Bruna Jones: Antes da gente falar sobre o "MasterChef Brasil", vamos voltar um pouquinho. Antes do programa você estava atuando como professor de francês, não é mesmo? O que lhe motivou a buscar uma carreira nessa área?
Victor Hugo Garcia: Isso, quando me inscrevi no MC eu me dividia entre duas profissões: eu sou servidor público e professor de francês. A carreira de professor surgiu um pouco ao acaso: eu era aluno da escola e fui convidado pelo coordenador. Sempre tive uma veia de professor e as oportunidades foram aparecendo. O estudo do francês e da culinária sempre foram andando em paralelo e hoje as duas atividades: cozinheiro e professor de francês, acabam uma impulsionando a outra.
Bruna Jones: Fazer aulas de outros idiomas é basicamente uma necessidade hoje em dia para que você possa desenvolver novas habilidades para a sua própria área de trabalho, mas normalmente as pessoas costumam ir para o inglês ou espanhol. O que você diria para quem está pensando em estudar a língua francesa?
Victor Hugo Garcia: A língua francesa é a 5ª língua mais falada no mundo e a 4ª mais utilizada na internet. Acho que ainda existe uma certa imagem de que o francês é uma língua ou antiquada ou de gente "metida a besta". Mas o que a maioria das pessoas não se atenta é pra diversidade de países que falam francês. A maioria dos métodos de estudo de francês como língua estrangeira apresenta essa diversidade. Existe também toda uma rede de oportunidades de estudo e bolsas na França e em países francófonos. É cada vez mais comum, por exemplo, encontrar alunos que buscam o francês com objetivo de emigrar.
Bruna Jones: Como foi que surgiu a sua paixão pela gastronomia? Você já costumava lidar com essa área mesmo trabalhando como professor?
Victor Hugo Garcia: Eu gosto de cozinhar desde muito novo. Sempre preferi os programas de culinária na TV no lugar dos filmes. A cozinha foi um hobby que me levou ao francês pela minha proximidade com a técnica culinária francesa.
Bruna Jones: Como eu disse anteriormente, você acabou competindo no "MasterChef Brasil" da Band. O que lhe motivou a se inscrever no programa? Você já tinha se inscrito alguma vez antes?
Victor Hugo Garcia: Foi a minha primeira inscrição. Eu sempre fui fã do programa e também sempre tive curiosidade pelo universo da televisão, então o desejo já estava ali e a minha esposa já me apoiava. O que me faltava era o "apoio logístico" que eu precisaria ter em SP: um lugar para ficar durante os testes e gravações, por exemplo. Em 2016 eu fui ser voluntário nos Jogos Olímpicos no Rio e lá fiz um grupo de amigos do Brasil todo - inclusive de SP. Esses amigos também são fãs de MC: comentávamos os programas juntos, etc. Neles encontrei o apoio logístico e motivacional que me faltava para fazer a inscrição.
Bruna Jones: Para participar de um reality show, durante o tempo que for, os participantes precisam abrir mão de algumas coisas para estar à disposição da produção durante o período de gravação. Você teve que mudar algo na sua vida para participar do "MasterChef Brasil"?
Victor Hugo Garcia: Sim. Além da distância da família, que é sempre complicado num processo tão estressante como a gravação de um reality, precisei contar com o apoio dos colegas de trabalho para que eu pudesse tirar as férias e licenças que tinha direito e ficar afastado por um período mais longo. Eu tive apoio de todos os lados.
Bruna Jones: Como sabemos, a rotina do reality show competitivo é intensa, com várias fases eliminatórias a se encarar antes mesmo de apresentar seu prato para os jurados da competição. Além disso, vocês precisam se relacionar com os outros participantes. Como foi para você essa relação com os demais? Era um clima mais amigável ou mais tenso devido à competição?
Victor Hugo Garcia: Na minha opinião, de uma maneira geral, havia um clima de Fair Play entre os participantes. Logicamente que conforme a competição vai avançando e as pessoas passam a se conhecer melhor, você acaba se aproximando de algumas pessoas, é natural. Mas sempre havia um espírito de que o que valia era o que estava no prato no final do tempo, e foi com essa mentalidade que eu me relacionei com os competidores. Hoje eu tenho muitos amigos que conheci no MasterChef.
