terça-feira, 13 de junho de 2023

Bruna Entrevista: 12x24 - Felipe Cobra


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é o atleta Felipe Cobra, que vem compartilhar um pouco da sua carreira com a gente e também revelar como foi a sua experiência participando da sétima temporada do "Big Brother Brasil", vem comigo!

Bruna Jones: Hoje você é um grande personal, professor e atleta de Jiu Jitsu, mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar ao começo, sim? Qual foi o seu primeiro contato com o esporte e o que te motivou a se profissionalizar nele? 
Felipe Cobra: O esporte sempre esteve presente na minha vida. Desde pequeno eu praticava esportes, fiz natação, aos seis anos já tentava pegar ondas e depois comecei a pegar ondas de verdade, já lutava, judô, karatê, essas coisas... E quando entrei sério no esporte mesmo foi no remo em 1989 quando entrei no Flamengo pra remar, fiquei lá por 13 anos onde fui 14 vezes campeão carioca, 3 vezes campeão brasileiro, fiz seleção para campeonato mundial, Olímpiadas e Panamericano, infelizmente não consegui ir, e nesse meio tempo comecei a fazer Jiu Jitsu também aos 16 anos na lendária academia do Carlson Gracie e hoje sou faixa preta de quinto grau, tenho 21 anos de faixa preta, mas já tive muita coisa pelo meu caminho... Ainda comecei a andar de skate onde me tornei profissional e participei de 10 campeonatos mundiais do circuito, realizei eventos, o primeiro campeonato de skate no Brasil em 2006. Tenho uma história bem grande com o esporte, ele sempre fez parte da minha vida. Ai não tive outra opção, né? Acabei fazendo faculdade e me tornando professor de educação física, seguindo no esporte, dando aula de Jiu Jitsu e estou nesse caminho de formar atletas, mas ainda continuo competindo mesmo aos 47 anos, sou Master 4 e vamô que vamô!

Bruna Jones: A gente sabe que no Brasil é muito difícil conseguir obter sucesso no esporte fora dos campos de futebol. Quais foram as dificuldades que você encontrou no início da sua carreira no Jiu Jitsu? 
Felipe Cobra: É complicado esse negócio do Brasil, realmente a gente não consegue... Sempre tive apoio, patrocínio de verdade eu tive poucos... Era um apoio ou outro em quimono ou em inscrições de competições, mas na maioria das vezes eu tirei do meu bolso mesmo, meu pai pagava pra mim ou eu dava o meu jeito de conseguir, ia pagando e lutando... Minha vida inteira de campeonato foi assim, conseguia uma molezinha uma vez ou outra. Onde eu tive mais sucesso com patrocínio foi no skate, onde tive patrocínios importantes. 


Bruna Jones:
 Em algum momento você pensou em deixar o esporte de lado e tentar buscar uma nova carreira? Se sim, o que te motivou a persistir no sonho? 
Felipe Cobra: Sempre passa pela nossa cabeça desistir... Eu graças a Deus pratiquei três esportes, o remo, o Jiu Jitsu e o skate, nos três consegui ser nível de campeonato mundial. No remo fiz seletiva pro mundial, no skate eu corri dez etapas do circuito mundial e no Jiu Jitsu também consegui alguns campeonatos mundiais, inclusive neste ano estou conseguindo ir novamente, é uma luta conseguir ir sempre. Mas a gente não desiste, as vezes pensa e para um pouco, mas acaba que é a nossa paixão, faz parte da nossa vida e não conseguimos ficar parados. Acaba que a gente vai levando, hoje trabalho com educação física, então de certa forma trabalho com o que eu gosto e hoje eu dou mais prioridade ao meu bem estar e a minha cabeça.   

Bruna Jones: Uma das possibilidades que o esporte traz pra vida do atleta é poder viajar para diversos lugares do mundo e conhecer novas culturas. Dito isso, tem algum local que tenha se tornado mais especial pra você? 
Felipe Cobra: Todas as viagens são importantes, todas elas são diferentes. Com o skate eu consegui viajar bastante, um pouco menos com o Jiu Jitsu, mas viajei também e eu criei um hábito, em todo lugar por onde passo acabo trazendo uma pedra. Cada lugar é único, por mais que você repita o ano, por exemplo, o mundial de Master é em Las Vegas, eu estou indo para a minha quarta temporada lá e toda vez foi diferente, todas as viagens você traz alguma coisa muito boa. Mas com certeza as melhores viagens vieram através do skate, viajei pela Europa, Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Áustria... Foi bem legal.    

Bruna Jones: Uma curiosidade que sempre temos é exatamente o que está se passando pela cabeça dos atletas na hora da luta. Quando você está lá disputando, como costuma funcionar a sua mente neste momento? 
Felipe Cobra: Então, o antes da luta é o mais gostoso... Eu gosto de lutar por causa disso, a semana é legal... Você fica esperando a chave, o cronograma, você começa a se alimentar melhor, preparar o seu descanso... Como diz o Vanderlei Silva, a nossa luta já começa quando assinamos o contrato. A partir do momento que você faz a inscrição o campeonato já começou ali: alimentação, treino diário, bater peso... Eu sou bem guerreiro, então quando piso no tatame bate a adrenalina e eu fico de boa, mas antes dá uma ansiedade, um medo, uma insegurança, mas ao mesmo tempo coragem... Mas sempre com pensamento positivo para obter sucesso e ganhar.


