segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Bruna Entrevista: 10x133 - Leandro Luna


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é alguém que é bem conhecido daqueles que amam bons musicais e excelentes peças teatrais, estou falando do queridíssimo Leandro Luna, que aceitou vir compartilhar um pouco das suas experiências profissionais, incluindo sobre a dublagem de um dos filmes mais queridos da Pixar dos últimos anos. Vem conferir tudo isso e mais um pouco!

Bruna Jones: Você possui uma carreira artística muito ampla, que vai desde a parte da atuação, dublagem, música... Até o outro lado, como produtor. Mas antes da gente falar melhor sobre isso, vamos voltar um pouco no passado. Como foi que você acabou sendo inserido neste universo artístico e o que te motivou a buscar uma carreira nesta área?
Leandro Luna: Sempre tive aptidões artísticas, desde pequeno, como o canto, a dança e até mesmo a dublagem e a interpretação, porque eu decorava todas as falas dos personagens dos desenhos e gostava muito de "brincar de fazer teatro", encenando contos e esquetes com os amigos. Então minha motivação vem da alma. Daquela criança criativa e que encontrou diversão, proteção e acolhimento, naquelas personagens que sonhava em viver um dia. Eu sinto desde sempre essa vocação para a comunicação e essa facilidade de me expressar através da arte. 

Bruna Jones: Inícios de carreira sempre costumam ser um pouco mais complicados, principalmente para quem busca uma oportunidade nas artes em geral. Como foi o início da sua jornada até conseguir se estabilizar na carreira?
Leandro Luna: Com 14 anos eu quis estudar teatro mas meu pai não deixou, naquela ocasião, por receios, medos e preconceito. Porém, com 18 anos, eu retomei meu plano e comecei a fazer cursos profissionalizantes de artes dramáticas e vários workshops na área artística. Dos 18 aos 21 anos eu me dividi entre os cursos de artes dramáticas e minha faculdade de comércio exterior, pois eu já trabalhava com administração de empresas. Com 21 anos, assim que estreei meu primeiro espetáculo profissional, defini que seguiria meu coração e foquei na minha carreira artística. Como sabemos, a carreira do ator é muito instável, cheia de altos e baixos, por isso, decidi somar meu know-how de empreendedor e abri minha produtora, a Luna Produções Artísticas e também, a Viva Cultural com minha sócia Priscilla Squeff, com objetivo de produzirmos nossos próprios projetos, e foi onde encontrei minha estabilidade.


Bruna Jones: Você já possui mais de 20 anos de carreira e no decorrer deste tempo, você já fez de tudo um pouco: Televisão, cinema, teatro, dublagem... Entre as personagens que você já teve a oportunidade de fazer, qual foi a mais difícil e por qual motivo?
Leandro Luna: O personagem mais difícil foi o Nathan Leopold do musical off-Broadway, PACTO. Era um musical baseado em fatos reais, o personagem foi um psicopata, em 1924 em Chicago, nos EUA, que assassinou uma criança de apenas 14 anos de idade com seu amigo, amante, Richard Loeb, interpretado pelo ator André Loddi. Foi um trabalho bem profundo, com uma preparação para a construção das personagens de dois meses com a Inês Aranha, e de montagem com o diretor Zé Henrique de Paula. Um dos mais difíceis e mais belos trabalhos que já fiz. 

Bruna Jones: Artistas em geral costumam ser bastante perfeccionistas em relação a tudo o que fazem, principalmente nesta era em que tudo é compartilhado quase que instantaneamente na internet. Você costuma ser mais crítico em relação ao seu trabalho ou busca manter uma certa distância?
Leandro Luna: Sou virginiano. Responde? Eu sou perfeccionista por natureza, mas já fui muito mais, o que me atrapalhava bastante. Eu consegui entender que o caminho do meio sempre é o melhor. Onde há muita auto cobrança por perfeição, também existe muita insegurança. É uma busca incessante do inalcançável. Um eterno "querer ser". Entendido isso, hoje, eu consigo me distanciar muito bem, observar o que preciso melhorar, aceito tranquilamente ouvir críticas ou sugestões, sabendo filtrar e absorver o que considero relevante, e isso tem só contribuído pra eu continuar melhorando profissionalmente e como ser humano, sempre. 

Bruna Jones: Muitos dos seus projetos profissionais acabam mesclando a atuação com a música. Como é para você ter a oportunidade de mesclar duas de grandes artes que costumam comover e inspirar boa parte da população brasileira?
Leandro Luna: Era tudo o que eu queria! Lembro quando assisti o primeiro musical no teatro (Grease), que eu me dei conta que toda aquela magia que eu assistia nos filmes musicais clássicos, existia ao vivo, com atores interpretando, cantando e dançado de verdade, tudo em um só espetáculo. Meu coração acelerou. Foi quando eu me vi fazendo tudo aquilo, podendo unir todas as minhas habilidade no palco, para o público. E minha maior realização.


