sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Bruna Entrevista: 11x70 - Elane Chaves


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E a nossa convidada de hoje ganhou fama nacional com apenas 18 anos de idade ao participar da terceira temporada do "BBB" da Globo, convidamos ela para saber um pouco mais de sua experiência no reality show e também saber o que ela anda fazendo hoje em dia, vem descobrir com a gente nessa entrevista maravilhosa!

Bruna Jones: Quase 20 anos atrás o Brasil inteiro acabou te conhecendo através do "BBB" da Globo. Na época você era uma das pessoas mais jovens a passar pelo programa, ainda no começo de uma carreira... O que te motivou a se inscrever no programa?
Elane Chaves: O que me motivou a me inscrever e participar do programa há quase 20 anos foi realmente a chance de mudar de vida, pois eu morava na zona rural, filha de uma família muito pobre de pequenos agricultores e eu não tinha uma perspectiva, sempre quis estudar, fazer faculdade e naquela época não tinha tantos programas governamentais que facilitavam os estudos, então era uma chance pra mim entrar no programa e ter uma visibilidade para ganhar um bolsa, eu nunca pensei na fama, sempre foi sobre as bolsas de estudos e eu queria um sitio para os meus pais, pois a gente morava de favor em uma comunidade da igreja católica. Então esses foram os motivos, ganhar bolsas de faculdade e comprar um sitio para os meus pais.        

Bruna Jones: Você ficou os 78 dias confinada na atração, sendo finalista ela. Qual foi a coisa mais difícil que você passou dentro do programa? No fim, acabou sendo uma boa experiência para você? 
Elane Chaves: A coisa mais difícil que passei lá dentro foi ter que me adaptar a galera, pois era muita gente diferente e eu sendo uma menina da roça, apesar de não ter sofrido nenhum tipo de preconceito... Mas isso foi uma boa experiência, pois hoje em dia eu consigo lidar com qualquer tipo de pessoa, desde as mais humildes até as mais ricas, eu não tenho mais vergonha de lidar com ninguém.  

Bruna Jones: Você na época era professora em Itanhém, jovem e com uma realidade completamente diferente da qual começou a viver ainda estando no "BBB", ao sair do programa, como foi para você ter que de repente lidar com a fama e participar de eventos, programas de televisão e coisas do tipo?
Elane Chaves: Pra mim foi interessante que lidei com aquilo de uma forma muito natural, apesar de na época ser uma menina muito nova e sem experiência, mas eu realmente lidei de uma forma muito positiva e natural, eu encarava aquilo como algo positivo, quase como que umas férias, né? Pois era tudo muito diferente, então eu encarava como uma experiência de vida muito interessante e agradável, então não tive nenhuma dificuldade com isso.    

Bruna Jones: Esse ano o canal Viva reprisou a sua temporada e atualmente ela se encontra disponível na Globoplay. Você chegou a se assistir novamente? Teve receio de como seria a repercussão tantos anos depois do ocorrido? 
Elane Chaves: Assisti grande parte dele, a minha filha também... Eu não tive nenhum tipo de medo sobre a repercussão da minha participação, pelo simples fato de ter sido uma participação positiva, eu não fiz nada que me envergonhe, minha participação foi uma participação limpa... Tudo o que eu fiz foi no jogo... "Ah, você votou em fulano, você tentou separar a Sabrina e o Dhomini, etc..." isso pra mim não me gerou medo, tanto que alguém no Instagram do meu irmão ficou tacando hate pra mim e eu falei para ela ter calma, pois aquilo foi apenas um jogo a mais de 20 anos e era só um jogo. Então eu realmente não tive medo, pois encarei aqueles momentos de votar em "amigos" como apenas um jogo mesmo.    

Bruna Jones: Diferente de outras pessoas que passaram pelo programa, no decorrer dos anos você acabou meio que se afastando da mídia. Isso ocorreu por vontade própria ou de certo modo você acabou não encontrando o seu espaço naquele momento?
Elane Chaves: Inicialmente foi uma escolha, pois eu queria estudar, então seria impossível morar no extremo sul e continuar na ponte Rio/SP. E também foi falta de escolha, pois se fosse hoje, se eu saísse na segunda semana, sairia com milhões de seguidores, então seria mais fácil me manter na mídia, naquela época não tínhamos essa facilidade de hoje, então como era essa dificuldade de locomoção eu acabei recusando diversos trabalhos e programas, pois atrapalharia meus estudos, acabou que no fim eu tive que escolher e decidi ficar com os estudos. 


Bruna Jones: Saindo da mídia você deu continuidade nos seus estudos e acabou se tornando pós-graduada em educação ambiental e gestão escolar. O que te motivou a seguir na área da educação?
Elane Chaves: Eu sempre quis trabalhar na área da educação, eu fiz magistério e já dava aula com meus 17 anos, pois era uma área que eu sempre gostei muito, eu acho interessante você trabalhar com pessoas e você mostrar o caminho e colher os frutos observando a evolução delas, hoje em dia não estou na educação formal, estou coordenando um programa estadual de educação sanitária no órgão de defesa agropecuária da Bahia. Mas grande parte da minha experiência é na educação infantil, que é incrível conseguir enxergar no final de um ano de trabalho a evolução de uma criança de quatro anos, é encantador pra mim o trabalho com a educação. É um grande desafio trabalhar com educação no Brasil, principalmente educação pública, mas é extremamente gratificante. Acredito que tenha sido isso que me incentivou a permanecer na área.       