Bruna Jones: Sabemos que os três jurados do programa não têm muito contato com os participantes fora das gravações para que se mantenha certa neutralidade. Mesmo assim, ao longo das temporadas pudemos ver que eles se afeiçoam mais por alguns e cobram mais de outros. Como era a sua relação com o Fogaça, o Jacquin e a Paola?
Victor Hugo Garcia: A gente só se encontra durante as gravações, não há relação fora do que é gravado. E até mesmo por ser uma relação só no palco que é importante que o participante entenda que o comentário que está sendo feito ali tem esse verniz do "show": eu sou fã e espectador do programa, eu gostava de ver isso e sabia que uma hora ou outra receberia um comentário mais cruel, por exemplo. Por outro lado, recebi muitos conselhos, muitos ensinamentos que fizeram a minha forma de cozinhar evoluir absurdamente. Na minha despedida, uma das frases dos chefes que não foi ao ar foi a de que eu nunca repetia os mesmos erros, sempre eram erros novos (rs!). Eu me senti orgulhoso por ter aproveitado a oportunidade ao máximo de contar com a experiência dos três.
Bruna Jones: Como você está lidando com toda a visibilidade que o programa trouxe para a sua carreira? Como é a sua relação com os fãs que chegaram depois dessa participação?
Victor Hugo Garcia: Eu sempre fui reservado com a minha vida particular, mesmo antes do programa. Inclusive muita gente acha que eu exploro pouco a visibilidade que o programa me deu. Mas mesmo aparecendo pouco nas redes, eu tenho meu público e as pessoas são muito carinhosas e amáveis comigo e com a forma de me abordar.
Bruna Jones: Nos últimos anos, a “reciclagem” de participantes de reality show virou algo comum na televisão brasileira. Você aceitaria um convite para participar de “A Fazenda” ou “BBB”, por exemplo, ou ainda de uma nova temporada com antigos participantes do “MasterChef Brasil”?
Victor Hugo Garcia: Eu sou muito satisfeito com a minha participação e o que resultou dela. Mas foi uma rotina muito estressante. Acho que parte da sabedoria que eu aprendi com a idade me fez entender que tem coisas na vida que só se faz uma vez. Não quero correr o risco de estragar a boa memória que eu tenho dos meus dias no MC. E posso não ter ganho, mas sempre vou ser o cara que fez a própria ricota!
Bruna Jones: 2020 foi um ano atípico e, de certo modo, frustrante. Para esse novo ano que está se iniciando, você já tem algum projeto em mente? Há algo que queira/possa compartilhar conosco?
Victor Hugo Garcia: Com as perspectivas que as vacinas estão trazendo, estou usando esse início de 2021 para organizar melhor as minhas 4 atividades: servidor público, professor de francês, cozinheiro e influencer. Estou num balanço do que deu certo no passado e q pode ser reaproveitado no mundo que a gente visualiza, pós COVID. Eu estou passando um pente fino em todas as minhas atividades para poder então ter tempo e cabeça livre para os projetos novos.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho, olha só: "Eu agradeço demais o carinho que sempre recebi - foram pouquíssimas vezes que eu recebi comentários ou críticas grosseiras. Se eu posso dar algum conselho pra alguém eu diria: trate bem as pessoas do seu convívio - elas podem ser o amigo que vai lhe hospedar quando você quiser participar de um reality - e fique atento às oportunidades que a vida traz - muitas vezes elas não aparecem na forma que você imagina." e se você quiser continuar acompanhando o trabalho dele, basta seguir no Instagram que é @vh_garcia ou no Twitter que é @victorhugomchef, beleza?
Espero que vocês tenham gostado, em breve eu volto com mais! Qualquer novidade eu volto, lembrando que quem quiser entrar em contato comigo, pode add no facebook, procurando por "Bruna Jones" e que agora na página oficial do blog, vocês encontram conteúdo exclusivo: clique aqui! Podem também procurar e seguir no twitter e instagram no @odiariodebrunaj certo?
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