Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é o ator Agustinho Mendonça, que vem compartilhar um pouco da sua carreira com a gente e também revelar como foi a sua experiência participando da sexta temporada do "Big Brother Brasil", vem comigo!
Bruna Jones: Em 2006 você acabou se tornando um dos participantes do programa de maior audiência da televisão brasileira, o "BBB". A gente sabe que a sua entrada aconteceu através de sorte por causa de um sorteio. O que te motivou a se inscrever para o programa e como foi a sua reação ao ser anunciado ao vivo pelo Bial? Deu tempo de digerir a informação direito antes da produção te buscar?
Agustinho Mendonça: Eu me inscrevi mesmo, não pensava que seria sorteado e pra mim foi uma surpresa, pois a gente não acredita muito que iria acontecer, né? Então eu me inscrevi em dezembro de 2005, quando ainda trabalhava em um mercado em Niterói, mas não estava querendo ir pra lá por ser longe da minha casa, mas precisava ir pela expansão da rede do mercado, ai me inscrevi e pra minha surpresa fui sorteado em 2006, meio que foi como uma bomba, fiquei super contente e assustado. Mas foi muito legal ter participado, minha ex-esposa não queria muito que eu fosse, mas acabou que rolou e foi muito bacana, uma loucura... Logo após que terminou o programa ao vivo com o anuncio, a produção já veio me buscar e fiquei confinado dois dias no hotel lá na Barra. Pra mim era tudo novo, uma novidade, muito bacana.
Bruna Jones: Eu diria que você foi um dos poucos sortudos que era "gente como a gente" que conseguiu um ticket dourado para participar da atração, já que você veio através de um sorteio. Chegando no programa, você sentiu o impacto das diferenças entre você e os demais confinados?
Agustinho Mendonça: É uma coisa de louco, pois eram 14 participantes completamente diferentes com culturas e hábitos diferentes, e eu sou um cara muito doutrinado, sou um cara que gosta das coisas certas, gosto das coisas certas em seus lugares e é muito diferente você ter que lidar com etnias diferentes, pessoas diferentes de todos os lugares do Brasil. Tinha gente de Fortaleza, Bahia, São Paulo, Minas Gerais... Então foi uma coisa muito legal, ter que lidar com pessoas diferentes e hábitos diferentes. Ver como essas pessoas se compartam, muitos já tinham viajado para fora do país e eu nunca tinha ido pra lugar nenhum, o máximo que já fui foi em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, e é uma coisa muito louca você acordar com 14 pessoas e estar juntos o tempo inteiro, mas eu adorei muito estar lá e participar, uma coisa muito diferente que vivi em minha vida.
Bruna Jones: Na época da sua temporada, ainda não existia em grande escala um "reality show" ainda maior aqui fora, chamado "redes sociais", naquele ano acredito que era somente o Orkut, então a exposição dos participantes era bem menor do que é hoje em dia. Você acredita que se fosse como é hoje, as suas chances de vencer o programa seriam maiores?
Agustinho Mendonça: Se fosse agora eu estaria milionário. Na época da manivela ainda, poucas pessoas tinham internet em casa e eu era uma das que nem tinha em casa ainda, pra você ter idéia. As pessoas aqui da cidade falavam que cada vez que eu voltava de um paredão parecia jogo da copa do mundo, as pessoas soltavam fogos e comemoravam muito, pois as pessoas torciam muito ao ver que o programa podia colocar pessoas "como a gente" na casa, é o que todo mundo comenta até hoje, que na minha época o programa era muito bacana e legal por ser pessoas "gente como a gente", pessoas comuns participando do programa, já hoje em dia, colocam pessoas famosas e com dinheiro, perdendo um pouco a identidade, as pessoas comentam muito sobre isso comigo na rua, que na época era bacana por ser pessoas que precisavam do dinheiro e hoje em dia coloca pessoas que já possuem grana, esse ano foi muito complicado, fizeram de tudo para bombar a audiência e não foi legal com saída e entrada de participantes diversas vezes, sendo que na minha época era bem bacana, que foi uma das melhores temporadas, vindo de uma temporada em 2005 que foi muito polêmica por causa da turma do doutor Rogério, o Paulo Rogério e a "turma do mal" que foi rotulada lá, então a gente ficou preocupados com a imagem que iriamos passar aqui fora, com o que iria acontecer, pois a gente não informações nenhuma lá dentro, eu fiquei preocupado demais com a maneira que estava agindo, como eu era casado, tinha que ter muita disciplina, pois de repente me envolver com alguém lá dentro, sabe? Lógico que isso fez com que eu tivesse prioridades, mas logo de inicio já ganhei o carro na primeira prova e foi me fazendo me tornar mais popular chegando quase até o final, só perdi o último paredão pra Mara.
