Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? Convidamos o querido cantor, Henrique de Falla, para conversar um pouco sobre suas experiências profissionais e também falar sobre o "Canta Comigo" no qual ele foi um dos 100 jurados, além disso ele também revela se aceitaria entrar em um reality, será? Vem conferir tudo isso e mais, agora! Bruna Jones: Você é professor de canto, certo? O que te motivou a seguir essa carreira?
Henrique de Falla: O canto foi uma consequência natural, visto que me iniciei compositor muito cedo. Aos quatro anos, com alguns amigos da rua da mesma idade enquanto brincávamos, eles ficavam cantarolando músicas e diziam que estavam inventando da cabeça deles, então comecei a fazer o mesmo ali na hora. Mas o que realmente me motivou a cantar, foi quando cheguei em casa e ouvi uma das músicas que eles cantavam na TV. Achei o máximo, e não tive a percepção do que realmente estava acontecendo porque eu era muito novo, mas sei que fiquei mais motivado ainda. Com isso comecei a cantar e compor sem parar, acabei motivado a aprender a ler e escrever precocemente para poder registrar tudo que eu compunha. Mas aos 8 anos, quando vi aquela mesma música que eles haviam "criado" na televisão em uma série chamada "Show da Lucy" me dei conta de que eles não haviam criado nada, e estavam apenas cantando as músicas da tv. Mas tudo bem porque a essa altura já compunha e escrevia. Paralelo a essa história, comecei estudar violão aos 5 anos em uma escola que ficava em frente a nossa casa praticamente, mas eu gostava de tocar e cantar. Mas a história fica realmente interessante aos 20 anos quando eu cursava a faculdade de Engenharia Elétrica, e tudo que acontecia ao meu redor era como se algo no "universo" implorasse para que eu largasse tudo e seguisse a música. Coisas como ligar o rádio e ouvir: "Eu me sinto realizado como músico", olhar para o letreiro atrás do ônibus e ler: "A música te faz feliz", ligar a televisão e naquele instante alguém perguntando: "O que te motivou a seguir a carreira musical?" e muito mais… Eram tantas as indicações, e ainda na época eu havia lido um livro do Paulo Coelho que falava coisas desse tipo, de ficarmos atentos ao que o universo nos fala. Enfim, do dia para noite decidi que iria largar tudo e mergulhar de cabeça na música. Naquele mesmo dia decidi que essa seria minha profissão.
Bruna Jones: Todo início de carreira costuma ser um pouco complicado por diversos fatores, principalmente para quem está começando em uma carreira artística. Como foi o início da sua jornada e as principais dificuldades que você encontrou?
Henrique de Falla: Para mim na verdade foi o contrário, eu digo que eu não escolhi a música, mas foi ela quem me escolheu. O ano era 1994, eu cursava o terceiro ano de Engenharia Elétrica e trabalhava como gerente de setor em uma loja de roupas. O cenário era o seguinte: eu tinha uma banda, que depois veio a ser o Eclipse Oculto, nossos ensaios eram aos domingos e abertos, então lotava de galera pra assistir, nessa época muita gente insistia para que eu ensinasse a ele a tocar guitarra e violão. Um dia, um grande amigo me fez um super favor, eu disse a ele que poderia pedir qualquer coisa que eu pudesse ajudar e ele me pediu para que o ensinasse a tocar. Daí vieram mais dois que estavam me pedindo a muito tempo a mesma coisa, e eu tive que ceder. Ao mesmo tempo, donos de bares, restaurantes, casas noturnas insistiam em me chamar pra tocar o tempo todo, mas devido aos meus estudos e trabalho, não dava. Por outro lado, em meu emprego haviam promessas de subir de cargo e elevação de salário a cada dois meses e em mais de um ano não havia acontecido. Sobre a faculdade de Engenharia, vários colegas de sala já estavam fazendo estágio e alguns já até efetivados. Alguns engenheiros que eu conhecia, me falavam na época (que o Brasil estava bem ruim na área) que eu era louco de estudar engenharia, que o mercado estava saturado. Daí juntou a "metalinguagem do universo" descrito na resposta acima e tudo que estava acontecendo, que me vi quase "obrigado" a seguir pela música. E quando assim fiz, em dois meses estava tocando em várias bandas e estava com mais de 30 alunos. Um detalhe importante é que comecei a trabalhar com 8 anos vendendo pão caseiro na rua de porta em porta quando meu pai ficou desempregado, na sequência comecei a trabalhar no comércio da família, o que me deu muita habilidade de negociação e venda. Também sempre fui muito estudioso e "nerd", devido a isso sempre soube tocar muito bem, além de desenvolver várias outras habilidades. Então tudo isso contou muito a favor.
Bruna Jones: Você teve o apoio de sua família para seguir nesse ramo?
Henrique de Falla: No dia fatídico em que decidi seguir pela música e abandonar meu emprego, estava realmente decidido e pronto para sair de casa. Aos 19 anos fui passar a informação ao meu pai e realmente disse que o estava apenas informando que eu largaria o emprego e iria viver de música e que se necessário eu iria sair de casa. Mas ele deu total apoio e ainda cedeu um espaço para eu poder trabalhar. Só que ele me pediu uma condição: trancar a faculdade e tentar por apenas um ano, se não desse certo, eu deveria voltar aos planos antigos. Mas como eu disse anteriormente, a música me escolheu. E essa escolha trouxe meu destino e me fez encontrar o grande amor da minha vida.
