Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E não é qualquer entrevista, a Bruna de 2005 está simplesmente surtando neste momento por conseguir trazer para vocês essa conversa incrível com o maravilhoso Sammy Ueda. Ele participou da quinta temporada do "Big Brother Brasil" e agora compartilha com a gente um pouco da sua experiência com o reality e também fala sobre os momentos atuais, vem conferir!
Bruna Jones: Em 2005 você acabou participando de uma das maiores temporadas do "Big Brother Brasil" que continua sendo muito lembrada até hoje. O que te motivou a participar da atração?
Sammy Ueda: Eu sempre duvidei do processo de seleção do programa. Achava que só entravam pessoas que já tinham contato no meio artístico ou as gostosonas e os bonitões conhecidos dos produtores e diretores. Me inscrevi no "Big Brother" 2, 3, 4... Até que no 5, aleluia, me deram o primeiro retorno. Meu vídeo de inscrição era o meu rosto, em close, apontando o dedo para a câmera, dizendo "duvido... duvido que tem alguém assistindo isso aqui, duvido que tem alguém ouvindo essa bost* que eu estou falando", rs. Funcionou! Me ligaram, disseram que eu tinha sido criativo, autêntico e marcaram a minha primeira entrevista, a famosa cadeira elétrica. Então, a motivação inicial foi essa coisa incerta da real escolha dos participantes. A outra e não menos importante, foi a grana! A edição 5 foi a primeira valendo 1 milhão de reais, eu não podia perder essa chance!
Só por curiosidade, os produtores disseram que nas inscrições seguintes, surgiram inúmeros vídeos de pessoas me imitando, apontando o dedo para a câmera, duvidando do processo de seleção e tal, rs. Essas eram descartadas na hora!
Bruna Jones: Na época os realities ainda eram de certo modo uma novidade, só havia existido quatro temporadas antes da sua, algumas da "Casa dos Artistas" no SBT e o "No Limite" que era um jogo bem diferente. Você chegou a assistir os programas anteriores? Você tinha algum tipo de estratégia por conta disso?
Sammy Ueda: Sim, assisti todo tipo de reality que passou! Inclusive todos os "Bigs" que antecederam o meu. Era novidade na televisão e me instigavam as provas, as festas, a convivência, como se relacionavam... A ideia de "ratinhos de laboratório" confinados num mesmo espaço, aprendendo sobre respeito, limite, como lidar com culturas e educações distintas, sempre me fascinou. Ou seja, quando me vi aprovado para entrar no "BBB5", achei que já estaria craque para aplicar minhas ações e estratégias. Só que nunca! Inclusive enquanto confinado no hotel (fiquei enclausurado por uma semana antes de entrar no programa), bolei planos mirabolantes, mil maneiras de adquirir aliados, queria achar uma forma de conquistar o público... Em vão! A partir do momento que você pisa na casa e conhece a galera, se situa do ambiente, infinitas câmeras, espelhos, horário para acordar, tarefas a fazer, provas a realizar, regras a seguir... Zera tudo! Nada que a gente bole com muita antecedência funciona num programa como esse. Pode ser o mais astuto dos seres, ao entrar em contato com aquele "mundo paralelo", rs, ele terá que rever todos os seus conceitos.
Bruna Jones: Falando em estratégias, na época da sua temporada, ainda não existia em grande escala um "reality show" maior ainda aqui fora, chamado "redes sociais", o Orkut dava os seus primeiros passos, então a exposição dos participantes era um pouco menor do que é hoje em dia. Você acredita que se fosse como é hoje, a sua postura dentro do confinamento teria sido diferente?
