terça-feira, 5 de julho de 2016

Bruna Entrevista: 5x28 - Mateus Carrieri


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é alguém que fez história na televisão brasileira em diversos momentos, mas principalmente por ter participado da primeira "Casa dos Artistas", estou falando do querido ator, Mateus Carrieri, que aceitou vir aqui compartilhar um pouco de suas experiências com a gente, vem conferir comigo!

Bruna Jones: Como você decidiu que gostaria de fazer artes cênicas?
Mateus Carrieri: Na verdade eu não decidi ser ator em algum momento assim, desde criança eu fazia publicidade, minha mãe me levava para fazer comerciais, mas criança eu digo, bebê! Comercial de fralda, produtos da Johnson... Então eu cresci fazendo publicidade, aos sete anos já fazia novela, já fazia o programa do Silvio Santos "Boa Noite Cinderela"... Então meio que eu não posso falar que foi uma decisão, a não ser na época da faculdade, na minha adolescência em que eu comecei a enxergar aquela minha brincadeira de infância que era fazer televisão, comecei a ver como profissão... A gente vai crescendo, o dinheiro não ficava mais com a minha mãe, foi ficando comigo... Meus salários, e ai eu fui continuando na carreira. Eu simplesmente continuei.

Bruna Jones: Começos costumam ser um pouco difíceis. Quais foram às principais dificuldades que você encontrou no inicio da sua carreira?
Mateus Carrieri: Eu vou ser bem sincero, eu não lembro de ter tido dificuldades no inicio da minha carreira, as minhas dificuldades são todas agora... Aconteceram depois de eu ter me tornado "velho" rs... Ou pelo menos mais velho, depois dos 45 anos mais ou menos que começou a faltar trabalho. No meu começo eu não lembro de dificuldades porque eu sempre tive sorte, sempre tive muito trabalho, sempre trabalhei com pessoas muito legais, as coisas foram acontecendo de maneira muito boa para mim no inicio, na extinta Rede Tupi, depois na Bandeirantes e ai já fazendo teatro com pessoas legais... Ai com 17 anos eu já fui para a Globo e tudo mais...


Bruna Jones: Ao longo dos anos você teve a oportunidade de interpretar diversos personagens. Existe algum que tenha sido o seu favorito?
Mateus Carrieri: Na minha carreira eu gostaria de destacar dois personagens do teatro, um foi no musical "Hair" que foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida, com direção do Jorge Fernando... Interpretei o Woof, tenho muito carinho e muita saudade... Também de "Um Bonde Chamado Desejo" com a direção do Kiko Jaes no qual eu fiz o Kowalski, que foi um personagem emblemático, Marlon Brando, no cinema, enfim... Foi uma das coisas mais densas e intensas que eu já fiz. E na televisão eu posso destacar a minha primeira novela na Globo, o Miguel de "Chiquititas" e o Pedrão de "Louca Paixão".

Bruna Jones: E qual foi o personagem mais difícil de você interpretar? Além disso, existe algum personagem que você ainda não tenha interpretado e que gostaria muito de fazer?
Mateus Carrieri: O mais difícil foi na peça "Querelle", foi bem difícil fazer um projeto complicado e que exigiu muito de mim.  Uma coisa que eu não fiz ainda em mais de quarenta anos de carreira, foi um Shakespeare. Eu tenho muita vontade de fazer qualquer peça dele e isso ainda vai acontecer futuramente.

Bruna Jones: Como é o seu processo de criação para interpretar um personagem quando recebe um novo roteiro?
Mateus Carrieri: Eu procuro entender tudo da história, não só do personagem, mas tudo o que aquela história quer contar, o motivo dela estar sendo contada tanto na televisão quanto no cinema, no teatro... Então fica mais fácil para eu conseguir perceber o que aquele personagem acrescenta naquela história, para mim o global é muito importante... Entender o que aquele personagem, o porquê dele estar ali, de suas atitudes... E ai começar a criar o meu jeito de interagir com aquele personagem e com aquela história.


Bruna Jones: Você teve a oportunidade de fazer parte do grande sucesso da primeira versão de "Chiquititas". Como foi para você estar envolvido no projeto?
Mateus Carrieri: "Chiquititas" foi uma experiência impar pra mim por vários motivos. Primeiro que era um trabalho para criança, fazer sucesso com criança, morar dois anos na Argentina... Foi uma experiência ótima, eu adorei, tenho muitas saudades e ver as crianças da novela crescendo... Então foi uma experiência não só de trabalho, mas de vida. Morar fora do país, conhecer outra cultura e fazer sucesso com criança é delicioso... É um dos trabalhos que eu mais gostei de fazer.

Bruna Jones: Já faz algum tempo que você também se tornou dublador profissional. Como você acabou entrando nesse novo projeto? E como está sendo para você se aventurar na dublagem?
Mateus Carrieri: É uma coisa que eu sempre quis fazer, sempre tive a ideia de trabalhar com isso e fui adiando, adiando... E na verdade é mais uma vertente da carreira de ator, né? Para você ser dublador, você precisa ser ator antes de tudo... E ai de uns anos para cá, eu resolvi por em pratica, até mesmo por necessidade de abrir frentes de trabalho, fiz o curso e comecei a estagiar, porque tem toda uma técnica, existem atores ótimos mas que não são bons dubladores, então você tem que ser ator, mas também tem que aprender a técnica... Eu já estou dublando há três anos e me considero um novato... Acho que a maturidade na carreira vem depois de uns 10 anos, mas, eu estou no caminho...

Bruna Jones: Entre atuar na televisão, cinema, dublar, se apresentar no teatro e ter ficado confinado na "Casa dos Artistas". Qual é a tarefa mais difícil?
Mateus Carrieri: Com certeza, ter ficado na "Casa dos Artistas" foi a coisa mais chata e sem prazer, mas isso não tem nada a ver com o trabalho de ator, então eu não coloco isso no meu currículo. Ficar na "Casa" é uma outra pegada, é reality show... É uma coisa que você pode até pegar lições para a sua vida, mas não tem nada a ver com a vida como ator, ficar confinado é muito louco, é muito difícil, ficar sem noticias do mundo... Ainda mais hoje em dia que a gente tem que ficar conectado o tempo todo, então... Foi uma experiência impar.


Bruna Jones: Falando em "Casa dos Artistas", você aceitaria ficar confinado novamente? Em "A Fazenda" por exemplo?
Mateus Carrieri: Eu já me fiz essa pergunta também, se eu toparia ficar confinado... Tem duas coisas que eu acho que seriam legais assim, primeiro que na "Casa dos Artistas" a gente entrou totalmente vendados, não sabíamos nada. Não sabíamos como era reality show aqui no Brasil, foi a primeira experiência de pessoas confinadas, então a gente não tinha noção do que estava rolando aqui fora e como era o programa, como era feita a edição... A gente até achava que nem estava indo tudo aquilo para o ar, então, enfim... Eu acho que se eu entrasse em um reality show hoje, eu agiria de maneira diferente e um pouco mais inteligente. Acho que iria ser mais legal, que eu iria aproveitar mais para várias coisas e "A Fazenda" tem mais coisas para fazer, tem atividades, não é tão monótono... Tem os animais, tem horta, tem que cuidar do lixo... E eu reclamava muito na "Casa dos Artistas" por não ter coisas para fazer, era muito tédio, então eu acho que "A Fazenda" seria mais legal por isso.

Bruna Jones: Tem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar?
Mateus Carrieri: Anda tudo tranquilo, tudo normal... Eu ando fazendo minhas dublagens... Agora no dia 2 de Julho a gente volta com o espetáculo "O Amante do Meu Marido" para mais uma temporada, agora no teatro Maria Della Costa nos sábados e domingos... E no mais é isso, a vida continua... Eu continuo dando aulas de spinning, continuo trabalhando como radialista nos jogos de futebol, estou comentando os jogos para uma rádio de web pelo YouTube que se chama "Rede Continua", então o meu lado de comentarista está crescendo também... Estou gostando muito, já que inclusive eu me formei na área no ano passado.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "É difícil, né? Quem sou eu para dar algum conselho, algum recado... Mas, assim... Eu acho que a gente está vivendo um período muito conturbado e a gente precisa ter um pouco mais de tolerância e de amor, porque tudo isso é muito efêmero, a gente passa por essa vida muito rápido, então a gente tem que aproveitar os bons momentos, porque eles também passam e a gente precisa ter discernimento para saber que os momentos ruins são para a gente aprender alguma coisa e tentar ver o lado bom da vida. Pelo menos eu tento. Não fácil, é uma tarefa diária..." agora, vamos correndo para o teatro! Eu já tive a oportunidade de assistir "O Amante do Meu Marido" e adorei! Vale a pena, pessoal...


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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