Bruna Jones:
 Em 2007 você acabou participando por quase um mês do maior reality show da televisão brasileira. Como foi essa experiência para você? É algo que você faria novamente? 
Felipe Cobra: O "Big Brother Brasil" foi uma experiência única, acho que todo mundo quer participar, né? Infelizmente eu fui muito mal interpretado pelo contexto da história, que acaba que eles vão conduzindo de acordo com o interesse deles de edição. Falei uma coisa nada demais, mas a minha personalidade e meu jeito é meio explosivo mesmo... Acabei comentando alguma coisa sobre homossexualidade que o pessoal levou pra outro lado e não consegui reverter, mas foi bem legal, foi uma boa experiência e tive bastante coisas boas e ruins também, meio a meio eu diria. Hoje participaria novamente sim para tentar mudar um pouco essa imagem ruim que ficou, sai com uma porcentagem bem alta, né? Mas mais por causa dessa interpretação ai, não que eu tenha sido um santo, mas a interpretação ajudou bastante.   

Bruna Jones: Hoje você tem a possibilidade de influenciar de maneira positiva e direta na vida das pessoas através das redes sociais, seja compartilhando sua história ou até mesmo dicas profissionais e coisas deste tipo, diferente de quando você começou a sua carreira em que atletas dependiam mais da mídia. Vendo as ferramentas disponíveis hoje, como é para você ter esse contato mais direto com o seu público e os futuros atletas do Brasil? 
Felipe Cobra: Hoje ficou tudo mais fácil com as redes sociais, a gente consegue ficar expondo nosso trabalho e nossas ideias, mas meu maior objetivo como professor hoje em dia é criar cidadãos de bem, pessoas preparadas para a vida de verdade, não essa vida de internet, de Instagram, mas sim a vida verdadeira, onde você acorda cedo para trabalhar, tem que saber ganhar e perder, ser honesto, fazer o bem para as pessoas... Hoje esse é o meu maior objetivo, a pessoa ser uma pessoa de bem... Se se tornar campeão maravilha, mas se quer ser uma pessoa de bem, com caráter e princípios, isso pra mim já é uma grande vitória.   

Bruna Jones: Aliás, a gente vive hoje uma era um pouco complicada com as redes sociais, na qual pessoas completamente despreparadas, mesmo não tendo formação acadêmica para isso, ficam dando "ensinamentos" sobre treinamentos e alimentações. Você poderia explicar aos leitores os riscos de seguir orientações sem saber se a fonte é apta para isso? 
Felipe Cobra: Isso é muito complicado, as pessoas são mal instruídas e hoje tem todo tipo de produto e coisa, as pessoas vendem uns emagrecimentos mágicos por ai, como é o caso daquela Maíra Cardi, uma coisa pior que a outra. As pessoas precisam se informar melhor, só que elas não querem lidar com a realidade, sabe? Elas acham que com aquilo ali, com o produto de emagrecimento elas vão conseguir continuar comendo as coisas que comem, continuar inativos e emagrecer... Pode até ser que consiga algum resultado, mas é temporário... É preciso mudar os hábitos. 


Bruna Jones: Muita gente possui uma ideia errada sobre os esportes de contato físico, achando que é muito violento, por exemplo... Mas sabemos que é algo que vai muito além disso... O que você diria pra quem está pensando em começar no esporte, mas que possui receios ou uma ideia errada sobre o Jiu Jitsu? 
Felipe Cobra: Infelizmente a gente sofre esse preconceito até hoje, pessoal acha que vai lá e vai apanhar... Antigamente era isso mesmo, coisa de 30 anos atrás era uma seleção natural, quem sobrevivesse ia pra frente e quem não aguentasse iria embora. Mas hoje mudou muito, o Jiu Jitsu cresceu muito, a metodologia de ensino mudou muito. As minhas aulas são todas voltadas para a qualidade de vida, para algum tipo de aprendizado espiritual, conseguir autoconfiança, ser mais solto, mais corajoso... Para enfrentar as realidades da vida de verdade. Mas infelizmente a gente ainda sofre esses preconceitos ai, fazer o que? Mas vamos seguindo trabalhando que tem mais gente pra ajudar do que pra atrapalhar. O Jiu Jitsu hoje é a arte marcial que mais cresce, pelo menos é o que tenho visto.     

Bruna Jones: Já estamos quase chegando no segundo semestre do ano e felizmente podemos viver uma vida relativamente mais tranquila novamente, dito isso, tem novidades vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Felipe Cobra: Pois é, o ano passou rápido né? As novidades é que estou com um projeto social ai para ajudar as crianças, e também estou viajando novamente para os Estados Unidos onde vou fazer mais uma temporada lá fora e quem sabe trazer alguma boa ai.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "O recado que deixo para as pessoas é: Faça o bem, ame as pessoas que estão perto de você, dê valor para as pessoas que estão perto de você e te valorizam, se valoriza, esteja bem consigo mesmo e não deixa ninguém dizer que você não é capaz, que você não pode e que não consegue. Você consegue sim, você pode e você é capaz. Basta você querer!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar por @felipecobra09 no Instagram, beleza? 

Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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