segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Bruna Entrevista: 11x93 - Kadu Moliterno


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje possui uma longa carreira de sucesso na nossa televisão, estou falando do ator Kadu Moliterno. Convidamos ele para saber um pouco mais sobre a sua trajetória e também para conferir algumas curiosidades que aconteceram ao longo desses anos, vem conferir!

Bruna Jones: Hoje você já possui uma carreira sólida e consagrada como ator, fazendo parte de grandes elencos da televisão e cinema. Mas antes da gente falar mais sobre isso, vamos voltar ao começo. Qual foi o seu primeiro contato com as artes cênicas e o que te motivou a buscar uma carreira nela? 
Kadu Moliterno: Na verdade eu não busquei a carreira artística, ela acabou caindo no meu colo muito por acaso, na verdade eu era esportista campeão de natação e campeão de tênis, tinha uma desenvoltura muito grande, mas fui trabalhar na companhia de metrô de São Paulo como office-boy, mas acabei sendo mandado embora após ser pego sem estar usando uma gravata. Dali eu fui trabalhar como office-boy também em uma agência de publicidade que meu pai tinha me levado, ai um dia acabou faltando um modelo e eu acabei vestindo uma camisa, e saiu uma foto na revista "Cláudia". Dessa revista o diretor Dionísio Azevedo estava procurando um ator que fosse parecido com o ator Fúlvio Stefanini, mandou me localizar, fui chamado e fiz um pequeno teste onde passei e acabei virando ator a partir dali, na novela "As Pupilas do Senhor Reitor". Eu jamais imaginei que acabaria seguindo uma carreira artística.  

Bruna Jones: A gente sabe que construir uma carreira artística no Brasil é mais complicado, principalmente no início. Como foi o início da sua jornada? Quais foram as principais dificuldades que você encontrou pelo caminho? 
Kadu Moliterno: Naquela época, estamos falando dos anos de 69, 70 e 71... Eu fiz um trabalho atrás do outro, fiz "As Pupilas do Senhor Reitor", que assim que acabou o Dionísio acabou me colocando em uma outra novela como protagonista fazendo dois personagens, em uma novela chamada "O Príncipe e o Mendigo" de Mark Twain, fiz os dois personagens titulo e foi a primeira vez que em uma novela Brasileira dividiu a imagem em dois, onde eu fazia um lado e depois o outro, enfim... Depois emendei uma terceira novela chamada "Tilim" com a direção de Wanda Cosmo e somente depois disso que começaram as dificuldades, pois não acabei sendo escalado e fiquei desempregado, naquela época é como é hoje, você está contratado trabalhando e assim que acaba o contrato você está sem vinculo com a emissora. A dificuldade era essa, acabou o trabalho, acabou o salário... Então acabei migrando para o teatro.


Bruna Jones: Ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira, você já teve a oportunidade de interpretar diversos papéis diferentes. Como costuma ser o seu processo criativo quando recebe algum roteiro novo?
Kadu Moliterno: Eu me considero um ator intuitivo, como vários atores daquela época que não tinham nem curso, faculdade ou qualquer coisa desse tipo, era tudo na intuição. Aprendi a seguir o texto e descobrindo o que o autor queria com aquele texto, qual o sentido que ele dava para aquele personagem, eu colocava a minha versão e o meu sentimento, a minha maneira de ver aquele texto e entender, era engraçado, pois tinha uma troca muito boa com o autor, o autor após ver o resultado do ator, também se adaptava ao jeito do ator interpretar aquele personagem e o personagem acabava crescendo naturalmente.    