Sammy Ueda: Totalmente diferente! As pessoas de hoje em dia já entram "armadas", meio que protegidas por seguidores e fãs (se não os têm, conquistam conforme o andar do programa). Alguns já tem até a carreira bem assessorada! No meu tempo mal tínhamos Orkut. O apoio vinha da galera de casa que torcia e "mandava ver" nas ligações, fechando lan houses para votar nos seus preferidos. Nossa imagem principal era aquela que passava na televisão. Não éramos massacrados por algo ruim dito ou feito lá dentro, não vasculhavam nossa vida para descobrir qualquer podre aqui fora. Não vivemos a era dos memes, mimimis e cancelamentos, amém! Hoje a grande maioria (não todos) têm medo da entrega, do envolvimento com o jogo. Eu tive sorte de ter participado numa época em que o "reality show" Redes Social não era tão imenso e intenso. Participei de um "BBB raiz", onde as pessoas entravam com a inocência, com a surpresa do novo, pisavam naquele lugar como se tivessem entrado num sonho, sem pensar muito no amanhã. Lá de dentro eu até dizia que talvez a nossa edição estivesse monótona, sem audiência alguma. Mas a graça estava justamente nisso. No modo espontâneo de cada competidor, suas particularidades, suas histórias de vida, por mais simples que elas fossem.
Bruna Jones: A sua temporada ficou marcada por transformar o jogo em uma espécie de "Heróis contra Vilões", 16 anos depois de ter vivenciado essa história, como você avalia essa maneira que a edição do programa retrata as histórias?
Sammy Ueda: Comentei esses dias em casa que nunca mais houve uma edição com heróis e vilões, com personagens que viraram quadrinhos, historinhas e tudo mais! Isso foi muito peculiar do programa que eu participei. Lá de dentro cheguei a comentar que devíamos estar passando uma imagem muito infantil. No trato, nas brincadeiras, no dia-a-dia. Haviam os atritos, as diferenças, os debates... Falávamos sim de racismo, homofobia, já se ouvia algo sobre empoderamento da mulher. Mas ainda assim era leve. Podíamos brigar, nos xingar, bater de frente, mas lembro com muito carinho que sempre almoçávamos e jantávamos todos juntos. Nunca ninguém ficou ali sozinho, reprimido, isolado. Nas festas idem. Tinham os desentendimentos, mas na hora da festa a gente se esbaldava, todo mundo curtindo junto!
Os personagens, de certa forma, ajudaram amenizar essa "luta do bem contra o mal". E virou aquela coisa meio fantasiosa, conquistando inclusive a criançada. Enfim percebemos que os editores sentem essas histórias e as retratam exatamente como elas transcorrem. Eles tem que bolar uma novelinha, fazer acontecer, para prender a atenção, para ficar interessante. E o que eu sempre digo: nenhum posto de herói ou vilão pode ser inventado a determinada pessoa. Eles só o são porque se portaram lá dentro exatamente dessa maneira!
Bruna Jones: Você passou os 79 dias de confinamento dentro do programa, do que você sentiu mais falta de fazer e que não tinha como? E o que você era "obrigado" a fazer todos os dias que acabou te desgastando lá dentro?
Sammy Ueda: Uma das coisas que mais senti falta foi fazer as necessidades básicas de qualquer ser humano de forma tranquila sem que houvessem câmeras gravando 24h por dia. Sim, nos banheiros todos existem câmeras. Não são passadas nas edições, mas para o bem do jogo é preciso. Inclusive é um dos itens claros no contrato que a gente assina antes do programa começar. Outros desejos, sexualmente falando, também são impedidos (a não ser que role de achar alguém que tope, rs) e até para aliviar as mínimas vontades fica muito improvável já que não existe um só lugar privado. Tirando isso sentia falta da minha família. De tomar aquela gelada com meu pai, cozinhar com todo mundo, ir pros "botecos da vida" com os amigos. Sentia falta da minha gente.
