha boca (ou dos meus dedos). A comunidade é cheia de gente espalhando inverdades ou aumentando informações que nem deveriam ser grande coisa, por isso eu gosto de opinar só quando já pesquisei e sei do que estou falando. 

Bruna Jones: Entre os vídeos que já produziu, tem algum que se tornou o seu favorito? Qual é aquele que você sente mais orgulho de ter produzido? 
Álex Lamim: Nossa, pergunta difícil... eu fico muito orgulhoso por coisas pequenas, como quando vejo aleatoriamente alguém mencionar que aprendeu tal informação em um vídeo meu, ou quando dizem que mudaram de ideia sobre uma boneca depois de um review... mas se for pra escolher vídeos, eu adoro o "Os casais que amamos e odiamos" com o Floriano Laudomir, outro criador incrível do YouTube, e também gosto muito de um recente "A Origem Secreta de Ever After High", porque é uma informação que eu fui juntando caquinhos pra conseguir. 

Bruna Jones: Já estamos quase chegando no final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por aí que você possa compartilhar com a gente? 
Álex Lamim: Olha... não gosto de prometer nada porque é justamente quando eu falo que acaba não acontecendo. Toda vez! Hahahaha mas eu tenho um vídeo muito legal em mente que queria produzir antes do ano acabar! 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Meu recado é… aproveitem o que vocês curtem! Acho que várias vezes a gente pauta nossos gostos segundo o que as pessoas esperam da gente e se sente acuado por gostar de algo que não é convencional, mas a gente só vive uma vez! Se seu hobby for brincar com seu gato, montar Legos, desenhar ou trocar roupinha de bonecas, faz isso, afinal de contas o mundo tá acabando hahahaha. Bruna, muito obrigado pelo convite 😭 por me apresentar pros seus leitores, e se vocês quiserem me encontrar, estou no canal Álex Lamim no YouTube e no Instagram e TikTok em @oiesoualex! No Twitter é @totallyplastics 💕"


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x49 - Marcello Picchi


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é o queridíssimo ator Marcello Picchi, que possui uma carreira incrível e acabou topando vir compartilhar com a gente um pouco da sua história e experiências que ele teve ao longo dos anos. Bora conferir o nosso papo?

Bruna Jones: Hoje você já possui uma carreira sólida e consagrada como ator, fazendo parte de grandes elencos da televisão e cinema. Mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar ao começo, sim? Qual foi o seu primeiro contato com as artes cênicas e o que te motivou a buscar uma carreira nela?
Marcello Picchi: Eu comecei a me interessar pela arte de interpretar quando ainda estava em São Carlos, minha cidade natal, e eu fazia serviço militar e tocava numa banda que foi convidada para inaugurar o teatro municipal da cidade, ai estava com 18 anos e sobraram alguns lugares, nos convidaram para assistir e foi a primeira vez que vi uma peça de teatro, que inclusive era com o Tarcísio Meira e ai me encantei com aquilo tudo, no dia seguinte estava lá no teatro perguntando como que fazia parte daquilo, acabaram me colocando num grupo de teatro amador, mas era um teatro amador muito bom, uma época muito efervescente, entre os anos 69 e 70, cidade do interior, mas muito rica e importante. Nós amadores ajudávamos em tudo, bilheteria, montar cenário e eventualmente substituir algum ator, tinha uma parceria muito boa entre os profissionais e amadores, com isso eles nos davam palestras e cursos em troca. Em um desses cursos, fui revelado para fazer um papel principal numa peça que depois foi montado profissionalmente em São Paulo, acabei sendo catapultado do teatro amador para o profissional, fiquei uns quatro anos no teatro amador onde fiz a minha grande formação teatral e fui para São Paulo, onde estreei nesse grande clássico "Pena Ela Ser o Que é" de John Ford em 1970, de lá pra cá não parei, fui em 1975 para a TV Tupi em São Paulo, depois abriu um teste no Rio de Janeiro para a TV Globo, eu já tinha feito umas quatro novelas antes de ir para a Globo, onde fui fazer um teste com o Walter Avancini, Daniel Filho e outros diretores e acabei passando, sendo contrato imediatamente, só que eu não podia ficar, pois estava em temporada em São Paulo com a Greta Garbo, "Quem Diria, Acabou no Irajá" com o Raul Cortez também e com isso perdi a oportunidade de estar em "Gabriela" que seria a minha primeira novela na emissora, eu só consegui voltar ao Rio quando consegui um substituto para a peça em São Paulo e então estrelei a minha primeira novela que foi o "Bravo" de Janet Clair, a primeira novela colorida da Rede Globo, interpretei o filho do Carlos Eduardo Dolabella e neto do maravilhoso Grande Otelo, numa novela muito longa que falava sobre um maestro. Depois dessa novela vieram outras vinte novelas na Rede Globo, novelas na Manchete, na Record, no SBT, enfim... Trabalhei em todas as emissoras.         

Bruna Jones: A gente sabe que construir uma carreira artística no Brasil é mais complicado, principalmente no início. Como foi o início da sua jornada? Quais foram as principais dificuldades que você encontrou pelo caminho?
Marcello Picchi: As principais dificuldades que a gente encontra na carreira artística é a continuidade, você as vezes fica entre fazer algo comercial onde vai dar dinheiro e nome, e uma coisa onde você vai aprender e desenvolver o seu talento em uma coisa mais artística. As vezes a gente acaba escolhendo uma coisa mais artística, uma coisa mais "nobre" digamos assim, mas que te prejudica na popularidade, pois você não tem o ibope da televisão, ou seja, as vezes você escolhe o teatro sendo que na televisão você poderia ter uma carreira mais longa, com mais convites, as vezes esses convites fluem mais para quem faz televisão do que pra quem faz teatro... Eu não tenho muito do que reclamar pois sempre tive muito trabalho, mas acredito que essa é uma das principais dificuldades de um artista, é se manter empregado. Pessoalmente eu não encontrei qualquer dificuldade, a minha carreira foi fluindo muito bem, do teatro para a televisão, pro cinema depois, sempre muito bem aceito e absorvido pelo mercado, até que eu meio que parei de aceitar convites e fiquei interessado em estudar, onde fui fazer a faculdade de filosofia que me tomou muito tempo e em seguida fiz licenciatura que me fez sair um pouco das telas e dos palcos. Gostaria de estar mais atuante como ator, mas acho que foi uma coisa que me dei, um presente, pois como tive sucesso no trabalho muito cedo, assim como filhos, não tive como parar para fazer uma faculdade e tudo mais, então aos 60 anos eu comecei a me dar esse direito.     