Bruna Jones: Um dos seus principais trabalhos foi com o espetáculo "Meu Amigo Charlie Brown" que inclusive lhe rendeu o prêmio de melhor ator do "Prêmio Bibi Ferreira" em 2016. Como foi para você ter feito parte deste projeto?
Leandro Luna: Este musical me ensinou muitas coisas, mas a principal delas foi, como produzir um projeto cultural corretamente. Em 2010, quando montei "Meu Amigo Charlie Brown" pela primeira vez, tive muitos contratempos típicos de "marinheiro de primeira viagem", e, apesar de termos tido prestigio e recebido excelentes críticas, eu me endividei até o ultimo centavo. Como todo artista brasileiro, resisti, aprendi com os erros, e remontei o espetáculo em 2016, colocando em pratica tudo o que aprendi e vinha aprendendo nos últimos 6 anos produzindo outros espetáculos, e, para a nossa alegria, tivemos muito êxito, dei a volta por cima, conseguimos levar este belíssimo espetáculo para mais de 8 capitais do Brasil, graças a Lei Federal de Incentivo a Cultura (Rouanet), que possibilitou empregar muitos profissionais, técnicos, artistas, músicos, fomentando a cultura. A "cereja do bolo" foi ter recebido o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator, por este trabalho que certamente é o que tenho um carinho mais especial. 

Bruna Jones: Aliás, falando em projetos grandiosos, você teve a oportunidade de fazer parte da dublagem de um dos filmes mais populares da Pixar, o "Viva - A Vida é uma Festa" fazendo a voz do Hector. Imagino que ter a chance de dublar um personagem Disney é um encanto completamente diferente de tudo, não é? Como foi para você ter emprestado a sua voz para um personagem tão querido?
Leandro Luna: De fato, a realização de um grande sonho. Sou muito grato por ter tido esta oportunidade. Eu e toda minha geração cresceu assistindo filmes Disney, eu sabia todas as falas e canções dos clássicos, e hoje, ter minha voz em um personagem da Disney, ver o meu trabalho ser reconhecido por uma empresa que sempre admirei, é uma grande alegria e no mínimo gratificante. 

Bruna Jones: Como eu disse, você está em uma carreira que costuma inspirar as pessoas em sua volta, seja de maneira direta ou indiretamente... Mas em sua vida pessoal ou profissional, o que costuma te inspirar?
Leandro Luna: Em tudo. A arte está em tudo na minha vida. A vida é uma grande obra de arte, na minha opinião. E arte nem sempre remete a coisas boas, mas também a tristezas, melancolia, lições, superações, vivencias, relações, toda essa grande porém curta experiência de viver a vida, é pura arte.


Bruna Jones: Infelizmente desde março do ano passado a gente está vivendo esse momento de pandemia, que aos poucos estamos conseguindo retomar nossas vidas sociais e profissionais, uma das áreas mais prejudicadas com isso foi a artística, por conta do fechamento de teatros, cinemas, redução de gravações para a televisão... Como foi esse período para você?
Leandro Luna: Felizmente, eu consegui entender que o momento era de ressignificação. Percebi que não adiantaria reclamar ou se lamentar. A realidade é sempre certa. Eu aproveitei o momento para fazer coisas que eu não fazia antes. Comecei a meditar, a me alimentar melhor, fazer exercícios dentro de casa periodicamente, comecei e ler muito sobre a espiritualidade, teosofia, física quântica, assistir documentários sobre esses assuntos, enfim, foi uma fase serena e extremamente bem aproveitada. Profissionalmente, investi em um bom home studio para poder continuar dublando de casa, e deu muito certo. Hoje, mesmo com a retomada, continuo fazendo muitas dublagens remotamente. Também, produzimos pela @VivaCultural três espetáculos no formato on-line, o que nos manteve relativamente ativos na área. 

Bruna Jones: O ano já está chegando ao fim e tanto no Brasil quanto no mundo estamos conseguindo retomar aos poucos a nossa vida após o período de isolamento social. Ainda assim, existem novidades vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente?
Leandro Luna: Sim, muitas novidades! Em março de 2022, estreio presencialmente a peça "A VELA" com Herson Capri. Direção de Elias Andreato e texto de Raphael Gama. Uma peça belíssima que aborda a relação entre pai e filho, acolhimento e preconceito instaurado na estrutura familiar. Em dublagem, só posso contar que tem muitas estreias chegando, muitos animes e series incríveis! Inclusive a dublagem de um Reality Show famoso. Estou bem feliz com o que vem por aí. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Agradeço o carinho, sempre. Fico feliz em ver minha missão quanto artista, reverberando nas pessoas. Por isso, escolhi ser ator. Como eu postaria: #gratiluna" e se você quiser continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar por @leandroluna ou @vivacultural, beleza????

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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