Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado é simplesmente o primeiro grande estrategista da história do "Big Brother Brasil", estou falando do queridíssimo Jean Massumi, que aceitou vir aqui compartilhar um pouco da sua experiência no reality show e também aproveitamos para saber se ele retornaria ao programa, será? Vem conferir tudo isso, agora!
Bruna Jones: Em 2003, você acabou participando de uma das maiores temporadas do "Big Brother Brasil", que continua sendo muito lembrada até hoje por quem é fã do programa. O que lhe motivou a participar da atração?
Jean Massumi: Em primeiro lugar foi a curiosidade. Como havia assistido às duas edições anteriores, sempre me perguntava como reagiria diante de tal questão ou desafio. Como me comportaria naquela pressão. E quando a possibilidade ficou mais real, me motivei pelo prêmio.
Bruna Jones: Na época os realities ainda eram de certo modo uma novidade, só haviam existido quatro temporadas antes da sua, algumas da "Casa dos Artistas" no SBT e o "No Limite", que era um jogo bem diferente. Você chegou a assistir aos programas anteriores? Você tinha algum tipo de estratégia por conta disso?
Jean Massumi: Assisti sim, e com exceção do "No Limite", nunca entendi até aquele momento porque as pessoas não jogavam (se aquilo, afinal, era um jogo). Fui com essa proposta em mente.
Bruna Jones: Falando em estratégia, em nossa opinião, você foi o primeiro grande estrategista desta franquia. Afinal, você tinha uma visão muito clara sobre como o jogo interno precisava ser feito e como articular os votos para que isso acontecesse. Infelizmente, o público na época não via esse tipo de jogo com bons olhos. Como foi para você quando saiu do confinamento e viu que, apesar do jogo interno ser excelente, o externo não estava alinhado?
Jean Massumi: Na verdade não foi necessário sair para perceber que existia uma lacuna naquele tipo de estratégia. No decorrer daquelas onze semanas, percebi que era necessário algo a mais. Porém, por conta principalmente de uma dificuldade em ser extrovertido, timidez, não consegui fazer o jogo externo... Me mostrar mais...
Bruna Jones: Ainda sobre estratégias, na época da sua temporada, ainda não existia em grande escala um "reality show" maior ainda aqui fora, chamado "redes sociais", nem o Orkut existia na época ainda, então a exposição dos participantes era um pouco menor do que é hoje em dia. Você acredita que se fosse como é hoje, a sua postura dentro do confinamento teria sido diferente?
Jean Massumi: Sem dúvida que as redes sociais hoje são muito temidas por todos os participantes. Especialmente por aqueles que visam carreiras artísticas ou o aumento do número de seguidores. Engessa o comportamento e tira grande parte da espontaneidade. O resultado poderia ter sido diferente, tanto pro bem, quanto pro mal. Às vezes poderia ter sido cancelado por conta de uma "frieza" ou algo que falei e nem percebi.
Bruna Jones: A sua temporada ficou marcada por transformar o jogo em uma espécie de "Heróis contra Vilões". Dezoito anos depois de ter vivenciado tudo, como você avalia essa maneira que a edição do programa retrata as histórias?
Jean Massumi: Não tive controle sobre isso. Procurei fazer um jogo coerente, sem componentes que pudessem me envergonhar na saída, mas a edição optou em criar essa narrativa. Óbvio que é bastante decepcionante fazer parte de uma história na qual esperava ingenuamente que haveria igualdade de condições, e me ver como vilão. O único consolo que tenho é a consciência de que aquilo não foi escolha minha.
Bruna Jones: Você passou 71 dias dos 78 de confinamento dentro do programa. Do que você sentiu mais falta de fazer e que não tinha como? E o que você era "obrigado" a fazer todos os dias que acabou lhe desgastando lá dentro?