Bruna Jones: Você chegou alguns dias depois no confinamento por causa do sorteio, mas foi firme e forte até o último dia, se tornando o segundo colocado da atração. Durante esse período "preso" na casa, do que você sentiu mais falta de fazer e que não tinha como? E o que você era "obrigado" a fazer todos os dias que acabou te desgastando lá dentro?
Agustinho Mendonça: Lá a gente não vê nada, não tem informação alguma... A gente não pode falar sobre nada, pois não vemos nada realmente. Eu era um cara muito ativo, trabalhava em mercado ficando 12 horas, praticamente o dia inteiro fora de casa, então você se pega em um momento que está trabalhando demais e de repente você para de fazer tudo o que está acostumado a fazer e você sente falta por causa do confinamento, fiquei três meses lá sentindo falta das amizades, das brincadeiras, das festas, gostava muito de ouvir os meus cds, família, etc... Você se pega preso, sem ver nada, nenhuma informação do mundo de fora... Sentia muita falta do meu futebol, meus cds, contar piadas e brincadeiras... Mas foi uma experiência muito bacana, se pudesse voltar eu voltaria com certeza, sem duvida nenhuma, voltaria muito e achei muito bacana a experiência, acho que precisa disso agora, sabe? Participantes que realmente precisam, gente do povo, gente comum... Um camelô, uma manicure, um gari, uma dona de casa... Precisa fazer uma reciclagem, eu sempre falo que precisa fazer uma repaginada completa no programa e parar de colocar pessoas que já possuem dinheiro, que são bonitinhas... O "Big Brother" precisa ser o "Big Brother" mesmo e voltar a formula antiga.
Bruna Jones: Você chegou a passar por três paredões antes da grande final, vocês lá dentro não faziam ideia de como o programa estava sendo retratado aqui fora, então, como foi para você esse sentimento desde a indicação até o momento em que o Bial anunciou que você continuaria?
Agustinho Mendonça: Eu fiquei um pouco decepcionado com a Mara, né? Eu protegi ela o programa inteiro e no final ela me indicou, mas a gente está em um jogo no qual cada um está lutando por um ideal de ganhar o prêmio, então fiquei decepcionado? Fiquei. Mas eu entendi pois a gente está lá pra jogar e infelizmente fui indicado e ela acabou ganhando o programa. Fiquei meio triste, mas é normal, você quer ganhar... É aquele negócio, o que seria do vermelho se todo mundo gostasse do azul? Mas como estava em um programa que valia um milhão de reais, fiquei chateado, mas valeu a pena, fiquei conhecido não só no Brasil, como no mundo inteiro... Muita gente de fora torcendo pra mim, gente na Rússia, o Júlio César que foi goleiro do Flamengo e da seleção, gente na Espanha, pessoas que conheci e falaram que torceram, até fui fazer uma matéria no Cristo Redentor e pessoas do Japão, Coréia, México, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina, que chegavam até a mim falando que torceram pra mim, nessa época que trabalhei em um jornal aqui no Rio de Janeiro. Até hoje as pessoas me reconhecem e é a coisa mais bacana do mundo, é fantástico ter esse reconhecimento, fico muito feliz com tudo isso.