Bruna Jones: Falando em educação, entre 2020 e 2021 nós vivemos momentos completamente diferente de tudo o que a gente imaginava que poderia acontecer por causa da pandemia, felizmente a educação conseguiu encontrar uma maneira de se reinventar através de aulas online, porém, a gente sabe que nem toda família possui acesso a internet. Como você avalia esse período que passamos? 
Elane Chaves: Vivi na pele uma discrepância muito grande, infelizmente... A minha filha passou os dois anos de pandemia estudando em casa, ela graças a Deus não sofreu nenhum atraso no desenvolvimento dela, ela tem 12 anos agora e então fez todo o quarto e quinto ano online, mas ela tinha todo o apoio e arsenal, tinha acesso em tablet, notebook, internet boa, uma mãe em casa para estar auxiliando, o que não aconteceu com 99,9% dos alunos de escola pública, muitos deles acabaram ficando em atraso pela falta de acesso e as escolas públicas nem sempre conseguiram realmente fazer esse trabalho remoto de uma maneira bem feita. É uma forma de educação que veio pra ficar? É. Mas precisamos evoluir bastante na parte pública, da educação pública, para conseguir aproveitar o lado bom desse trabalho hibrido, ter uma parte remota e presencial, onde de manhã era presencial e de tarde online para reforço, mas a gente sabe que essa não é a realidade da maioria.     

Bruna Jones: Você acredita que aulas online podem acabar se tornando o futuro? 
Elane Chaves: Eu acho que nada substitui o professor presencial, mas é sim uma fatia grande da educação, com certeza, principalmente para os alunos maiores que já possuem uma maior independente e autonomia para organizar seus horários de estudos. Hoje em dia você perde muito tempo no transito, então se a pessoa conseguir estudar de casa e tiver como fazer isso de maneira positiva, com seus aparelhos e internet boa, ela acaba escolhendo entre as duas possibilidades. Eu por exemplo fiz duas pós graduações online, mesmo antes da pandemia e eu absorvi praticamente tudo, mas eu sou uma adulta, e tenho acesso a tudo que facilita. Mas pra que isso aconteça de maneira positiva, tem que ter uma certa estrutura para que não se torne apenas uma enrolação.  


Bruna Jones: A gente sabe que a vida escolar pode acabar sendo uma época marcante na vida de uma pessoa, professores fazem a diferença na vida de seus alunos diariamente... Tendo isso em mente, pode contar algum fato marcante em sua experiência na vida escolar?
Elane Chaves: Essa pergunta mexe comigo, pois como eu morava em sitio, estudei em escola interna dos meus 9 aos 13 anos e depois morei de favor na casa de uma amiga para estudar onde eu ficava de segunda a sexta, voltando pra casa apenas no final de semana, meus pais sempre tiveram uma criação muito rígida e uma coisa que marca na minha vida escolar é que eu sinto falta de não ter participado de nenhuma gincana escolar, pois elas aconteciam de final de semana e meus pais não permitiam que eu ficasse na cidade para participar, então eu sinto essa falta, nós temos um grupo de colegas do segundo grau onde compartilhamos fotos e tal, e eu não apareço nas fotos pois eu não participava, então isso me marca pela falta dessa experiência, mas positivamente uma coisa que me marca muito foi na época do estágio, terminando o segundo grau com 15 ou 16 anos, onde eu tinha que fazer um estágio de observação e quando cheguei na sala a professora me orientou, ai ela pegou a folga dela e foi viajar, e eu tive que tomar conta da turma por praticamente um mês, isso me marcou tanto que até hoje eu tenho contato com um dos meus meninos que estagiei, o nome dele é Eliseu, ele já é advogado hoje, então isso é uma coisa que me marca muito, pois mesmo muito jovem eu já tinha bastante responsabilidade. 

Bruna Jones:
 Aos poucos estamos retomando a nossa rotina após dois anos complicados que tivemos... Ainda assim, existe alguma novidade vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Elane Chaves: Eu tenho um livro que se chama "Memórias de um Baobá" ele está para encomenda na Amazon já, ele está impresso, estou com 150 cópias dele na minha casa e por conta da pandemia acabei não fazendo exposição, eventos de lançamento e tal, acabou que me deu um desânimo de fazer esse processo, então estou decidindo se vou fazer um lançamento ou se vou doar para escolas públicas, é um lindo livro e infantil, fiz para os meus alunos na época que estava dando aula, para crianças até sete anos, mas tenho muito orgulho dele. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ela ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Se você tem um sonho, se você tem vontade de ser alguma coisa ou fazer algo na sua vida, por mais difícil que seja, persiga esse sonho, não desista dele. Eu tinha nenhuma perspectiva de vida, filha de pais semianalfabetos da zona rural, não tinha energia elétrica, água encanada, nem banheiro, etc... E do nada, Deus, o universo, criou essa oportunidade que mudou a minha vida. Então, você que está lendo, por mais que pense que seja difícil, persiga o seu sonho, sempre mentaliza ele já acontecendo, já acontecido, você se sentindo feliz por aquilo ter acontecido, e siga mesmo, pois milagres ainda existem para quem realmente busca e faz por onde. Eu hoje em dia pratico algo chamado autocriação, que é a gente criar conscientemente a nossa realidade, então acho que se você quer algo, corra atrás, mas fazendo de acordo com o que você quer colher, pois não adiante a gente querer que o universo mande algo positivo e a gente não viver de acordo com aquilo, né? A gente só colhe aquilo que a gente planta." e se você quiser continuar acompanhando ela nas redes, basta procurar por @elaneschaves, beleza?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

Um comentário:

  1. Que boa a entrevista, torci pra Elane em 2003 e revendo em 2022 torci de novo kkkk mt bom saber como ela está hoje em dia.

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