Jean Massumi: A gente sente muita falta de pequenas coisas. Coisas que nem percebemos como importantes, mas que na impossibilidade acabam sendo sentidas. Como sair pra andar na rua, tomar um café, entrar numa livraria ou conversar com a família. Coisas que hoje, por conta da pandemia, também começamos a valorizar. Lá dentro o ambiente é estressante. Só de estar lá você sente sua energia se esvaindo devagarinho. E eu ficava muito atento aos movimentos, aos sinais, por menores que fossem.
Bruna Jones: Você chegou a passar vitorioso por um paredão antes de ser eliminado, sendo que lá dentro vocês não faziam ideia de como o programa estava sendo retratado aqui fora. Então, como foi esse sentimento desde a indicação até o momento em que o Bial anunciou que você continuaria?
Jean Massumi: Eu fui indicado pela líder (Juliana Alves) e não senti absolutamente nenhum tipo de revolta ou animosidade por conta disso. Era do jogo. Quando você ouve o nome da outra pessoa dá um alívio momentâneo... Uma alegria. Mas logo pensamos na prova do líder seguinte (no caso, venci e fui líder e indiquei a mesma Juliana, que foi eliminada... hahahah).
Bruna Jones: A sua temporada ainda foi em uma época na qual os ex-participantes se tornavam verdadeiras celebridades, não que hoje tenha mudado muito, mas na época ainda havia poucos participantes, então a mídia ficava mais em cima para reportagens, ensaios fotográficos, participações na televisão... Como foi para você entrar no programa em janeiro como anônimo e sair de lá em março sendo reconhecido pelo Brasil inteiro?
Jean Massumi: Essa foi a percepção mais impactante de todas, pois te afeta em vários níveis, sobretudo no ego, na vaidade. As pessoas te tratam bem. Te dão carinho, conforto. Gratuitamente. Não me sentia merecedor daquilo. Era um pouco estranho. No entanto, todas as essas facilidades vão te corrompendo, te viciando. E sabendo da efemeridade desses gestos, tentamos vivenciar tudo de forma descontrolada. Às vezes me via de forma patética.
Bruna Jones: Nos últimos anos a reciclagem de participantes de realities vem acontecendo. Apesar de estar um pouco afastado deste universo, você consideraria retornar em uma temporada com veteranos do "BBB", quem sabe uma "A Fazenda", ou até mesmo o "No Limite"?
Jean Massumi: Considerar é tranquilo. Difícil é considerar tendo uma proposta. Vivemos tempos de sentimentos muito negativos em redes sociais. E definir se vale ou não a pena, depende muito de momentos específicos de vida... O que se tem a perder.
Bruna Jones: 2020 foi um ano bem difícil e esse início de ano também está sendo um período de adaptações. Ainda assim, têm novidades suas vindo por aí? Algo que seus fãs podem ficar esperando?
Jean Massumi: Olha, por incrível que pareça, ainda não consigo assimilar essa coisa de fãs. Não me sinto no direito de falar que os tenho, pois nunca trabalhei pra isso. Tenho sim pessoas que conheci (mesmo que virtualmente) e que me doam gratuitamente carinho. Muito mais por generosidade delas, que por merecimento meu. Me admirei quando você me convidou para essa entrevista. Vi pessoas famosas aqui e pensei: “o que será que passou na cabeça do Marcelo para propor uma entrevista comigo?” Eu sou o cara mais sem graça e comum do mundo. Sou a antítese do comportamento das pessoas famosas, pois nem famoso sou... Hahahahaha! Mas para as pessoas que me doam esse carinho gratuito ao longo de tantos anos, só posso dizer uma coisa: muito, muito, muito obrigado.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Quero dizer que vocês são pessoas extremamente valiosas, pois giram a roda de todos os programas de entretenimento. Quero deixar minha gratidão a todos desse blog pelo convite e por tanta gentileza." e para quem quiser continuar acompanhando ele nas redes sociais, é só procurar no Instagram por @massumijean e no Twitter por @JeanMassumiHara, beleza?
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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