Bruna Jones: Você é um ator que veio do teatro e teve a oportunidade de estar em grandes palcos e adaptações, ainda assim, muita gente ao redor do mundo tem a ideia errada de que se você não está fazendo televisão, então você não está "no auge", mas eu acredito que o teatro é a base de tudo que vem pela frente, você também acredita nisso? E já aconteceu alguma coisa inusitada com você no palco que você teve que contornar sem a plateia perceber que estava fora do roteiro?
Marcello Picchi: Essa pergunta me lembrou a Eva Todor, rs.. Eu trabalhei com ela numa peça clássica, mas ela não decorava texto, ela só queria saber o que ela iria fazer... Ela entrava em cena e algumas vezes já contava o final da peça, imagina? rs... A gente tinha que se virar nos trinta para arrumar o assunto, rs... Mas foi um grande aprendizado pra mim trabalhar com a Eva Todor, o Grande Otelo, esse pessoal das antigas.    

Bruna Jones: Quando você começou a sua carreira, as coisas eram completamente diferente do que é hoje em dia. Atores que conquistavam o titulo de galãs como você, recebia diversas cartas de fãs, elas esperavam na porta de emissoras, eram capas de revistas, etc... Então, a pergunta é: Como foi para você chegar nesse universo da televisão e ter que lidar com esse tipo de "assédio" de fãs, mídia, ter  a sua intimidade exposta para o Brasil? 
Marcello Picchi: Lidar com o assédio das fãs nunca foi muito fácil pra mim, pois não era a ideia que eu tinha sobre ser ator. A ideia que eu tinha era sobre a qualidade de representar, o talento, a performance em si. Quando comecei a ser assediado pelas fãs e pela mídia até me assustei, eu nem sabia que era bonito e que isso levaria em conta, enfim... Eu meio que queimei essa etapa da minha vida, nunca valorizei isso... Hoje em dia eu acho que eu poderia ter aproveitado mais, ganhado mais e ser mais beneficiado, mas era uma coisa muito nova, eu não fui preparado para isso, fui preparado para ser um ator e não um galã.     

Bruna Jones: Artistas tendem a ser muito perfeccionistas com seus próprios trabalhos e isso muitas vezes acaba atrapalhando alguns projetos. Você costuma ser mais autocrítico? Se sim, como você lida com isso? 
Marcello Picchi: De fato, eu costumo ser muito critico comigo mesmo e bastante perfeccionista, tanto que raramente eu vejo um trabalho meu em audiovisual ou assisto um programa ou filme meu, quando assisto é sempre uma tortura, rs... Eu até prefiro fazer teatro pelo fato de não ter como a gente ver, rs...


Bruna Jones:
 Ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira, você já teve a oportunidade de interpretar diversos papéis diferentes. Como costuma ser o seu processo criativo quando recebe algum roteiro novo? 
Marcello Picchi: Eu sou um ator antigo e adepto ao método Stanislavski, que é procurar recriar o mundo interior da personagem, aquilo que ela não fala, que está implícito e ela não diz, todos esses monólogos interiores da personagem são muito importantes pra mim na criação da personagem.   

Bruna Jones: Entre os personagens que você teve a possibilidade de interpretar, teve algum que acabou sendo mais difícil de compor ou de se relacionar?
Marcello Picchi: Não teve um personagem mais difícil em especial, todos foram muito difíceis no sentido do cuidado, da elaboração, do aperfeiçoamento que nunca para, quando é teatro até o último dia de espetáculo você está buscando... Isso torna difícil, mas não no sentido de impossibilidade, mas no sentido de riqueza de detalhes, de cuidado...   

Bruna Jones: Seu projeto mais recente é o "Mussum, o Filmis" que chega aos cinemas agora em novembro. Como foi para você fazer parte deste projeto? Pode adiantar alguma coisa sobre o seu personagem? 
Marcello Picchi: Meu personagem é uma participação pequena, porém, como todos os atores convidados fazendo participações afetivas... É um projeto maravilhoso ligado ao movimento negro, engajado, que é uma coisa que nós que somos atores progressistas gostamos e agradecemos por poder trabalhar em um projeto como esse. Eu faço um personagem que foi o Milton Carneiro, que eu conheci e que na época foi um grande comediante, empresário e diretor, foi muito emocionante no dia da filmagem, ver as pessoas caracterizadas pois se trata de um passado recente no qual eu vivenciei, foi até assustador ficar ali com o pessoal caracterizado. Fiz um filme dos Trapalhões que se chama "Escola Atrapalhada" que passa nas férias e eu fazia um professor de educação física ligado ao Supla e a criançada adora, enfim... Eu adorei e estou grato por ter sido chamado para fazer esse filme e adorei o resultado, eu estou tão bem que nem me reconheci, rs... Fiquei questionando quem era o ator e era eu, rs... Foi genial isso! É um ótimo sinal quando isso acontece. rs... 

Bruna Jones: Hoje em dia os realities acabaram se tornando tão populares na televisão quanto as novelas eram algumas décadas atrás. Existem diversos tipos: Confinamento, culinária, musical, sobrevivência, dia-a-dia familiar, etc... Se você fosse convidado para algo do tipo, participaria?
Marcello Picchi: Eu não acho que gostaria de participar de um reality qualquer não, isso é uma coisa do mundo moderno do qual eu não consigo assimilar muito essa exposição da intimidade, esse strip-tease emocional, que nem precisa ser somente nos realities, isso já acontece nas redes sociais, como o Facebook e Instagram, onde as pessoas falam da vida pessoal e não tem diferença do que é intimo do que é público. Eu sou de outra época, me desculpe.   

Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente?
Marcello Picchi: A novidade que eu gostaria de compartilhar é que fiquei muito feliz de participar do filme "Mussum, o Filmis", fiquei muito feliz em participar de um filme tão bom e engajado no movimento negro, que é uma coisa da qual sou adepto e me senti muito orgulhoso e emocionado de fazer o filme, ele fala de um passado que também é recente, fala de pessoas com as quais já trabalhei, convivi com o Mussum, com o Chico Anysio, o Sherman, com aquele pessoal todo, inclusive o Milton Carneiro, que é o personagem que eu interpreto, e ali no dia da gravação ver as pessoas caracterizadas tão perfeitamente, fiquei emocionado aos prantos abraçando todos aqueles atores que encarnaram tão bem esses papéis tão importantes para a arte Brasileira. E o Ailton Graça que é um cara maravilhoso, o diretor, foi tudo muito bom e o filme em si eu creio que fará muito sucesso, está muito bem feito, prende a sua atenção e você quer ficar ali vendo... Queria até que fosse uma minissérie e não apenas um filme. Além disso, também informo em primeira mão que estou me mudando para São Paulo em busca de um mercado de trabalho mais aquecido. Vai ser um retorno a minhas origens.  