Quanto ao desgaste, creio que trocar as baterias do microfone duas vezes por dia (não que fosse algo tão penoso assim) me fazia lembrar que eu estava num reality show. Porque às vezes a gente esquecia que estava sendo gravado, se jogava mesmo naquele mundo novo, de novas possibilidades. De repente surgia "a voz": "atenção Sammy, trocar bateria". Era como levar um sacolejo, se situar mesmo que aquilo ali não era colônia de férias, mas um jogo que poderia mudar a sua vida.
Bruna Jones: Você chegou a passar por um paredão antes da grande final, enfrentando o Rogério, vocês lá dentro não faziam ideia de como o programa estava sendo retratado aqui fora, então, como foi para você esse sentimento desde a indicação até o momento em que o Bial anunciou que você continuaria?
Sammy Ueda: De tão alucinado que a gente fica achei que eu fosse vazar fácil. O Rogério era bonito, sarado, hiperativo, tinha carisma, meio que seduzia as pessoas no sentido do jogo. Ele recrutou mais da metade da casa para o grupo dele, prometendo além da aliança, proteção! Pink, Jean, Grazi e eu ficamos totalmente acuados, numa estratégia de defesa. Mais do que nunca achei que o Rogério fosse permanecer no jogo. Agora, no momento em que Bial disse (na minha época ainda davam-se as porcentagens dos paredões) "com 92% dos votos, o eliminado é você...", naqueles míseros segundos, pensei "caramba, não pode ser eu... eu fui bonzinho o tempo inteiro, essa porcentagem tá muito alta, isso é rejeição!"... Uffa, fiquei! rs... Foi uma alegria imensa e a certeza de que a rixa só estava intensificando. O "cabeça" do grupo rival estava fora! Ainda restava um tanto de gente para subtrair.
Bruna Jones: A sua temporada ainda foi em uma época na qual os ex-participantes se tornavam verdadeiras celebridades, não que hoje tenha mudado muito, mas na época ainda haviam poucos participantes, então a mídia ficava mais em cima para reportagens, ensaios fotográficos, participações na televisão... Como foi para você entrar no programa em janeiro como anônimo e sair de lá em março sendo reconhecido pelo Brasil inteiro?
Sammy Ueda: Nosso "BBB" foi no comecinho, então tudo ainda era novidade. E como tínhamos ido bem de audiência, todos queriam os participantes em seus programas de televisão, nas rádios, revistas, jornais, sites, sem contar as presenças VIP em eventos pelo Brasil todo. Para ser sincero, assim que o programa acabou, comecei achar tudo bizarro! As pessoas vinham em nossa direção chorando, tremendo, papel numa mão, máquina fotográfica na outra, dizendo que amavam, que assistiam todos os dias, que festavam conosco, dormiam, acordavam com a gente... foi uma loucura! Mas ao mesmo tempo sentia que tinha sido algo muito especial. Todos foram muito receptivos, nos tratavam com muito amor, muito carinho. Nisso constatei a grandeza de uma edição bem sucedida. A química do elenco foi fundamental para que essa história fosse contada. É por isso que quando me perguntam "ah, você não é mais famoso"... Eu digo que a fama é efêmera! (Ainda mais num programa como o "Big Brother". Quando renova a turma no ano seguinte, a gente já esquece do povo anterior). Mas o importante é que a gente foi sucesso. Isso fica para sempre! Tenho muito orgulho de falar da minha edição, da turma que esteve comigo. Esse êxito foi conjunto.
Bruna Jones: Você foi um dos poucos participantes que logo em que saiu começou a investir em áreas que não eram artísticas e eventualmente você acabou se afastando um pouco da mídia. Esse sempre foi o seu plano, retornar para uma vida mais tranquila ou isso foi devido a falta de oportunidades?
