sexta-feira, 8 de abril de 2022

Bruna Entrevista: 11x28 - Alex Merino


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é alguém que possui múltiplos talentos artísticos, estou falando do queridíssimo Alex Merino, que aceitou vir compartilhar um pouco de suas histórias e experiências com a gente, falamos de televisão, teatro e muito mais, vem conferir!

Bruna Jones: Você possui uma carreira artística bem ampla, que vai desde as artes cênicas, dança, locução, apresentação, etc... Mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar um pouco... Qual foi o seu primeiro contato com o mundo artístico e o que te motivou a buscar uma carreira na área?
Alex Merino: Eu sempre gostei de coisas que envolviam uma certa habilidade corporal, vivia subindo em árvores e no telhado de casa, às vezes pulava o muro para entrar. Quando adolescente experimentei algumas coisas de artes marciais, mas não dei sequência. Depois fiz aulas de música em um conservatório musical perto de casa, onde um primo fazia aulas também, mas também não dei sequência. Até que abriram inscrições para um grupo de teatro para adolescentes no SESC Ribeirão Preto e eu entrei, a partir daí os meus amigos mais próximos eram sempre todos do teatro. A coisa do artista era latente, eu estava sempre trabalhando na construção de um poema, desde adolescente, o lançamento de um livro foi a primeira tentativa de sobreviver de arte. Depois fiz a faculdade de Artes Cênica e me mudei para São Paulo, quando acabei entrando para a Cia Carne Agonizante, onde fiquei por 10 anos. 

Bruna Jones: Todo início de carreira geralmente é um pouco mais difícil, principalmente para quem busca uma carreira artística, seja por questões financeiras ou até mesmo pela instabilidade de projetos. Como foi o início da sua jornada e quais foram as maiores dificuldades que você encontrou pelo caminho?
Alex Merino: Chegando em São Paulo trabalhei como barman e garçom por um tempo e após um ano trabalhando em bares e eventos e fazendo testes para publicidade entrei para a Carne Agonizante, após uma oficina que durou 3 meses. A maior dificuldade foi no começo, chegar em São Paulo com pouca grana, me acostumar com a cidade grande, ralar muito para ganhar apenas o suficiente para sobreviver. Depois que entrei para a companhia fui parando de trabalhar com eventos e também de fazer testes e fiquei dedicado apenas ao trabalho de intérprete. 

Bruna Jones: Artistas em geral costumam ser bastante perfeccionistas em relação a tudo o que fazem, principalmente nesta era em que tudo é compartilhado quase que instantaneamente na internet. Você costuma ser mais crítico em relação ao seu trabalho ou busca manter uma certa distância?
Alex Merino: O perfeccionismo é uma herança genética, estou sempre pensando em como melhorar, lapidando aos poucos a coisa trabalhada, tanto na vida como na arte, mas é mais fundamental buscar um equilíbrio, para não enlouquecer. Não é possível manter alguma distância do trabalho, se você não se envolve com o trabalho o máximo que vai conseguir é reproduzir movimentos, vai ficar faltando algo de essencial. 

Bruna Jones: Você possui grande experiência com o teatro e a dança, como foi que você acabou decidindo ou escolhendo se aprofundar mais nesse aspecto artístico da sua carreira?
Alex Merino: Fui fazendo dança em paralelo com o teatro, mas fui desistindo da dança, sentindo que não era bem aquilo que eu queria, pois o que eu gostava mais era o trabalho de pesquisa do ator, que vai preparando o corpo para manifestar a personagem. Então, após a faculdade, fui para São Paulo com a pretensão de ser ator, fiz alguns trabalhos como ator, até que entrei para essa companhia de dança que trabalha mais um gestual e tem sempre uma narrativa inspirada em alguma obra literária, como as obras de Kafka. Embora o desejo era por ser ator o trabalho corporal, antes da fala, era sempre o que mais me empolgava na faculdade. 

Bruna Jones: Desde o momento em que iniciou a sua carreira, você já teve a oportunidade de interpretar diversos personagens, qual foi o mais difícil que você teve que encarar? E qual foi o seu favorito até o momento?
Alex Merino: Não tenho um favorito no momento, todos foram difíceis, pois há a coreografia e a emoção específica de cada personagem, que também é uma coisa bastante trabalhada na Carne Agonizante, então cada trabalho extrai muitas coisas do íntimo de cada intérprete. Muita roda de conversa antes da construção corporal. Fica mais difícil quando a vida fora do trabalho fica conturbada, porém o trabalho de esmiuçar a personagem às vezes também nos põe em crise, por isso é importante buscar um equilíbrio. 

Bruna Jones: Como eu disse no inicio da entrevista, você possui diversas experiências diferentes na área artística, uma delas é como apresentador, como no programa "Sexo na Cidade". Como foi para você essa experiência de estar a frente de um projeto sendo você mesmo e não como um personagem? Hoje em dia, você voltaria a apresentar um programa?
Alex Merino: É mais difícil ser eu mesmo. Embora haja uma energia expansiva em mim, tenho muita dificuldade na lida espontânea com as pessoas. Na arte há o processo de elaboração da obra. Poderia me aventurar novamente, mas não é um desejo. 

Bruna Jones: Falando em programas de televisão, hoje em dia o que está chamando mais a atenção do público, são os realities de confinamento, como o "BBB" ou "A Fazenda". Se você fosse convidado para algo deste tipo, participaria?
Alex Merino: Se eu fosse convidado ficaria tentado a aceitar. Não acompanho, mas acho interessante, agora com a internet, a proporção que ganham as discussões que surgem sobre questões pertinentes, com as quais a sociedade se envolve através das redes sociais. Mas eu não tenho vontade de ficar assistindo. 

Bruna Jones: Você também se tornou professor de dança e expressão corporal, não é mesmo? Como é para você estar do outro lado, compartilhando um pouco da sua experiência e ajudando a formar novos profissionais da área?
Alex Merino: Me lembro de reparar as pessoas saindo da faculdade e já começando a dar aulas, até porque é uma profissão que nos exige esse trabalho, para sobreviver e para continuar ativo no estudo, na prática, no desenvolvimento da técnica e da linguagem. Como eu entrei na Carne Agonizante logo após ter saído da faculdade achei que deveria viver o máximo aquela experiência antes de me aventurar como professor e, naturalmente, num momento financeiramente difícil, decidi que deveria começar, já seguro de alguma sabedoria sobre o meu trabalho. Agora sinto que devo investir exatamente nesse campo, porque o trabalho corporal não só capacita o artista da cena, mas também ajuda as pessoas física e emocionalmente. Por essência, o que o artista faz é compartilhar saberes. 

Bruna Jones: Além disso, como escritor, você lançou em 2001 o seu livro de poemas chamado "Homem Interno". Como surgiu a ideia de juntar esse material? Você pretende lançar novos títulos?
Alex Merino: Antes de experimentar teatro, dança e música eu já gostava de escrever, participava de um clube de cartas, fazia diário e estava sempre trabalhando em algum poema. Com 20 anos eu já tinha feito algumas peças de teatro e dança e estava determinado a fazer a faculdade de artes cênicas, tinha decidido que iria viver de arte, juntei os poemas todos, fechei a impressão com uma gráfica, um amigo artista plástico fez a capa e uma professora a introdução. Na época o SESC Ribeirão Preto estava com um projeto de autores locais e me deram um coquetel de lançamento. Conforme fui adentrando mais na dança e no teatro fui parando de escrever, já faz um tempo que faço apenas poucas anotações no diário. 

Bruna Jones: Felizmente, mesmo que aos poucos, nós estamos conseguindo retomar a nossa vida social e profissional, não é mesmo? E com isso, projetos podem ser colocados em prática e novidades surgem... Tem algo novo vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Alex Merino: Tenho trabalhado em um projeto solo, de dança, que ainda é apenas uma semente. É o que posso dizer no momento. Ao mesmo tempo também estou me abrindo a novas experiências, com outros artistas, pois fiquei 10 anos em um mesmo lugar. São Paulo tem uma infinidade de artistas incríveis com os quais eu ainda quero estar, trabalhar, aprender. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Usem máscara, se vacinem e votem bem para que todos tenham as mesmas oportunidades e direitos garantidos e cumpridos pela lei, porque sem leis que garantam a nossa dignidade continuaremos a viver como selvagens, à mercê da ganância e estupidez dos boçais. Votem para que o pobre possa comer todos os dias e para que educação e saúde sejam também a prioridade do eleito." e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes, basta clicar AQUI para o seu Facebook ou ir no Instagram no @vitalianomerino, beleza?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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