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Aos meus fãs, por favor... Prestem atenção aos seus corpos. Todo dia de manhã diga bom dia aos seus corpos, perguntem como eles querem passar o dia, o que querem comer... A gente vive uma relação com o corpo, como se fosse uma simples continuidade obrigada a fazer nossas vontades e é daí que vem as doenças e indisposições, a falta de animo e de energia... Por isso, presentem atenção nos seus corpos, conversem com o seu corpo!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar no Instagram por @picchimarcello e para contato profissional, é só enviar uma mensagem para (21) 97698-5591 onde ele avisa que "precisando de um coroa bacana, funcional, bonito, talentoso para atuar em projetos, rs... É só chamar!" e no YouTube ele também tem um canal onde ele gravou vídeos de contos escritos pelo filho Thiago Picchi que ele dramatizou durante a época da pandemia, são gravações caseiras, mas estão perfeitas. A preferida do Marcello é essa que estamos deixando aqui para vocês conferirem, olha só!

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x48 - Ed Moraes


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é o queridíssimo ator, Ed Moraes, que aceitou vir aqui compartilhar um pouco da sua carreira e experiências que ele teve ao longo os anos. Bora conferir? 

Bruna Jones: Você possui uma carreira de mais de 20 anos como ator, antes da gente falar um pouco mais sobre isso, vamos voltar lá no inicio, sim? Qual foi o seu primeiro contato com essa área e o que te motivou a buscar uma carreira nela? 
Ed Moraes: Parece mentira ou coisa de filme. Estava em 1996, aos 14 anos de idade buscando no jornal amarelinho de classificados de empregos aqui na periferia de São Paulo onde morava, meu primeiro trabalho pra ajudar os meus pais que estavam numa situação delicada financeiramente. Vi um anúncio Curso de Teatro, Cinema e Televisão e fui atrás. Quando pisei a primeira vez no palco, algo dentro de mim se abriu e não consegui viver mais sem aquilo. O curso era um golpe caça níquel, mas o meu encontro com o palco e as artes era real. Foi amor a primeira vista. Foi onde tudo começou e acabou não tendo outra saída. 

Bruna Jones: Acredito que carreira nas artes de maneira geral, costumam ser um pouco mais difíceis no inicio, seja por questões de oportunidades ou até mesmo financeiras, dito isso, como foi o inicio da sua carreira? Quais dificuldades você encontrou até conseguir se firmar? 
Ed Moraes: Sem dúvida nenhuma. No Brasil, para quem vem da periferia como eu onde não teve acesso a cultura, uma educação pública boa e nem condições de pagar cursos, as dificuldades são infinitamente maiores. Comi o pão que o diabo amassou literalmente. Tive que parar de fazer curso de teatro pra sobreviver uma época. Era trabalhar pra comer ou não estaria nem vivo pra correr atrás desse sonho. A falta de oportunidade é imensa. E digo que num outro nível, 20 anos depois, ainda existem MUITAS dificuldades e pouquíssimas oportunidades até hoje. Quase nenhum produtor de casting de fora costuma ir ao teatro em São Paulo pesquisar elenco. Fica rodando entre os mesmos da bolha carioca. Felizmente, recentemente se abriram para os irmãos do Nordeste e viram que gente desconhecida podem fazer um trabalho impresso. Já foi um grande avanço. Mas ainda existe muita gente incrível que tá praticamente passando fome ou desistindo das artes. No Brasil é cada vez mais desolador ser artista sem grande visibilidade na televisão ou Streaming.

Bruna Jones: Você é um ator que veio do teatro e teve a oportunidade de estar em grandes palcos e adaptações, ainda assim, muita gente ao redor do mundo tem a ideia errada de que se você não está fazendo televisão, então você não está "no auge", mas eu acredito que o teatro é a base de tudo que vem pela frente, você também acredita nisso? 
Ed Moraes: O teatro é a base de qualquer artista. Ator tem muito por aí. Inclusive qualquer ex "BBB", influencer ou cantor estão protagonizando novelas, sendo atores momentaneamente. Agora artista não. Artista é outra parada. E o grande público brasileiro não tá nem aí pra artista. Ele gosta de famoso... De celebridade. De gente com milhões de seguidores. A cultura no país nunca vai mudar se não aliar a educação. É preciso educar desde cedo. Talvez daqui várias gerações algo possa estar melhor. Espero deixar um mundo melhor para os nossos que ficam. 

Bruna Jones: Aliás, falando em teatro, já aconteceu alguma coisa inusitada com você no palco que você teve que contornar sem a plateia perceber que estava fora do roteiro?
Ed Moraes: Já aconteceu muita coisa comigo no palco. Esquecer texto, se machucar em cena, sangrar, cair, entrar em cena com joelho fraturado e aguentando milagrosamente sem mancar, inverter textos, projeção não funcionar, companheiro perder o tempo da fala ou entrada. Mas o mais inusitado foi alguém quase vomitar com o texto que estava dizendo de tanto que mexeu com ela o meu discurso. Não tem preço que pague. 

Bruna Jones: Artistas tendem a ser muito perfeccionistas com seus próprios trabalhos e isso muitas vezes acaba atrapalhando alguns projetos. Você costuma ser mais autocrítico? Se sim, como você lida com isso? 
Ed Moraes: Essa pergunta é sensacional e resume bem que é Ed Moraes. Eu sou completamente perfeccionista. Busco excelência em tudo o que eu faço. Tanto que nos últimos 13 anos eu fiz poucas peças por não topar fazer qualquer coisa nos palcos. Desde 2010 botei na cabeça se for pra fazer qualquer coisa no palco vou procurar um emprego CLT em qualquer área. Ou eu faço algo pensando em transformar o outro ou nem saio de casa. Tanto que estou desde 2019 buscando uma peça nova e não encontro nenhum texto potente pra levar ao palco. Já desisti de 3 projetos nesse meio tempo. O mundo tá acabando, guerras, catástrofe climática, pandemia etc e eu vou aos palcos pra falar um texto clássico, como uma tragédia grega ou Shakespeare? Não faz nenhum sentido se não tiver um adaptação muito bem feita ao nosso tempo. Ao contrario de muita gente que leva qualquer coisa ao palco. Acho isso de uma irresponsabilidade tremenda e uma falta de consciência. Mas como eu disse: artista mesmo são poucos. 

Bruna Jones: Ao longo da sua carreira você já teve a oportunidade de interpretar diversos tipos de papéis, desde personagens mais sérios e até mesmo alguns mais voltados para o humor. No geral, existe algum tipo de personagem que seja o teu preferido na hora de interpretar? 
Ed Moraes: Eu amo personagens que me desafiem a sair do lugar comum. Que me traga algo novo. Não me interessa mais fazer comedia rasas que não dizem nada de importante ou causem reflexão. Sou um ator camaleônico. Amo me transmutar. De ficar irreconhecível. Tanto que fiquei 7 anos em cartaz com o espetáculo Limpe todo o sangue antes que o carpete, de Jô Bilac e pouca gente sabe que sou eu, por estar irreconhecível em cena. Mas ultimamente tenho um objetivo. Quero personagens dramáticos. Profundos em camadas. Que não sejam chapados. Que tenham curvas e não sejam apenas pequenas participações. Trabalhos que  realmente consiga mostrar o meu talento. Quero fazer o galã. Quem disse que só a beleza padrão que pode? Gente excêntrica não ama, não se relaciona, não arrasa corações por aí? 😂 Tive uma fagulha de personagem "meio" vilão e engraçado na série "Notícias Populares" e sei que posso fazer algo maravilhoso nessa linha. Pode parecer prepotência, mas depois de muitos anos de terapia estou pronto pra dizer isso: Eu tenho cacife pra ser um protagonista de novela ou qualquer grande série em streaming ou filme. Trabalho como ator há 20 anos, sabe quantas vezes fui chamado pra um teste pra novela nesses 20 anos? Nenhuma. Isso resume bem a vida de ator no Brasil. 

Bruna Jones: Na profissão de ator, você acaba interpretando papéis que as vezes estão completamente fora da sua realidade ou com atitudes das quais você pessoalmente não concordaria e muitos atores acabam buscando exatamente esses tipos de papéis. O que você pensa sobre isso? Encararia fazer algo completamente fora da sua zona de conforto? 
Ed Moraes: Essa inclusive é a minha busca nos projetos. Eu não julgo os meus personagens se o que eles fazem ou falam é certo ou errado. Não cabe a mim julgar nada. Eu busco entendê-los profundamente e levo ao público para que eles digam. Eu não preciso ser um psicopata ou assassino pra fazer um. Diferente de outras pautas reivindicadas ultimamente que são legítimas. Meu sonho é fazer um serial killer. Sabe aqueles bem internalizados que vc convive e nem imagina que seria capaz de fazer um absurdo desse? Então, é esse o meu personagem sonho. Além do Antônio, o português marido de Luísa Mahin e pai do Luiz Gama que o vendeu por dívidas. Li o livro "Um Defeito de Cor" de Ana Maria Gonçalves ele mudou a minha vida. Aliás, a Globo prepara uma série de adaptação a essa obra. Eu nasci pra fazer esse personagem. Sabe quando vc tem certeza que os 20 anos só me serviram para me preparar pra esse papel? Então, nem sei pra quando a Globo vai levar Um defeito de Cor as telas, mas sei o que esse personagem é meu ninguém tira ele de mim. Que fiquei registrado aqui para Rede Globo de televisão: Esse personagem é meu. 

Bruna Jones: Falando em personagens, como costuma ser o seu processo de trabalho na hora de construir um personagem? 
Ed Moraes: Com o passar dos anos os métodos vão mudando. Hoje eu busco menos a questão física na construção do personagem e me debruçar completamente na questão psicológica e comportamental dele. Vou construindo por camadas após um estudo aprofundado de imersão. Eu estudo muito. Sou aquele famoso CDF em tudo o que faço. Mas cada trabalho é um processo. Ele mesmo aponta as demandas. Eu escuto MUITO a minha intuição e sigo sempre por ela. Meu método é a minha intuição (após muito estudo óbvio).

Bruna Jones: Hoje em dia os realities acabaram se tornando tão populares na televisão quanto as novelas eram algumas décadas atrás. Existem diversos tipos: Confinamento, culinária, musical, sobrevivência, dia-a-dia familiar, etc... Se você fosse convidado para algo do tipo, participaria? 
Ed Moraes: Hoje eu acredito que de forma alguma toparia participar de qualquer tipo de reality show. Mas eu cheguei numa fase da vida que nunca digo nunca, rs. Cada um sabe onde o calo aperta. 

Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente? 
Ed Moraes: Esse segundo semestre foi muito importante pra mim. Acabei de estrear 1 mês atrás a série Notícias Populares no Canal Brasil e Globoplay + canais e estreio um projeto muito especial chamado: "Betinho: no fio da navalha" que chega no Globoplay 01/12 e futuramente acredito que também estará na televisão aberta. Esse é sem dúvida o projeto mais especial nesses meus 20 anos como ator. Veio como um prêmio de celebração deste momento. Espero que o público se apaixone como eu pela obra. Interpreto Herbert Daniel que é um dos nossos brasileiros que fizeram história pela luta pelo nosso país e nossa democracia. Quase um herói anônimo. O último exilado político a voltar para o Brasil e um dos principais nomes pela conquista da mediação gratuita da medicação para HIV no Brasil. Inclusive, participei também de  documentário sobre as memórias de Herbert Daniel que estreia em 2024, falando um pouco da minha experiência e contato com esse papel nessa série importante da Globo. Por agora é isso que posso revelar. Em breve mais novidades. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Obrigado as pessoas que consomem arte no Brasil. Que vão ao teatro. Que vão ao cinema prestigiar filmes brasileiros. Que consome séries brasileiras. Para vocês: minha eterna gratidão e um beijo enorme. Vocês podem me seguir e chamar no Instagram que eu adoro interagir: @edmoraesed" e se vocês quiserem mais informações de contato ou sobre a carreira dele, basta conferir AQUI o seu site, beleza?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x47 - Marcelo de Paula


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje já é conhecido de vocês, em 2016 a gente teve o prazer de receber o modelo e empresário, Marcelo de Paula (AQUI), e hoje, ele retorna ao blog para conversar um pouco mais sobre a sua carreira e dar algumas dicas para quem pensa em seguir carreira nessa área, vem conferir.

Bruna Jones: Para quem não se lembra, você está na carreira da moda praticamente a sua vida inteira, começando ainda bebê fazendo publicidade para marcas, não é mesmo? Ainda hoje você atua nos dois lados da profissão, fazendo publicidade e também nos bastidores, dito isso, você acredita que estava destinado a essa profissão ou simplesmente acabou desenvolvendo o gosto através dos anos? 
Marcelo de Paula: Já pensei muito sobre tudo o que aconteceu comigo. O concurso de Bebê Johnson em 1969 com 1 ano de idade e tudo que veio depois. E toda vez que penso em deixar a moda aparece uma oportunidade nova. E colocar todos esses modelos que passaram pelas minhas mãos no mercado de trabalho me dá muito orgulho. Então penso que estava destinado mesmo. 

Bruna Jones: E como foi que você acabou tomando a decisão de iria começar a trabalhar nos bastidores e na formação de outros modelos? 
Marcelo de Paula: Eu comecei a namorar um modelo e ele me colocou no mundo dos cursos de modelo. Aprendi com o melhor e nessa loucura toda ficamos 4 anos namorando dai a relação acabou e ficamos mais 15 anos rodando o Brasil de Norte a Sul descobrindo novos talentos.

