Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é nada menos que uma lenda entre os atletas brasileiros, estou falando do queridíssimo Oscar Schmidt que aceitou vir aqui falar um pouco sobre a sua carreira e os projetos dos quais está envolvido atualmente. Vem conferir o nosso papo!
Bruna Jones: Ao longo da sua carreira você se tornou um dos maiores jogadores de basquete do mundo, mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar um pouco no passado, sim? Como foi que você decidiu que queria se tornar um atleta profissional?
Oscar Schmidt: Não foi logo não, pois eu comecei a jogar por acaso quando o Miura que me treinava, mas acho que comecei a pensar em me tornar profissional quando vim para São Paulo, quando comecei a ser melhor utilizado nas equipes em que jogava. Ai fui melhorando rapidamente e depois de algum tempo comecei a pensar em ganhar dinheiro com isso, resolvendo me tornar atleta profissional e coincidentemente me mudando para a Itália, onde lá gerava mais dinheiro do que aqui e pude ter a vida que pedi a Deus, né? Pois jogava na Itália, vinha ao Brasil para jogar pela seleção, depois voltava para Itália e por ai foi indo... Essa foi a minha vida.
Bruna Jones: No Brasil é muito difícil conseguir sucesso no esporte fora do futebol. Quais foram as dificuldades que você encontrou no início da carreira?
Oscar Schmidt: As dificuldades foram as mesmas, as de sempre... Falta de dinheiro, falta de apoio... Você tem que ir por você mesmo, acreditar no seu técnico e ir embora. Mas é muito difícil você vencer no Brasil, pois não tem o mesmo apoio que tem no futebol em termos de dinheiro, você ganha pouco, mas gostando do negócio, tudo ficava mais fácil. Mas foi assim que a minha carreira iniciou.
Bruna Jones: Em algum momento você pensou em deixar o esporte de lado e tentar buscar uma nova carreira? O que te motivou a persistir em seu sonho?
Oscar Schmidt: Depois que eu comecei não pensei em desistir não, fui até o fim aos 45 anos, jogando firme, treinando cada vez mais para ser o melhor e nunca dei bola para ninguém, fui trilhando o meu caminho assim até o fim.
Bruna Jones: Sendo tão jovem e conquistando tanto em sua carreira, a nível internacional, como foi para você se manter focado no seu objetivo e não acabar se perdendo no glamour que os status foram te trazendo, inclusive a fama?
Oscar Schmidt: Isso depende das pessoas, né? Eu não tirei o meu foco pois sabia que estava no melhor lugar possível, tanto que nunca joguei na NBA pois era proibido jogar por eles e na seleção do meu país. Nunca pensei em desistir da seleção do Brasil, joguei com muita gana e pra mim isso era um sonho se realizando, então nunca pensei em desistir de nada, sempre fui focado no que queria e consegui muitas coisas com esse foco.
Bruna Jones: Ao longo de sua carreira você esteve em Mundiais, Jogos Pan-Americanos e muitos outros eventos através do mundo, apesar de estar fora do Brasil por questões de trabalho, você conseguiu aproveitar as culturas locais por onde passou? Tem alguma em especial que tenha te marcado?
Oscar Schmidt: Quando eu jogava em Caserta tinha Mozarela de Búfalo que diziam que era a melhor do planeta e era mesmo. Quando chegava na época da Mozarela que era na primavera a gente comia somente Mozarela com tomate e ia embora... A Itália tem dessas coisas dependendo da sua região, tem locais que te entregam coisas como em Caserta tinha a Mozarela de Búfalo que na minha opinião era a melhor que tinha na Itália e no planeta.
Bruna Jones: Diferente de uma novela ou de um programa de televisão, o esporte é algo que não tem como editar ou fazer uma pausa para refazer alguma coisa que deu errado, dito isso, já aconteceu alguma situação inesperada ou engraçada em jogo no qual você tenha ficado sem reação ou ter que passar sem perder o foco na bola?
Oscar Schmidt: Muitas vezes, né? Você depende do seu time para vencer. Se você não acredita no seu time é melhor não jogar, é um esporte coletivo onde poucas vezes eu não estava no meu dia e meu time ganhava por mim. Teve uma ocasião por exemplo, nas Olimpíadas de 1988 onde a gente já tinha ganho o Pan Americano e em um jogo contra a União Soviética tive a bola para decidir o jogo e errei a bola, então... Não devia ser permitido um bom jogador errar as últimas bolas, mas esse arremesso continua latindo na minha orelha até hoje, errei e vai continuar na minha cabeça a vida toda.
Bruna Jones: No próximo ano vai completar vinte anos que você se aposentou das quadras, como foi essa decisão para você?
Oscar Schmidt: É muito difícil você se aposentar, pois você deixa de fazer aquilo que você mais sabe fazer, no meu caso era jogar basquete... Pois você deixa algumas coisas, no meu caso era dormir depois do almoço, que era uma coisa que mais me faz falta... Eu tenho uma saudade aquela seleção brasileira que você não tem ideia, aquilo marcou a minha vida pois tivemos muitos resultados. Sinto uma saudade danada de jogar na seleção brasileira. Já são 20 anos, hein? rs... Nossa senhora, não dá nem pra acreditar, parece que foi ontem que eu estava jogando basquete, rs... 20 anos! rs... Mas a verdade é que se você não treina, você não consegue colocar as bolas.
Bruna Jones: Uma das coisas inusitadas que aconteceu na sua vida após a aposentadoria, foi participar da primeira temporada do "Dança dos Famosos", um talent show que faz sucesso até hoje, mas que é completamente afastado da sua zona de conforto. Como foi essa experiência no programa?
Oscar Schmidt: Fiz dois treinos lá, mas nem disputei o programa pois pra mim era uma falta de respeito com a minha esposa, a Cris, que é a pessoa que eu amo muito e cada vez mais. Participar de um programa desses, ficar se roçando com uma mulher para todo mundo ver, não dá não... Ai eu pedi pra sair e o Faustão muito gentilmente me deixou sair, até pelo fato de não ter o que fazer, pois eu não iria treinar e se você não treinar não tem como participar, e ali era a mesma coisa.
Bruna Jones: Hoje você tem a possibilidade de influenciar de maneira positiva e direta na vida das pessoas através das redes sociais, seja compartilhando sua história ou até mesmo dicas profissionais e coisas deste tipo, diferente de quando você começou a sua carreira em que atletas dependiam mais da mídia para compartilhar suas histórias. Vendo as ferramentas disponíveis hoje, como é para você ter esse contato mais direto com o seu público e os futuros atletas do Brasil?
Oscar Schmidt: Pra começar eu não gosto de mídias sociais, pois elas acabam te expondo muito. Você pode tropeçar e nunca mais voltar a ser o mesmo, pois tem um poder incrível a mídia social. Não gosto de ficar expondo a minha vida, prefiro não participar e fazer a minha vida normal. Tenho a minha filha que cuida da minha agenda e ela também não gosta das mídias sociais, mas é ela quem faz a minha, então volta e meia tenho que falar algumas coisas com ela sobre isso, mas fica aqui registrado que não gosto de trabalhar com isso.
Bruna Jones: Já estamos quase chegando ao final do ano, mas ainda assim, tem novidades vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Oscar Schmidt: Minha vida é aberta, todo mundo sabe como eu vivo. Hoje pretendo ser um pai melhor, pois perdi um tempo não podendo ser, mas hoje estou me esforçando pra ser por ter mais tempo do que tinha no passado, sempre com basquete na cabeça e pensando em jogos para vencer, uma pressão enorme para vencer. Mas hoje não tenho mais essa preocupação, pois nem jogo mais nem de brincadeira, acabou o basquete na minha vida.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Minha mensagem é muito simples, para aqueles que jogam basquete treinem muito, muito mesmo e quando tiverem bem cansados, treinem mais um pouco que esse pouco pode fazer a diferença na sua vida, na sua carreira. Para os demais digo que não desistam quando as coisas ficarem difíceis, pois vocês só possuem uma vida e ela é feita para ser vivida. A vida é muito bonita e eu nunca desisti dela, como nunca desisti, espero que vocês também não desistam. Essas são minhas duas mensagens." e quem quiser continuar acompanhando, basta dar uma olhadinha em seu site pessoal AQUI, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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