Bruna Jones: A sua temporada ainda foi em uma época na qual os ex-participantes se tornavam verdadeiras celebridades, não que hoje tenha mudado muito, mas na época ainda haviam poucos participantes, então a mídia ficava mais em cima para reportagens, ensaios fotográficos, participações na televisão... Como foi para você entrar no programa como anônimo e sair de lá sendo reconhecido pelo Brasil inteiro?
Agustinho Mendonça: É o que eu acabei de falar. É muito legal isso, em 2003 eu conheci o pessoal do grupo do Molejo, Sylvinho Blau Blau, Toni Tornado, Léo Batista, a Andréa Baptista que participou do "No Limite" e eu ficava pensando em como era bacana e se um dia eu iria ser reconhecido como essas pessoas, e papai do céu me abençoou em participar do programa e ser uma pessoa conhecida. Você fica meio assim "as pessoas me conhecem, caraca..."e até hoje sendo essa figura carismática que as pessoas comentam. Eu vi que a minha participação foi muito legal e me deixa muito feliz com esse reconhecimento das pessoas, você entra todos os dias nas casas das pessoas sem pedir licença e acaba se tornando intimo delas, como se fosse um membro da família... Eu fiquei super contente, ainda bem que mostrei uma imagem muito bacana pro país. Como se comportar, como se colocar, pessoas disciplinada... Fiquei muito contente em participar do programa.
Bruna Jones: Olhando hoje, você acredita que o saldo da sua participação tenha lhe trazido mais coisas positivas do que negativas para a sua vida ou você preferia não ter se exposto no programa?
Agustinho Mendonça: Tem horas que o "BBB" te ajuda e tem momentos que te prejudica, então assim... Tem certas coisas que as pessoas pensam e não é verdade, eu não ganhei dinheiro, quem ganha é quem fica entre os três primeiros lugares, o que não foi o meu caso, então não ganhei tanto dinheiro assim. Também não fiz muitos eventos, foram poucos... Foi um divisor de águas na minha vida, eu fiquei exposto achando que iria ganhar mais com essa participação, mas não aconteceu como imaginei, tive alguns eventos, peças de teatro, uma banda de rock e as coisas não explodiram como eu imaginava, eu não entendo até hoje por qual motivo não aconteceu, eu fico até hoje analisando o que deu errado, mas faltou oportunidades ou talento, eu fico me perguntando, mas foi um divisor de águas na minha vida. Você se torna uma pessoa pública, não sou uma celebridade, quem é são os atores que estão ai na mídia, eu sou apenas conhecido, mas tive a oportunidade de conhecer pessoas que eu queria conhecer, jogadores de futebol, celebridades como o Renato Aragão, Jonas Santas, Pedro Bial, Boninho, Tom Cavalcanti, Pedro Manso, Shao Lin, Gugu Liberato, Gilberto Barros, o pessoal do Pânico... Fiz o "Bofe de Elite", participei do "Tapas & Beijos", figuração de "Sol Nascente", "Avenida Brasil", então foram coisas muito bacanas que conheci e fiz através do "Big Brother Brasil".
Bruna Jones: Após a sua passagem pelo programa, você seguiu trabalhando na mídia e estudando inclusive jornalismo, mas foi mais na atuação e na música que você acabou se destacando. Você já tinha essa vontade artística antes mesmo do reality ou foi algo que surgiu em você durante o confinamento?
Agustinho Mendonça: Sim, sempre tive vontade de participar dessa vida artística. Sempre contava piada, fazia imitações e fiz 11 peças de teatro, como estava falando, não sei por qual motivo não explodiu. A última peça que eu fiz que foi muito legal e eu fiz o "Montanha" no "O Buteco da Rodada", tinha mídia, tinha divulgação, tinha tudo pra estourar... Falava sobre um jogo de futebol que terminava empatado em uma feijoada, tive o prazer e a honra de contracenar com o "Sargento Pincel" dos "Os Trapalhões", ele me ensinou muita coisa bacana... Eu via ele na adolescência e de repente estava ali contracenando com ele, ele tinha mais de 50 anos de televisão e me ensinou muita coisa bacana, trabalhei na CNT, na Band com o Edilson que me deu a oportunidade pois fiz jornalismo, fui cenografista, tinha muita vontade de estar participando desse lado artístico, então fiquei decepcionado, por gostar de fazer brincadeiras, imitações e não aconteceu. Me formei como ator, estudei por dois anos e meio para ninguém falar que cheguei de paraquedas, a mesma coisa com o jornalismo, me formei, tenho diploma e posso me orgulhar disso, sou um pobre que cresceu na vida, sou muito feliz com isso e o "Big Brother" me deu isso. Eu era o pobre que não tinha nada e me formei de repente, eu sou jornalista formado e infelizmente não estou exercendo a função, isso me deixa um pouco triste, gostaria de estar estudando, estar atuando por gostar de fazer humor e infelizmente isso não aconteceu, fico me questionando o motivo de não ter tido oportunidades, mas sou muito feliz com as peças de teatro que fiz, foi muito legal e fui muito feliz.