Bruna Jones: Sendo alguém que começou uma carreira ainda bebê e que no decorrer dos anos, essa carreira acabou se tornando pública, como você aconselharia os pais que buscam esse mesmo sonho/objetivo para seus filhos?
Marcelo de Paula: Essa pergunta sempre vem. Os pais sempre tem dúvidas e muitos sonhos porque acham que é só luxo e glamour mas a realidade é bem outra. E eu sempre sou direto com os pais e coloco que é trabalho duro horas e horas de trabalho. E sempre fico mais sossegado quando os pais podem ir junto pra São Paulo ou Rio de Janeiro. Então ser transparente é o ideal.

Bruna Jones: Inclusive, muitas pessoas sonham em prosperar nessa carreira, seja como modelo ou como ator, mas nem sempre somente o desejo consegue fazer com que a pessoa desenvolva uma carreira. Já aconteceu com você casos em que no decorrer das aulas/preparação, foi notando que a pessoa não estava indo pelo caminho certo? Se sim, como lida neste momento? 
Marcelo de Paula: Eu considero o curso bem importante mesmo se o aluno resolver não seguir carreira. O que eles aprendem é pra vida toda. E vão aproveitar no trabalho, na escola, no dia dia deles em casa. Até porque muitas vezes é sonho dos pais que os filhos sejam famosos, então tento orientar pra coisa ficar leve e não ter pressão. 

Bruna Jones: Outro ponto sobre o pensamento das pessoas, é que elas normalmente acham que ao se tornarem modelos, vão passar a viver uma vida de luxo e glamour diariamente. É isso mesmo? Como você costuma aconselhar no gerenciamento de expectativa dos novos alunos? 
Marcelo de Paula: Sou sempre bem realista com os pais pra ninguém sair frustrado. O mercado não é um mar de rosas e as vezes pode ser bem cruel. Então quem faz o meu curso sai preparado pra encarar o mercado de trabalho.

Bruna Jones: Hoje você também cuida dos bastidores de eventos, sessões fotográficas e também realiza cursos para novos modelos, mas esse universo artístico acabou mudando muito nos últimos anos por causa das redes sociais. Como você vê essa mudança? Você acredita que as redes sociais vieram para somar ou acaba prejudicando um pouco, principalmente quem está começando?
Marcelo de Paula: Eu acho que se saírem do curso bem preparados não vão se iludir com as redes sociais até porque ninguém é feliz o tempo todo como as redes mostram. Todos querem os 15 minutos de fama mas tem que ralar muito.

Bruna Jones: Mais de 20 anos atrás, você foi estrela da capa de uma das revistas de nudez mais populares da época, a "G Magazine" e até hoje você costuma falar muito bem dessa experiência, mas uma coisa que ninguém tinha noção na época era que essas fotos basicamente se tornariam imortais e ganhariam acesso fácil por causa da evolução da internet, se na época era preciso ir numa banca de jornal comprar um exemplar, hoje é só digitar no Google em qualquer lugar do mundo. Então a pergunta é: Como você se sente em relação a isso? Você tinha noção de que esse trabalho poderia acabar sendo "eternizado" deste jeito?
Marcelo de Paula: Acho que ninguém imaginava que isso ia acontecer. Eu sempre tive muito orgulho de ter feito as fotos pra "G Magazine", foi um trabalho legal com uma produção impecável. Foi um momento especial da minha vida e as lembranças são as melhores e eternizado fico mais feliz ainda.

Bruna Jones: Aproveitando o tópico, a imagem é basicamente todo o instrumento de trabalho de um modelo e com esse avanço das redes sociais, é muito fácil as coisas saírem fora de contexto, ser mal interpretado... É preciso tomar um pouco de cuidado com o que se posta e o que é vinculado. No seu curso você também encaminha seus alunos para terem esse cuidado pessoal e profissional? 
Marcelo de Paula: Cuidar da imagem é importante em qualquer profissão então oriento pra sempre prestarem bem atenção no que estão postando. Porque as vezes não tem importância pra eles agora mas no futuro podem sem pegos de surpresa.

Bruna Jones: Na última vez que conversamos, em 2016, você disse que estaria disposto a participar de um reality show como "A Fazenda", e hoje? Você ainda aceitaria ficar confinado em algum programa como esse? 
Marcelo de Paula: Estou casado a 7 anos, tenho 55 anos e meu namorado tem 31, pensamos muito igual. Queremos uma horta, um pomar, paz e tranquilidade. Então participar de algo parecido não faz mais parte desses sonhos.

Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente? 
Marcelo de Paula: 2024 volto a viajar pelo Brasil com os cursos. Sempre fico muito feliz com as entrevistas e o carinho dos fãs e espero que os leitores do blog gostem. Caso queiram saber das datas dos próximos cursos e só me chamar no Instagram @depaulamarcelo que eu aviso o estado que eu vou estar.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Sempre gosto de falar com você Bruna. Os fãs sempre gentis comigo e lembram sempre de tudo com carinho. Espero que os leitores do blog gostem da nossa conversa!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ele, basta seguir no Instagram pessoal e profissional no @depaulamarcelo e  @depaulacursospelobrasil, beleza?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x46 - Raiana Bertoso


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E a nossa convidada de hoje é ninguém menos que a querida Raiana Bertoso, que esteve entre os participantes da sétima temporada do "No Limite" da Globo. Conversamos um pouco sobre essa experiência em sua vida e muito mais, vem conferir com a gente!

Bruna Jones: Este ano você esteve no reality show "No Limite" da Rede Globo, mas antes disso, vamos voltar um pouco no tempo e falar da sua carreira, sim? Você é professora de educação física. Como foi que você acabou entrando para o universo dos esportes? 
Raiana Bertoso: Sempre fui do esporte. O esporte sempre fez parte da minha vida. Desde pequena fazia futebol, futsal, depois fui para a  musculação, corrida, natação, e agora testou no Crossfit. rs... Acho que isso fez eu escolher a Educação Física como profissão.

Bruna Jones:
 Como eu disse, este ano você ficou nacionalmente conhecida após participar da sétima temporada do "No Limite", o que te motivou a se inscrever e participar do programa?
Raiana Bertoso: Eu sempre fui fã de aventura. E sempre gostei do programa. Assistia junto com meu amigo todos os episódios da temporada passada do "No Limite". E ele falou "esse programa é sua cara. Você deveria se inscrever." Assim que abriu as inscrições, ele me enviou o link e eu me inscrevi.


