terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Bruna Entrevista: 12x08 - Marcos Maçaneiro


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E como estamos em época de "Big Brother Brasil", nada melhor do que relembrar participantes que já passaram pela mansão da Globo, não é mesmo? O nosso convidado de hoje é simplesmente o Marcos Maçaneiro, que foi um dos sortudos confinados da quinta temporada do programa, vem conferir um pouco sobre como foi essa experiência para ele!

Bruna Jones: Em 2005 você acabou participando de uma das maiores temporadas do "BBB" que continua sendo muito lembrada até hoje por quem é fã do programa, não é mesmo? O que te motivou a tentar a sorte no reality show?
Marcos Maçaneiro: Por incrível que pareça, depois de tanto tempo ainda tem muita gente que me pergunta e que me reconhece, onde eu moro já é normal pois todo mundo me conhece, mas quando eu vou para uma cidade diferente, sempre tem alguém que me reconhece e faz perguntas. Aqui já não é tanta novidade assim, mas em outros lugares as pessoas custam a acreditar, vão pesquisar se isso é mesmo, pois a gente mudou bastante de lá pra cá, já são 18 anos desde o programa, mas sim... Ainda se lembram, sim! 

Bruna Jones: Eu diria que você foi um dos poucos sortudos que era "gente como a gente" que conseguiu um ticket dourado para participar da atração, já que você veio através de um sorteio. Chegando no programa, você sentiu o impacto das diferenças entre você e os demais confinados?
Marcos Maçaneiro: Com certeza. Até pelo fato de ter vindo de uma realidade diferente das pessoas que já estavam lá dentro, a maioria deles já tinha uma situação financeira diferente, uma classe social diferente da minha e querendo ou não, eu era uma pessoa do interior que morava aqui em Floripa fazia pouco tempo, eu era do interior do Paraná e tinha uma situação de vida e mentalidade completamente diferente, mas senti um pouco o impacto, não que as pessoas tenham me tratado diferente, mas eu mesmo senti um pouco a diferença com os outros, mas também não tinha maturidade para entender a dimensão do negócio, embora eu tivesse 26 anos na época, eu ainda era bem imaturo. Foi tudo muito rápido, embora eu tenha me inscrito para entrar e tudo mais, eu não fiquei acompanhando a reta final e só fiquei sabendo que entraria somente no dia do sorteio, então não teve uma preparação mental para uma possível ida, não pensei no que faria, um dia estava trabalhando e no outro estava no programa, não deu tempo de absorver muita coisa. Eu digo que vivi cinco anos em seis meses, foi realmente um impacto muito rápido e um acolhimento mais fácil de alguns e outros nem tanto, algumas eu ainda tenho contato até hoje e outras eu nunca mais vi e não fizeram questão de ter, então também não quis. Mas foi um choque de realidade sim.

Bruna Jones: Na época da sua temporada, ainda não existia em grande escala um "reality show" ainda maior aqui fora, chamado "redes sociais", naquele ano era somente o Orkut, então a exposição dos participantes era bem menor do que é hoje em dia. Você acredita que se fosse como é hoje, as suas chances de permanecer no programa seriam maiores? 
Marcos Maçaneiro: Sim, eu acredito que se na minha época tivesse essa dimensão e velocidade de informação que se tem hoje com a internet, eu acredito que sim. Até pelo fato de que as pessoas não tiveram tempo de me conhecer, saber como eu era, como eu pensava e realmente foi muito rápido e não deu tempo, sendo que hoje em dia todo mundo sabe da vida de todo mundo muito rápido com a internet, então acredito que se fosse hoje em dia com as possibilidades de pesquisa, de saber como a pessoa é, as pessoas iriam se sentir mais próximas de mim e eu poderia ter ficado mais tempo no programa, sim. Como você disse na minha época era o Orkut, uma coisa muito, muito diferente... Eu diria que é uma diferença da água pro vinho. 

Bruna Jones: A sua temporada ficou marcada por transformar o jogo em uma espécie de "Heróis contra Vilões", 18 anos depois de ter vivenciado essa história, como você avalia essa maneira que a edição do programa retrata as histórias? 
Marcos Maçaneiro: Eu acredito que assim... Se você planta chuchu, não tem como você colher abacate, né? Então é óbvio que para o programa, para o canal, qualquer reality show quer o ibope e o que dá noticia, então o que você planta de bom e o que vai repercutir é o que eles vão dar foco e vão mostrar mais e o que você faz de negativo e que também vai repercutir também vai ser mostrado. Obviamente não tem como mostrar 24 horas a não ser nos canais pagos, no programa aberto é sempre meia hora ou uma hora no máximo, eles vão fazer a sua imagem de acordo com o que dá ibope, e se você tiver uma postura como algumas pessoas tiveram e saíram com a imagem muito negativa, com posturas nada legais, digamos assim, é o perfil. Quando você dá poder para alguém, você passa a conhecer e hoje em dia principalmente os famosos entram se preocupando em não se queimar, mas aos poucos vão se soltando e muitos mostram quem realmente são, a gente conhece as pessoas apenas pelas imagens, mas é muito diferente da realidade das pessoas em seu dia-a-dia mesmo, não culpo os canais e acho que estão certos em mostrar o melhor e o pior de cada um mesmo, vai dos participantes saber que é um jogo, mas como na vida existem regras e se você tem um bom caráter aqui fora, ele não vai se modificar lá dentro. Eles mostram o que você planta, ninguém é 100% bonzinho ou 100% errados, mas alguns acabam se perdendo por poder ou por grana, achando que pode falar o que pensa de todo mundo na hora que quiser e não é assim, na vida social é preciso ter respeito. Acredito que cada um planta o que quer e colhe o que foi plantado e as emissoras se aproveitam deste ponto e estão certas em mostrar o que cada um realmente é.

Bruna Jones: Você passou apenas 16 dias confinado dentro do programa, do que você sentiu mais falta de fazer e que não tinha como? E o que você era "obrigado" a fazer todos os dias que acabou te desgastando lá dentro? 
Marcos Maçaneiro: Eu fiquei somente 16 dias, então tinha muita gente dentro da casa ainda, então não deu tempo de ter muita vontade de fazer algo ou uma saudade muito grande, claro que tive saudades da família, dos meus pais, pois na época ainda era solteiro, não tinha filhos... Mas não sofri disso não, foi muito pouco tempo para falar que sofri por alguma coisa, mesmo pelo fato de ter sido 16 dias muito intensos, então não sei mencionar se teve algo que me fez falta ou saudades, gosto muito de futebol e eles conseguiram colocar uma bola lá dentro, tinha o [Giuliano] Ciarelli que era goleiro, a gente conseguiu se divertir e brincar um pouco. E o que era ruim, é o seguinte... Os grupos já estavam se formando e eu muito inocente não queria fazer parte daquilo, apesar de muito inocente eu já sabia que o Rogério e o Paulo André estavam de canto conversando e eu não tinha muito para onde fugir, sabia que eles estavam falando sobre isso e não tinha saída, não tinha como ir pra praia por exemplo, rs... Não tem isso lá dentro. Mas não me afetou muito, tinha muita coisa para fazer e eu volto a frisar que eu era muito inocente na época, achava que estava em uma colônia de férias e o pessoal voando na verdade. 

Bruna Jones: A sua temporada ainda foi em uma época na qual os ex-participantes se tornavam verdadeiras celebridades, não que hoje tenha mudado muito, mas na época ainda haviam poucos participantes, então a mídia ficava mais em cima para reportagens, ensaios fotográficos, participações na televisão... Como foi para você entrar no programa como anônimo e sair de lá sendo reconhecido pelo Brasil inteiro? 
Marcos Maçaneiro: Realmente foi muito louco, como era apenas o quinto programa e foi uma temporada de muito sucesso, a mídia estava muito em cima. Foi muito louco e diferente de tudo que eu vivi antes. Eu sou do interior do Paraná, morando aqui em Floripa fazendo pouco tempo e claro, já tinha uma vivencia de cidade grande, mas quando você sai dali é uma coisa absurda, uma realidade em que todo lugar que você vai as pessoas te reconhecem, querem foto, querem perguntar, querem pegar... É algo que assusta no começo por ser uma realidade muito diferente do que você vive, não tinha redes sociais, mas ainda assim, a dimensão de um canal como a Rede Globo é uma coisa muito grande. 

Bruna Jones: Olhando hoje, você acredita que o saldo da sua participação tenha lhe trazido mais coisas positivas do que negativas para a sua vida ou você preferia não ter se exposto no programa? 
Marcos Maçaneiro: Claro que trouxe algumas coisas negativas, sempre tem situações que não são agradáveis, mas teve muito mais coisas boas, viajei muito, conheci muita gente e fiz amizades, levei meus pais ao Rio de Janeiro que na época não tinha condições de ir, tudo tem o seu lado bom e o lado ruim, mas sim, acredito que o saldo seja mais positivo do que negativo, já que não tinha nada para esconder e não tinha nada para me desabonar, digamos assim. Minha participação foi muito mais positiva do que negativa e eu não me arrependo não. 

Bruna Jones: Nos últimos anos a reciclagem de participantes de realities vem acontecendo, apesar de estar um pouco afastado deste universo, você consideraria retornar em uma temporada com veteranos do "BBB" ou quem sabe uma "A Fazenda? 
Marcos Maçaneiro: Com certeza! Até pelo fato de que o tempo só me fez bem, no contexto geral, eu nunca me senti tão bem, estou com 44 anos, mas estou super bem mentalmente, fisicamente e acredito que com certeza, mais maduro e menos inocente, já sabendo que as pessoas não são tão boazinhas e inocentes quanto achei 18 anos atrás, com certeza seria uma coisa muito legal, apesar de que hoje tenho filho, tenho esposa e não iria de qualquer jeito, mas não descartaria se houvesse uma boa conversa.


Bruna Jones: Você foi um dos poucos participantes que logo em que saiu começou a investir em áreas que não eram artísticas e eventualmente você acabou se afastando da mídia. Esse sempre foi o seu plano, retornar para uma vida mais tranquila ou isso foi devido a falta de oportunidades na mídia? 
Marcos Maçaneiro: Foi um conjunto de coisas, faltou oportunidade sim, pois quem sai muito cedo não tem tantas oportunidades assim, foi o que aconteceu comigo e acontece até hoje, mas a vida segue, ela continua e tudo é muito bonito e glorioso, mas as contas não param de chegar... Financeiramente ganhei muito pouca grana, não tive tantas oportunidades por ser muito inocente e não ter conhecimento, não aconteceu nada para o lado artístico e acho que foi isso mesmo, a falta de oportunidades. Acho que não tinha noção de prosperidade, era muito imaturo, não teve muito interesse das pessoas, algumas do Rio de Janeiro tinham mais interesses em pessoas que ficaram mais tempo no programa, mas se ofereceram para me empresariar, mas não teve muita coisa e mais atrapalharam do que ajudaram, então a falta de oportunidades me fizeram voltar para a vida normal, aqui no meu estado também não fui muito valorizado, a maioria das coisas que fiz foi em São Paulo e no Rio Grande do Sul, mas é basicamente isso, a falta de oportunidades. 

Bruna Jones: O que te motivou a buscar se profissionalizar na área de logística? 
Marcos Maçaneiro: Na verdade a minha vivência anterior ao "Big Brother Brasil" me levaram para essa área, eu sabia que existia uma demanda ali de mão de obra, nosso país é um país que infelizmente não investe muito em logística, é muito pouco, então era uma área que eu já gostava, de empresas que já tinha trabalhado, era um assunto que eu já gostava e por isso acabei indo para essa área. Infelizmente nosso país não é um exemplo a ser seguido nessa área, mas foi basicamente isso.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "A vida é muito curta, passa muito rápido e vocês precisam aproveitar as oportunidades, quem quer participar do programa tem que se inscrever, tem que respeitar principalmente quem gosta e quem tem opinião contrária, a base de tudo é o respeito e hoje a informação está ai, é muito fácil. Tem que saber as fontes, o que é real e o que não é, leiam, se informem, pessoas sérias sempre vão ter espaços e não deixem de sonhar, eu sou a prova disso, de que tudo nessa vida é possível!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar no Instagram por @marcosmacaneiro, beleza?

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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