Bruna Jones: Nos últimos anos a reciclagem de participantes de realities vem acontecendo, apesar de estar um pouco afastado deste universo, você consideraria retornar em uma temporada com veteranos do "BBB" ou quem sabe uma "A Fazenda"?
Agustinho Mendonça: É o que eu mais queria participar de "A Fazenda" ou até mesmo aquele "Ilha Record", mas eles não me chamam, fico me perguntando o motivo de não me darem essa oportunidade, todo ano eu mando o meu material para a emissora e não sou chamado, chamam apenas as mesmas figurinhas, pessoas polêmicas e com padrão de beleza. As pessoas me perguntam e me querem na fazenda, ai fico sem entender o motivo. Mas tudo é no tempo de Deus, ele vai me dar essa oportunidade ainda, mas sou feliz com o programa que participei e se for pra ser um dia será, quero muito participar de "A Fazenda", queria que me vissem com outros olhos, iria ser muito legal e participar de comerciais e outras coisas que infelizmente não aconteceram, fazer o que...
Bruna Jones: Já estamos quase chegando no segundo semestre do ano e felizmente podemos viver uma vida relativamente mais tranquila novamente, dito isso, tem novidades vindo por aí? Algo que possa compartilhar com a gente?
Agustinho Mendonça: Por enquanto não tenho novidades, eu queria muito estar participando de peças de teatro novamente, mas como estou trabalhando em super mercado não estou conseguindo ter tempo para isso, é complicado participar, por trabalhar de sábado, domingo e feriado... Mas se me chamassem, eu participaria de teatro, filme, etc... As pessoas dizem que eu deveria fazer um podcast, mas precisa ter material, tempo disponível, muita coisa investida e hoje em dias as pessoas não querem investir, ainda mais depois da pandemia... Eu trabalhava na Band na época, um programa esportivo no qual eu fazia algo que eu gostava, estava perto dos jogadores, trabalhando como câmera e essa pandemia acabou me prejudicando de maneira brusca, não só a mim como muitas pessoas, mas por enquanto não tenho novidades, queria ter... Estou aberto a convites de séries, comerciais, filmes, enquanto isso vou tocando a minha vidinha e trabalhando normalmente, agora na vida realmente novamente.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Nunca desista dos seus sonhos, por mais que demore, por mais que a pessoa peça e demore, Deus ajuda a gente. É no tempo de Deus. Acredite nos seus sonhos sempre. Eu acredito muito ainda. Sou um vencedor, já passei muitas coisas ruins e boas, venci e graças a Deus sou uma pessoa honesta, trabalhadora e disciplinada, papai do céu me abençoa o tempo inteiro e fico muito feliz com isso. Acredite nos seus sonhos que um dia ele pode se tornar realidade, outra coisa que sempre falo é de nunca fazer com os outros o que você não quer que façam com você, respeite as pessoas, trate com carinho e honestidade sempre." e se vocês quiserem continuar acompanhando ele nas redes sociais, é só olhar no Instagram por @tinhoexbbb, no Facebook É Agustinho F. Mendonça, no twitter é @lllplm. Para contatos profissionais é só enviar um e-mail para agustinhobbb@gmail.com onde ele avisa estar disponível para eventos e para atuar.
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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