Bruna Jones: Ao se inscrever no programa, você já sabia que teria essa mescla entre participantes anônimos e participantes conhecidos do público? Como foi para você chegar lá e descobrir que estaria concorrendo com aquelas personalidades? Isso trouxe alguma mudança na sua estratégia de jogo?
Raiana Bertoso: Eu não sabia que teriam famosos nessa edição quando me inscrevi. Ouvi uns boatos quando já estava no processo de seleção. Não mudei em nada minha estratégia de jogo. Eu ia me aliar a quem me conectasse. E foi o que realmente aconteceu. rs...

Bruna Jones: Em algum momento você não achou que estar em exposição, poderia acabar influenciando direta ou indiretamente na sua vida profissional? 
Raiana Bertoso: Eu achei sim que poderia ter alguma influência positiva para a minha vida profissional por conta do estilo do programa.

Bruna Jones: Para participar de um reality show, durante o tempo que for, os participantes precisam abrir mão de algumas coisas para estar à disposição da produção durante o período de gravação. Você teve que mudar algo na sua vida para participar do "No Limite"? 
Raiana Bertoso: Eu sou profissional liberal. Trabalho como personal. Então eu tive que literalmente, abandonar meus alunos durante o confinamento e gravação do programa. 


Bruna Jones: Esse ano vocês tiveram a oportunidade de ficar "confinados" na Amazônia, que é um ambiente lindo, porém desafiador. Qual é a melhor lembrança que você possui de lá?
Raiana Bertoso: Eu tenho muitas lembranças boas daquele lugar e daquela experiência. As amizades que fiz. O céu de lá é uma coisa única, especial, estrelado e lindo. Ver os botos no rio negro durante as remadas de barco. E os momentos únicos que vivemos lá com as pessoas da equipe.

Bruna Jones: Esse ano os participantes estavam mais dispostos a jogar, fazer movimentações e em alguns casos, até mesmo trair a confiança uns dos outros. Você chegou a assistir o programa aqui fora? Ficou surpresa com alguma coisa que tenha visto? 
Raiana Bertoso: Sim, eu assisti todo o programa. Não me surpreendi com nada, só o que eu já esperava de algumas pessoas. Tive uma boa leitura de jogo.

Bruna Jones: Infelizmente você não venceu o programa, mas conseguiu ir bem mais longe na competição do que a maioria dos competidores, por isso, você fez quase todas as provas da temporada. Entre as que você fez, qual foi a sua favorita e qual você menos gostou de fazer? 
Raiana Bertoso: Minha prova favorita sem dúvidas foi a corrida de toras! Apesar de não ter vencido junto a urucum, foi emocionante, uma adrenalina absurda, do jeito que eu gosto. E a que menos gostei foi a do arco e flecha pois fui eliminada muito rápido. 


Bruna Jones: Nos últimos anos, a reciclagem de participantes de reality show virou algo comum na televisão brasileira. Você aceitaria um convite para participar de "A Fazenda" ou "BBB", por exemplo?
Raiana Bertoso: Eu sinceramente, não sei. A exposição é muito grande. As pessoas esperam nesses programas pessoas que vai chegar e "causar", brigar, fazer fofoca, intriga... E eu estou bem longe desse perfil. Já deu pra ver né? 

Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente?
Raiana Bertoso: Nada novo! Só muito trabalho, na minha profissão mesmo.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ela ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Um cheiro no coração dos leitores desse blog massa e todos que me acompanham aqui nas redes!" e para quem quiser continuar acompanhando é só seguir no Instagram @raianabertoso, beleza?


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Bruna Entrevista: 12x45 - Cláudio Andrade


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é um querido que já esteve AQUI no blog em 2016, estou falando do ator Cláudio Andrade, que aceitou o nosso convite para vir conversar mais um pouco e contar dos seus novos projetos. Vem conferir com a gente!

Bruna Jones: Na última vez que a gente conversou, você já era um ator/modelo bem reconhecido no Brasil, mas nos últimos anos você veio com algumas novidades, não é mesmo? Uma delas foi o lançamento da música "Vida Manera", que é uma composição do Iran Meu Nego e Pedro Perestrello. Como foi que você acabou se encaixando neste projeto? 
Cláudio Andrade: Já nesse processo de pandemia e do pós pandemia, a gente teve que começar a se reinventar e já nessa época da pandemia em sua reta final, comecei a fazer aulas de canto e me preparar nesse ambiente, mais em função do teatro musical, que era uma expectativa que eu tinha pois as grandes produções no teatro hoje funcionam através do teatro musical. Nisso eu fui me descobrindo e trocando algumas figurinhas com amigos, um deles é o Iran Meu Nego, que é um compositor maravilhoso e ele me ofereceu essa música para que eu pudesse gravar e inclusive o trecho final também entra um pouco da minha criatividade quando eu adicionei na letra um refrão final: "eu vou chamar a minha galera para zoar, não vejo a hora da gente se aglomerar. Eu vou chamar a minha galera para curtir, não vejo a hora da gente se divertir." isso foi muito em função daquela reta final da pandemia, da esperança dos abraços e a música diz muito, é uma música de verão, alto astral, que tem a ver comigo e com a minha realidade do que eu queria lançar. Então a gente fez esse projeto junto e deu super certo, a música sempre repercute de maneira positiva onde quer que ela toque.                   

Bruna Jones: Aliás, a música já fazia parte da sua vida antes disso ou essa foi a primeira vez que você acabou se aventurando profissionalmente nesta área?
Cláudio Andrade: A música sempre esteve presente na minha vida desde muito pequeno pelo fato de ter um tio chamado Nino Karvan que é de Aracajú, Sergipe, onde faz muito sucesso lá e ele é cantor, compositor, artista plástico, trabalha com música terapia e eu tive a oportunidade de conviver e morar com ele na minha infância durante um bom tempo, então eu absorvi muito da música e ai tenho nas minhas raízes essa essência também e precisava explorar isso em algum momento. Eu ficava até envergonhado, pois tendo um tio tão talentoso, eu precisava fazer algo tão bom que ele pudesse aprovar.


Bruna Jones:
 Além de cantar e estrelar o clipe, você também acabou fazendo parte da produção dele. Como foi esse projeto pra você? Existem planos de novas músicas e clipes virem por ai?
Cláudio Andrade: Verdade, além de cantar e estrelar, eu pude trabalhar na produção do clipe, somando todas as ideias e contribuindo no processo criativo, mas a parte de produção em si de conseguir locações, material, equipamento, reunir as pessoas, mobilizar as pessoas para realizar isso foi muito interessante e deu muito mais valor no processo final. Claro que eu tenho interesse em produzir outros clipes, só não tenho recursos agora, rs... Vi que de fato produzir requer não somente habilidade para conseguir viabilizar as coisas, mas também de recursos financeiros para arcar com despesas, então as próximas etapas de gravações dependem única e exclusivamente disso, vontade eu tenho, dois clipes lançados já tenho, o primeiro foi "Num Show Particular" e o segundo "Vida Manera" e ambos foram concebidos coletivamente, mas grande parte da criação veio das minhas ideias.           