Sammy Ueda: Eu não entrei no "Big Brother" para "virar alguma coisa". Estava lá para jogar, para aprender, vivenciar aquela doideira toda. Eu era um dos poucos lá dentro formado na faculdade. Minha vida toda eu estudei para ficar nos bastidores. Me formei em publicidade e propaganda, fiz fotografia, locução de rádio AM/FM, fiz roteiro, edição, iluminação, produção... Através do programa tive contatos com uma porção de gente do meio artístico. Fiz teatro, musical, dublagem, me testei em infinitas coisas. Mas nunca me senti à vontade fazendo isso. As reais oportunidades na mídia são para poucos. Adorei o "boom" de ser conhecido por um tempo no Brasil, mas amo o anonimato. É uma delícia conseguir fazer as minhas coisas de sempre, quietinho, compenetrado, com os meus pezinhos bem fincados no chão.
Bruna Jones: Hoje em dia você continua atuando na área gastronômica?
Sammy Ueda: No programa eu ganhei uma prova que valia um restaurante. Era uma franquia que já funcionava há 4 anos dentro de um shopping. Tivemos que fazer todos os cursos para aprender a lidar, operar, empreender. Minha família e eu amamos cozinhar. Agora, um negócio, todo mecânico, com pratos prontos, os gramas todos controlados, num shopping com horários extensos, 14 funcionários... não era para nós. Esperamos que o contrato de adaptação fosse cumprido e optamos por pegar uma grana e devolver o restaurante para a franquia.
Hoje em dia eu continuo atuando na área gastronômica em casa mesmo, rs, para minha família e meus amigos! Quem sabe eu promovo um "Sammy-San Na Minha Cozinha"? Você junta seu grupo, eu lanço um cardápio, fixo um preço e "bóra encher a pança"! rs... Contrataria?
Bruna Jones: Nos últimos anos a reciclagem de participantes de realities vem acontecendo, apesar de estar um pouco afastado deste universo, você consideraria retornar em uma temporada com veteranos do "BBB" ou quem sabe uma "A Fazenda?
Sammy Ueda: Lógico! Os tempos são outros, mas a maturidade aqui também! Encararia um novo "BBB" ou mesmo uma "A Fazenda" sem pestanejar. Talvez eu fosse mais intolerante, porque ando sem paciência para diversas coisas. Mas a sagacidade tá aqui, o sangue competitivo nunca deixou de circular. No meu "BBB" eu tive que ser uma pessoa muito ponderada. Pela forma como o jogo fluiu, tive que me manter mais zen para chegar até a final. "Engoli sapo", contei até 10, até 100, até 1000, sem precisar estourar! Na vida real eu não sou bem assim. Eu sou muito chato, virginiano, perfeccionista, briguento, sempre fui tido como o velho da minha família, ranzinza, tudo tem que ser do meu jeito, sou aquele sincero ao extremo. Acredito que passei nas entrevistas porque demonstrei ser tudo isso. Ao entrar na casa e me deparar com o jogo e todos os participantes, veio aquela mudança total de estratégia. Eu não duraria muito se me comportasse como realmente sou. Mas, olhando para trás, eu jogaria exatamente da mesma maneira.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Minha eterna gratidão a todos que estiveram conosco nessa saudosa jornada. Todo voto, toda torcida, todo carinho foi essencial pro sucesso do programa, para que toda essa trajetória acontecesse e marcasse a nossa como uma das grandes e melhores edições de todo o "BBB". O amor, o apoio da galera, mesmo depois de anos é lindo demais e me deixa extremamente feliz. São pessoas que têm o "BBB5" nas melhores lembranças, seja como entretenimento, como passatempo ou como lição de vida. Aos leitores do Blog, primeiro obrigado pela fidelidade! A Bruna Jones é um ser iluminado. Além de sensata, é sábia e de uma simpatia ímpar! Agradeço demais a atenção, obrigado por tirarem um tempinho para conhecer um pouco mais o japa doido aqui! Eu demorei para "dar as caras", mas foi um prazer estar em contato com leitores tão especiais. Tudo de ótemo, fiótes! Cuidem-se! Beijo grande!" e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, no Facebook é Sammy Ueda e no Instagram é @sammyueda, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário