sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Bruna Entrevista: 10x06 - Roberto Seresteiro


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? Convidamos o querido cantor, Roberto Seresteiro, para conversar um pouco sobre suas experiências profissionais e também falar sobre o "Canta Comigo" no qual ele foi um dos 100 jurados, além disso ele também revela se aceitaria entrar em um reality, será? Vem conferir tudo isso e mais, agora!

Bruna Jones: Além de cantor, você também é professor de história da música, certo? Como foi que a música acabou fazendo parte da sua vida e o que te motivou a fazer dela uma carreira? 
Roberto Seresteiro: Sempre fui apaixonado por música, de quase todos os estilos. Lembro que aos 3 anos eu já ouvia uma antiga vitrola dia e noite. Conheci o acervo de discos do meu pai e depois do meu avô. E sempre tive facilidade para decorar letras e aprender melodias. Mas nunca me imaginei vivendo da música profissionalmente. Porém, aos 18 anos, comecei a frequentar encontros de seresta em Piracicaba, minha terra natal. Eu já conhecia várias letras e melodias que os antigos seresteiros cantavam, e aí fiz amizade com alguns deles. E eles começaram a me convidar para me apresentar com eles, e para a minha surpresa, agradei muito ao público. Foi um novo mundo que se abriu. E tudo com a música popular brasileira antiga, que eu ouvia desde a adolescência. Ser cantor profissional foi uma escolha inusitada, mas posso dizer que tenho a vida que sempre quis ter. Desde a adolescência eu também tinha o hábito de ler sobre a vida e obra de grandes compositores e intérpretes. E aí passei a contar algumas histórias nos meus shows. Aos poucos, surgiram os convites para dar aulas de história da música brasileira, em diversos cursos extracurriculares e cursos da maturidade. E passei a trabalhar como professor e cantor. 

Bruna Jones: Como cantor, você é capaz de falar e emocionar diversas pessoas através da sua arte e interpretações, inclusive ao compartilhar momentos mais íntimos dos seus pensamentos e sentimentos. Como é para você fazer essa troca de energias com o seu público? 
Roberto Seresteiro: Acho que isso é a melhor coisa de ser artista. Alegrar e emocionar as pessoas com a minha arte. É muito gratificante ver, ouvir e ler a reação das pessoas que nos assistem. Justamente por eu trabalhar com um repertório mais tradicional, o público volta no tempo e revive emoções e memórias afetivas. Eu fico imensamente realizado quando ouço as pessoas dizendo que tornei o dia delas melhor através da minha música. E essa é a troca de energia, pois o artista também sai renovado a cada apresentação. 


Bruna Jones: Todo inicio de carreira costuma ser um pouco complicado por diversos fatores, principalmente em uma carreira artística. Como foi o inicio da sua jornada e as principais dificuldades que você encontrou? 
Roberto Seresteiro: Ser músico independente no Brasil é realmente complicado, pois temos muito pouco apoio. E é preciso batalhar para fazer nosso trabalho chegar às pessoas. Minhas grandes dificuldades aconteceram devido ao fato de eu ter escolhido um estilo musical muito segmentado, que está fora do chamado mainstream. Muita gente jovem nem sabe o que é Seresta. E eu costumo dizer: "Seresta é o estilo de música que o seu avô cantava para conquistar a sua avó." Em alguns casos, o bisavô cantava para a bisavó. Então, é um gênero musical que tem muita história, mas que está um pouco esquecido atualmente. E nosso trabalho é trazer a Seresta para os dias atuais. É difícil, mas vale a pena. 

Bruna Jones: Em 2015 você lançou o álbum "Cordiais Saudações", como foi essa experiência para você? 
Roberto Seresteiro: Foi um disco que produzi após anos de trabalho, e o repertório foi sendo escolhido ao longo dos anos. Resolvi gravar um disco com músicas antigas e quase desconhecidas. Meu critério foi trazer à baila um repertório de obras belas, e que no entanto ficaram no fundo do baú. E ao longo do tempo, o repertório se mostrou uma escolha acertada: muita gente conheceu aquele repertório tão bonito através das nossas gravações. E é um disco bem diversificado em termos de ritmos: tem valsa, samba, samba-canção, tango-canção, marcha rancho, fox-trot, enfim, várias facetas do universo musical da Seresta. 

Bruna Jones: Atualmente você participa como um dos jurados do "Canta Comigo", programa de talentos da Rede Record. Como foi que surgiu esse convite? Você o aceitou de imediato, ou houve uma hesitação inicial? 
Roberto Seresteiro: Um produtor surgiu com o convite através do WhatsApp. De início achei meio inusitado, demorei a entender como seria o formato e o que teria que fazer, e como seria estar no meio de tanta gente. Mas acabei topando ir ao encontro inicial para conhecer os estúdios, a produção e os jurados. E depois do primeiro dia que estive com toda aquela turma, os receios e as dúvidas sumiram, e fiquei muito entusiasmado e empolgado com o projeto, e essa alegria em participar desse trabalho continua até hoje. 


Bruna Jones: Como é dividir uma bancada com mais 99 pessoas de opiniões diferentes? Qual a parte mais difícil de trabalhar com tanta gente assim? 
Roberto Seresteiro: Sempre houve um enorme respeito entre todos os jurados. Desde a primeira temporada (2018), a produção e a direção sempre nos trataram com muito carinho e atenção, além de serem muito competentes. Então, devido ao enorme respeito entre os jurados e ao fabuloso trabalho da produção e direção, tudo fica mais fácil. Porém, é claro que surgem algumas polêmicas envolvendo algumas escolhas dos jurados. Mas essas desavenças sempre acabam dentro da esfera profissional do programa. E claro, em todas as temporadas, o respeito à opinião e às escolhas de cada um sempre prevaleceu. 

Bruna Jones: Com tanta gente assim, devem existir várias histórias bacanas de bastidores não é? Você pode nos contar alguma? 
Roberto Seresteiro: Nas edições de 2018 e 2019, o mais legal era poder fazer um som com os jurados nos bastidores. Antes de irmos para o famoso painel, ficávamos tocando e cantando no lounge. Todo mundo cantava e tocava, era uma interação incrível. Em 2020, devido à pandemia, não foi possível interagir como antes. Mas foi fabuloso poder gravar um programa dessa magnitude mesmo em tempos tão difíceis. Neste ano de 2020, uma história de bastidor que aconteceu comigo foi que alguns jurados que entraram nessa temporada não entenderam direito meu nome artístico ("Roberto Seresteiro") e começaram a me chamar de "Forasteiro". Passou a ser meu novo apelido entre os jurados. 

Bruna Jones: Sendo artista e tendo passado por vários testes na vida, quais critérios você usa para julgar os candidatos que se apresentam no programa? 
Roberto Seresteiro: Procuro avaliar a apresentação num contexto geral. O artista tem que mostrar um equilíbrio de fatores para fazer uma grande apresentação. Então ele tem que balancear técnica, afinação, interpretação, emoção. Se ele consegue utilizar esses elementos de uma forma equilibrada, eu aprovo. Quando eu não voto, é pq algum desses fatores foi deixado de lado. Mas eu sou um jurado muito bonzinho, você pode conferir no programa! Hahaha...


Bruna Jones: Alguns de seus colegas de programa já participaram ou até mesmo chegam a participar em outros momentos do reality show "A Fazenda". O que você pensa sobre o programa? Aceitaria participar de algo assim? 
Roberto Seresteiro: Dou todo o apoio aos colegas que participaram desse programa, afinal, é um trabalho muito difícil. Eu creio que não toparia fazer, pois não teria equilíbrio emocional e não aguentaria a pressão do programa. É um programa num ritmo muito intenso, e acho que não tenho o perfil adequado. 

Bruna Jones: Infelizmente 2020 acabou se tornando um ano bem diferente e até mesmo frustrante em questões profissionais por causa das limitações, alguns projetos acabaram sendo empurrados para futuro, mas enfim... Existem novidades suas vindo por ai? Algo que possa compartilhar com a gente? 
Roberto Seresteiro: Sim, ainda em 2020 eu lancei meu mais novo single, "Delicadeza". É uma música que cantei ao vivo num Tributo ao grande Ivon Curi. Está disponível em todas as plataformas digitais, ouve lá que você vai gostar! Também lancei alguns vídeos para o "Canal Gramofone", um projeto sobre música e história que está no YouTube. Infelizmente paramos de gravar devido à quarentena, mas em breve vamos lançar novos vídeos. Também fiz algumas lives homenageando compositores emblemáticos e que estão no IGTV. A pandemia acabou fazendo com que eu produzisse mais conteúdo online (mesmo que às vezes improvisado), e isso foi algo diferente, pois a maioria do meu trabalho era totalmente presencial. Para 2021, quero gravar alguns novos singles, e também voltar a fazer shows presenciais, pois estou com muita saúde de cantar ao vivo para as pessoas. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Quero mandar um abraço a todos, e agradecer por esse espaço, e convidar todos a conhecerem um pouco da Seresta, a música mais antiga e mais romântica do Brasil. Meu Instagram é @robertoseresteiro. Facebook: Roberto Seresteiro. E também tem o "Canal Gramofone" no YouTube. Contamos com a visita de vocês, serão todos muito bem-vindos!" agora corram lá nas redes e sigam para continuar acompanhando o trabalho dele, beleza?


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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