Bruna Jones: Como eu disse anteriormente, você participou da produção do clipe e além disso, como ator, você possui uma vasta experiência nas artes, que é uma profissão que exige muito da criatividade e da inspiração. Dito isso, o que costuma te inspirar e estimular a criatividade em sua vida?
Cláudio Andrade: O que inspira e estimula a minha criatividade é a oportunidade de viver novas experiências, isso é muito significativo, vem de uma sensibilidade imensa. É dai que a gente busca novas referências, novos estudos e a sair da nossa zona de conforto.    

Bruna Jones: Falando em experiência, você já esteve em diversos palcos pelo Brasil fazendo teatro, que é um tipo de arte mais dinâmico, já que você querendo ou não, está interagindo com a sua audiência ao vivo. Mas além disso, a gente sabe que em produções teatrais algumas coisas nem sempre saem como planejado, imprevistos acontecem, coisas inusitadas e engraçadas... Você poderia compartilhar uma história de algo que te pegou desprevenido nos palcos e como você reagiu a situação? 
Cláudio Andrade: Pois é, o teatro tem essa interação e dinamismo, e muitas das vezes as coisas acontecem no palco e as pessoas não percebem, o público pensa que faz parte do texto ou qualquer coisa do tipo... Mas quando acontecem, a platéia também embarca na onda e se diverte muito. Aconteceu em "Escola de Mulheres", viajando o Brasil com Oscar Magrini, Monique Alfradique, Júlio Rocha e grande elenco, era um teatro que estava chovendo muito e tinha uma goteira no palco, essa goteira foi tapada para que a gente conseguisse fazer o espetáculo, mas no meio do espetáculo começou a chover e aquilo que fizeram para tapar não conseguiu resistir e a água começou a cair, mas caia de uma forma muito intensa, como se fosse uma cachoeira em um jato de água e justamente onde? Na minha cabeça e eu estava em cena junto com o Oscar Magrini, então o Oscar tirou sarro, fez piada e foi um delírio, a platéia foi a loucura e foi muito divertido. A gente continuou a peça em meio aquela chuva no palco, rs... Uma outra experiência foi fazendo "Alair" com Edwin Luisi e André Rosa em São Paulo, tinha uma marca onde eu colocava a estatua de Davi do Michelangelo e ai eu tinha colocar essa estatua no lugar e eu não coloquei, rs... E era uma peça que se passava com uma luza de sombra, então era uma fala do Edwin e tinha que pegar essa estatua, ele pegava a estatua e falava olhando pra ela e eu não coloquei a estatua lá, então ele disse: "Bom, vejam só o Davi de Michelangelo, quer dizer, er... Imaginem o Davi de Michelangelo, ele deveria estar aqui agora mas eu posso descreve-lo", sei lá, ele começou a falar coisas engraçadíssimas e assim, fez com que a plateia entendesse e visse, e conseguisse visualizar aquela estatua até melhor do que se ela estivesse em cena, rs...


Bruna Jones: Ainda sobre teatro, esse ano você teve a oportunidade de fazer parte do elenco da produção de "Paixão de Cristo" em Minas Gerais. Como foi essa experiência para você?
Cláudio Andrade: É verdade, foi a segunda vez consecutiva que tive a oportunidade de fazer a "Paixão de Cristo" em Espera Feliz, Minas Gerais, é uma cidade que atravessou vários problemas, né? Primeiro lá atrás, quando a gente estava na reta final da pandemia, teve lockdown, problemas relacionadas a questão de saúde, ai não conseguimos realizar a produção, já no ano seguinte, vamos realizar e vem uma enchente que devastou a cidade, então é uma cidade que sofreu muito. "Paixão de Cristo" então veio de uma maneira muito intensa para aquela população, como uma restauração da fé, através de um espetáculo ecumênico e veio também como uma esperança para as pessoas que até então estavam entristecidas com vários acontecimentos. Eu tive a oportunidade de fazer Jesus, então a primeira edição fazendo Jesus depois de tantas dificuldades, nós conseguimos realizar, no dia do espetáculo teve uma chuva que destruiu 70% do cenário e ai eu me obriguei a contribuir com aquele povo e essa produção no ano seguinte, me coloquei a disposição, só não sabia que eu seria convidado novamente para interpretar Jesus e foi assim, então agora em 2023 nós tivemos a oportunidade de fazer, já com uma produção melhor, sem aquela chuva que deu na primeira vez e a produção só tem aumentado, melhorado, consegui levar atores indicados e convidados para esse espetáculo, hoje eu tenho contribuindo muito com a "Paixão de Cristo" de Espera Feliz, não sei se farei Jesus novamente, acredito que não, pois a ideia é que a cada ano se troque o personagem, mas eu fiz dois anos seguidos muito em função dessa situação de lá atrás a gente ter atravessado tantas dificuldades e conseguirmos realizar o espetáculo tanto assim. Foi uma experiência que vai além do espiritual, além do profissional, é uma experiência única e exclusiva de quem esteve lá conosco vivendo esses dias, uma semana de ensaio, uma semana de trabalho, muitas provações e muitos milagres e realizações, as pessoas se transformam nesse espetáculo, é um espetáculo de vida.                                    

Bruna Jones: Você já declarou no passado ser um ator do teatro e você teve a oportunidade de estar em grandes palcos e adaptações, ainda assim, muita gente ao redor do mundo tem a ideia errada de que se você não está fazendo televisão, então você não está "no auge", mas eu acredito que o teatro é a base de tudo que vem pela frente, você também acredita nisso?
Cláudio Andrade: Sim, de fato acredito e acho que o teatro ele deve vir na frente de tudo. O artista, o ator que não pratica o teatro, ele não é um artista completo. E eu posso dizer que o meu auge foi exatamente quando realizei três espetáculos diferentes em uma única temporada aqui no Rio de Janeiro, eu fazia uma peça para a terceira idade com a Lady Francisco e a Theresa Amayo que já faleceram e a Helena Werneck, nós fazíamos as quatro horas da tarde num teatro do Shopping da Gávea, de lá eu já saia para fazer as sete horas da noite em um outro teatro ainda no Shopping da Gávea, uma peça espirita do Allan Kardec, depois saia dessa peça e ia para fazer outra as nove da noite no Fashion Mall em um outro shopping, que era "Cinco Homens e um Segredo", então eu estava em cartaz na mesma temporada em três peças diferentes, pra mim o auge de um ator é isso, acredito que vivi o meu auge nesse sentido, se é que eu posso dizer, poder ter essa oportunidade de fazer três peças de teatro diferentes, com pessoas diferentes, atores diferentes, produções, textos diferentes, públicos diferentes... Isso foi o meu auge. Mesmo que eu viesse a ser protagonista de uma novela de sucesso, nada apagaria essa experiência que eu já tive, o meu auge como ator foi ter tido essa oportunidade, a televisão só vem a somar, ela acrescenta, mas o teatro é a minha paixão e foi onde eu experimentei o meu lado ator de verdade.

Bruna Jones:
 Outra coisa que conversamos no passado, foi uma possibilidade de você participar de "A Fazenda" e na época você estava meio dividido sobre o assunto, olhando hoje, vendo também que outras emissoras estão abertas a incluir pessoas conhecidas do público em seus realities, você se sentiria inclinado a aceitar um convite de confinamento?
Cláudio Andrade: Não só aceitaria como já me coloquei a disposição de vários programas de realities, inclusive a própria "A Fazenda". Eu não entendo por qual motivo nunca foram a fundo comigo até hoje nesses convites, investidas e nas negociações, eu me julgo um artista interessante para esse tipo de formato pelo fato de gostar de viver experiências novas, gosto de sair da zona de conforto, gosto de poder experimentar sensações, sentimentos, trabalhar o emocional, de estar ali na flor da pele, vivendo a experiência através de responsabilidades, tanto é que sempre fui assim a minha vida toda, quando fui atleta busquei dentro do esporte a referência e responsabilidade, então eu era goleiro dentro de um time de futebol onde o coletivo é vitorioso, mas o goleiro era a condição da responsabilidade de defender um pênalti, tomar um "frango" nos acréscimos, então isso te transmite uma sensação de responsabilidade, uma experiência de adrenalina, então, eu queria viver isso em um reality show. Agora também nas artes marciais, por qual motivo escolhi lutar? Pelo fato de depender somente de mim, sou eu que estou ali, a adrenalina de enfrentar um adversário, estar ali com ele, depende de mim... E um reality show depende somente de mim também, depender do meu comportamento, da minha experiência, da minha vivência, da minha contribuição para gerar o conteúdo necessário do sucesso. Acredito muito que o dia que eu participar de um reality, e eu acredito, tenho essa fé de que ainda vou participar, será um grande sucesso e eu terei uma passagem icônica e marcante, tenho muitas ideias, e eu gosto desses desafios, então só me falta mesmo a oportunidade e que eles batam esse martelo, né? Hoje as produções acabam optando mais por números, influencers, seguidores... Pois vende mais, tem mais patrocínio e tem mais possibilidades de comerciais, então uma figura como eu que traria uma audiência por um outro aspecto, acaba ficando um pouco de lado... O que era relevante lá atrás, como por exemplo, eu ter sido a capa da "G Magazine" mais vendida, ter sido protagonista de novela no SBT, ter feito teatro e viajado o Brasil, conheci todas as capitais brasileiras através do teatro, então público eu tenho, mas o que vale hoje são os influencers, são os números... Mas a minha experiência, minha vivência e o meu currículo, como muitos dizem, rs... Vale sim. Seria interessante. Está moscando quem ainda não me escalou para participar de um reality show, pois tenho muito o que vender e muito a oferecer.


Bruna Jones: Antes de terminar essa entrevista, não podia deixar de comentar, que recentemente você está se dedicando bastante fisicamente e até mesmo aos esportes de lutas, não é mesmo? O que motivou isso? Você sente vontade de fazer parte desta área mais profissionalmente falando?
Cláudio Andrade: De fato eu venho treinando depois de muito tempo, muito tempo mesmo parado, se você resgatar algumas entrevistas minha na revista "Caras", onde eu falo de luta, já fui graduado em jiu jitsu, luta livre e fazia boxe, treinei com o Miguel de Oliveira, fiz luta livre com o Leopoldo Serao que hoje está na Califórnia com a academia dele e hoje eu treino com o Jonas Bilharinho, que é da equipe do Rafael Feijão, o Jonas me trouxe essa motivação e esperança de resgatar através do esporte que eu gosto o respeito, a disciplina, a constância... Isso tudo mexeu muito comigo. Tendo um mestre que é uma referência, você acaba se inspirando e se motivando ainda mais, ao ponto de querer participar desses grandes eventos de influencias e artistas, como o Popó e o Whindersson Nunes, vai ter o Popó com o Kléber Bambam, Mc Gui e Nego do Borel, quem sabe não fazer Cláudio Andrade contra outro alguém? O difícil é ter esse alguém. Eu conheço o Mamá Brito que é CEO do Fight Music Show e a gente já conversa faz algum tempo sobre essa possibilidade, mas falta adversário, é aquilo que eu falei em relação a reality show, também acontece nesta área, o lado comercial fica enfraquecido, não dá pra fazer uma negociação quando existe um desnivelamento de seguidores, o outro não aceita, talvez por medo ou respeito, ou por causa do número de seguidores que não agregue ao valor comercial dele, entende? Então está difícil casar uma luta, mas estamos a procura de um adversário, que surja um ator, um cantor, um artista ou até mesmo influenciador, que queira lutar comigo numa categoria que a gente consiga, mas que aconteça. Estou treinando pra vida, mas um evento como esse me inspiraria muito em ter essa experiência de camping focado, sabendo sobre o adversário que você vai lutar é totalmente diferente, mas eu treino por esporte, por alegria, pelo amor, pela arte e com essa equipe que eu treino agora o foco é o MMA, treinando para o boxe pensando nesses grandes eventos de famosos, mas estou me colocando a disposição para qualquer categoria de luta, eu quero participar, acho muito interessante e quero sim levar isso para a vida, pois a disciplina que o esporte me trouxe eu quero levar adiante, acho que isso faz parte, quero deixar esse legado e futuramente dar até aulas de luta, acho muito bacana.         

Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente? 
Cláudio Andrade: A novidade é que tenho três projetos que foram aprovados, que estão na capacitação para que ano que vem voltemos aos palcos para fazer teatro, que é muito bom. Outra questão é essa da luta, estou conversando com o Mamá Brito pra conseguir alguém que queira fazer essa luta comigo, pois o próximo Fight Music Show acontecerá em janeiro, que é o do Popó com o Kléber Bambam, a quarta edição do evento e também estou empreendendo na área gastronômica, logo logo vão vir informações a respeito, estou desenvolvendo uma espécie de franquia na área gastronômica e logo logo trago essa novidade, eu também gosto muito de cozinhar.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Deus coloca as melhores coisas da vida do outro lado do medo. O medo é uma ponte! Do outro lado é sua força e sua melhor fase! "Não tenhas medo"", bacana, né? E se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar no Instagram por @ClaudioAndrade.art e para contatos profissionais, enviar um e-mail para claudioandrade.art@gmail.com, combinado?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?