Bruna Jones: Como professor, você trabalha com uma parte mais técnica do canto, certo? Para os cantores profissionais, qual é a importância de ter o acompanhamento de um especialista na área?
Henrique de Falla: Um professor bem capacitado e experiente é capaz de ajudar o cantor a ampliar sua percepção para que o mesmo perceba no que pode melhorar para entregar mais de si e cantar mais afinado, com melhor dinâmica, timbre e interpretação.
Bruna Jones: Atualmente você participa como um dos jurados do "Canta Comigo Teen", programa de talentos da Record TV. Como foi que surgiu esse convite? Você o aceitou de imediato, ou houve uma hesitação inicial?
Henrique de Falla: O convite surgiu em 2018. A princípio eu hesitei, porque as gravações tomam bastante tempo e eu sempre toco dezenas de projetos simultâneos. Mas quando contei do convite para Verinha Mariotto, minha esposa, foi impossível não aceitar porque ela se empolgou bastante com o projeto do Canta Comigo. E ela tinha razão, o programa mudou nossas vidas.
Bruna Jones: Como é dividir uma bancada com mais 99 pessoas de opiniões diferentes? Qual a parte mais difícil de trabalhar com tanta gente assim?
Henrique de Falla: O fato de trabalharmos com 99 pessoas de opiniões diferentes é ótimo, plural, amplia nossas perspectivas. A parte mais difícil é não conseguir dar atenção à todos o tempo todo, ainda fui inventar de ampliar meus contatos com os jurados das versões internacionais. Acho que essa é a parte mais difícil, atender e corresponder a todos.
Bruna Jones: Com tanta gente assim, devem existir várias histórias bacanas de bastidores, não é? Você pode nos contar alguma?
Henrique de Falla: Sim, são centenas de histórias, vou contar algumas que me lembro aleatoriamente. Vou começar com a influência do Gugu em nossas vidas. No primeiro dia, ainda no primeiro piloto da primeira temporada, eu e minha esposa fizemos a vez dos candidatos, apenas para o piloto. Como haviam muitas dificuldades técnicas ainda no primeiro dia, e a Verinha foi a primeira "candidata" a subir no palco, ela ficou ao lado do Gugu por muito tempo conversando com ele, enquanto os técnicos ficavam fazendo os ajustes. O que foi conversado ali com ele, mudou para sempre as nossas vidas. Tiveram também homenagens, comemoramos o aniversários que ficaram marcados em nossas memórias como do Edu Ribeiro em 2019 e do Sebá em 2020 (só um bolinho), fiz composições com o D'Black que surgiu da história emocionante de um dos candidatos do programa. Eu, o Créu, a Verinha, Conrado, Sorvetāo, André Marinho e a Nega fizemos uma composição em homenagem ao Gugu, ainda vivo, mas infelizmente após ocorrido acabamos não fazendo essa homenagem, mas ainda guardo o vídeo do momento feliz que tivemos criando essa canção bem simples e divertida. E muito mais outras centenas de histórias... Realmente tem muita coisa.
Bruna Jones: Sendo artista e tendo passado por vários testes na vida, quais critérios você usa para julgar os candidatos que se apresentam no programa?
Henrique de Falla: Meu ouvido é absurdamente bom, devido a tantos anos de estudo e treinamento, utilizo dezenas de critérios, mas o mais básico de todos é a afinação, pois penso ser o primeiro passo para se cantar. Claro que perdoo os deslizes... "Inclusive os meus quando me apresento", errar ou deslizar faz parte desse que não seja grave ou recorrente. Esse é meu critério número 1.
Bruna Jones: Alguns de seus colegas de programa já participaram ou até mesmo chegam a participar em outros momentos do reality show "A Fazenda". O que você pensa sobre o programa? Aceitaria participar de algo assim?
Henrique de Falla: Sobre "A Fazenda", para mim parece um tipo de RPG, ou algo estilo "Second Life" ou "The Sims". Você entra numa simulação com regras e decide seguir ou quebrá-las, ter ou não boas relações com as pessoas lá dentro. Eu costumo seguir e me adaptar às regras e sobre socialização, também me adapto bem. Não tenho muito tempo para acompanhar o programa e todos os detalhes, mas não vejo problema nenhum em participar. Acredito que eu aceitaria sim um convite, mas não sei os critérios deles, não faço ideia se eu me encaixaria no perfil que eles precisam.
Bruna Jones: Infelizmente 2020 acabou se tornando um ano bem diferente e até mesmo frustrante em questões profissionais por causa das limitações, alguns projetos acabaram sendo empurrados para o futuro, mas enfim... Existem novidades suas vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Henrique de Falla: Sim, em nosso canal The Falla's no YouTube estamos fazendo centenas de entrevistas e desafios musicais com jurados ao redor do mundo. Está sendo divertido. Estamos fazendo algumas parcerias internacionais também, planejando lançamentos com o The Falla's. E espero novas temporadas do Canta Comigo.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "2020 com certeza foi um ano que ficará guardado em nossas memórias e jamais devemos esquecer da nossa capacidade de transformação, onde dificuldades se tornam habilidades, dos desafios emergem sabedoria e lutas nos tornam resilientes. Assim aumentamos nossa capacidade de viver melhor com harmonia, alegria, paz, amor e muita música em nossas vidas. Feliz 2021!" e para quem quiser continuar acompanhando o trabalho dele nas redes sociais é só buscar no Instagram por @thefallasbr, no YouTube por The Falla's e no Facebook é Henrique de Falla Islenel, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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