Bruna Jones: Entre os personagens que você teve a possibilidade de interpretar, teve algum que acabou sendo mais difícil de compor ou de se relacionar? 
Kadu Moliterno: Eu só tenho boas lembranças dos personagens que interpretei ao longo da minha carreira, foram vários... Sendo que dificuldades todos eles apresentaram, eu posso citar aqui o "Memorial de Maria Moura" que foi um trabalho intenso que tive com a Bia Seidl e a Glória Pires, onde fiz um padre, que enfim... Aquele trabalho foi realmente difícil. Outro personagem que foi muito complicado de fazer, mas ao mesmo tempo muito divertido, foi em "Bang Bang" onde fiz com o Evandro Mesquita, dois bandidos chamados "Billy the Kid" e "Jesse James" que se disfarçavam de mulheres para não serem enforcados, no começo da novela o diretor Ricardo Waddington falou que iriamos fazer dois bandidos, com tiroteio, cavalo, pancadaria... Eu fiquei feliz, pois adoro aventura, mas na hora que entrou as "Naides" que eram as versões femininas dos personagens, foi um sucesso tão grande que nós nunca mais tiramos as saias e as perucas, raramente a gente saiu na mão ou deu tiros, uma ou duas cenas, mas de resto foi falando fino, mas muito engraçado e muito divertido... Sâo dois exemplos que posso citar agora.  

Bruna Jones: Como eu disse, você teve a oportunidade de interpretar personagens diversos ao longo dos anos, mas ainda assim, existe algum tipo de personagem que você não tenha feito e gostaria de fazer?
Kadu Moliterno: Na verdade eu já fiz de tudo, fiz comédia, fiz drama, enfim... Eu fui muito o galã, o bonzinho... Fiz poucos papéis de vilão, um grande vilão que fiz foi na Record em "A Terra Prometida", o vilão Acã, que é um vilão que marcou muito na minha carreira, é uma novela vendida para o mundo todo e recebo mensagens de boa parte do mundo elogiando esse meu trabalho. Gostaria agora de fazer streamings, com personagens mais densos, bandidos, traficantes, coisas que me deem possibilidade de ir fundo no personagem, no drama... Comédia é algo que eu adoro fazer, se aparecer é muito legal, mas estou procurando personagens intensos e densos, já que na minha carreira eu tenho feito mais personagens bonzinhos, galãs e poucos vilões.  

Bruna Jones: Artistas tendem a ser muito perfeccionistas com seus próprios trabalhos e isso muitas vezes acaba atrapalhando alguns projetos. Você costuma ser mais autocrítico? Se sim, como você lida com isso?
Kadu Moliterno: Eu não diria que sou perfeccionista, mas sim um ator esforçado que procura fazer o melhor possível o tempo todo, quando pego um personagem eu vou fundo, dou minha vida e a minha alma por ele. Não tenho problema em me assistir e ter uma autocritica, algumas vezes eu já percebo o resultado na cena enquanto gravamos, percebo se ela foi boa ou não, se houve uma troca com o colega e o máximo que acontece é dar uma olhada na suíte assim que acaba a cena, trocar uma ideia com o diretor, mas o meu trabalho eu trato com alma, fazendo tudo de mim naquele momento para que seja o melhor resultado possível.     

Bruna Jones: Uma coisa que mudou do início da sua carreira para hoje, é a maneira como os fãs se relacionam com seus artistas favoritos. Antigamente costumava ser através de cartas, ficar em portas de emissoras e literalmente seguir o artista, agora tudo o que a pessoa precisa ter é acesso a internet. Como você vê essa mudança entre o relacionamento do artista com o fã? 
Kadu Moliterno: É muito interessante essa mudança, por muitos anos, por mais de 30, 40 anos... Eu dava autógrafos, não tinha esse papo de celular, tirar fotos e selfies, era autógrafos e dependendo do lugar, você passava horas assinando papelzinho e fazendo dedicatórias, depois passou a ser fotos, então agora no aeroporto, qualquer lugar que me reconheçam chegam perguntando se sou "aquele rapaz", o tempo passou e o auge da minha carreira foi até os meus 40, 50 anos, mas ainda hoje com 70 anos sigo na memória de muita gente que acompanhou a minha carreira. Fico muito feliz quando sou reconhecido, minha vida toda sempre fiquei feliz em ser reconhecido, pois quando eu descia em aeroporto e não era reconhecido, eu estranhava, embora isso nunca tenha acontecido. Então eu lido da melhor maneira possível, acredito que o fã e o admirador deve ser tratado como um amigo, como um parente, como alguém de muito carinho que tem por você e você precisa entender, você também tem que cumprimentar como se conhecesse essa pessoa, e é muito legal, pois esse primeiro contato acaba virando um bate-papo como se dois amigos estivessem se encontrando. É muito legal. Fico sempre muito feliz em ser reconhecido e em receber mensagens de admiradores nas minhas redes sociais.        

Bruna Jones: Uma das coisas inusitadas que aconteceu na sua carreira, foi participar da nona temporada do "Dança dos Famosos", um talent show que faz sucesso até hoje, mas que é completamente afastado da sua zona de conforto. Como foi essa experiência no programa? 
Kadu Moliterno: Realmente, o "Dança dos Famosos" foi um marco na minha carreira no sentido de estar totalmente fora da minha zona de conforto, isso foi espetacular, pois te deixa nas pontas dos cascos. Algumas vezes eu acordava na madrugada, levantava da cama e dava um passo que estava decorando naquela semana, então, era um episódio ao vivo, teatro ao vivo, musical ao vivo, todo domingo. Você tinha três dias de ensaio e o resto era ensaiado em casa, pois era proibido você ensaiar com a sua parceira, foi demais, quase cheguei na final, só não fui por causa de meio ponto. Guardo com muito carinho e a partir dali eu aprendi a dançar e danço até hoje, rs... É muito legal.   

Bruna Jones: Hoje em dia os realities acabaram se tornando tão populares na televisão quanto as novelas eram algumas décadas atrás. Existem diversos tipos: Confinamento, culinária, musical, sobrevivência, etc... Se você fosse convidado para algo do tipo, participaria?
Kadu Moliterno: Na verdade eu já fui convidado algumas vezes e recusei esses realities de confinamento, eu acho que não me adaptaria, a menos que fosse um em uma ilha com boas ondas, com mergulho, com esportes... Ai sim, eu iria para essa ilha e ficaria amarradão pegando onda, nadando, mergulhando... Esse é um tipo de confinamento que eu conseguiria suportar, mas ficar dentro de uma casa discutindo coisas, inclusive tem um no ar agora que é um terror, não sei como a televisão brasileira pode transmitir uma coisa dessas, as pessoas revoltadas com isso, mas enfim... Jamais o faria, jamais entraria em uma coisa dessas, mas em uma ilha com água cristalina, esportes, sol... Ai sim, iria ser muito interessante.

Bruna Jones:
 Já estamos quase chegando no final do ano, mas ainda assim, tem alguma novidade vindo por aí? Algo planejado para o próximo ano que possa compartilhar com a gente?
Kadu Moliterno: Eu acredito que 2023 vai ser um ano muito promissor, eu pretendo continuar batalhando pelo filme do "Armação Ilimitada" junto com o André di Biasi, mostrando o que aconteceu com esses personagens 40 anos depois, é um projeto que me enche os olhos, tem um texto para um monologo que pretendo estrear no próximo ano, "Vida de Artista Brasileiro" que fala muito do que aconteceu e do que é a carreira de um ator, quero levar para o palco. Tenho projeto com dois atores em cenas para teatro, busco trabalhar nos streamings, estou em contato com todas essas emissoras que sou fã inclusive, estou sentindo que o Brasil cresceu muito para esse lado de séries espetaculares e quero fazer. Também estou aberto para fazer novelas e qualquer coisa, vou analisar para ver se cabe, mas enfim... Estou ai, graças a Deus estou vivo, estou feliz, rs... E espero que 2023 seja um ano de muito trabalho e muita produção. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Quero desejar um natal feliz e um ano novo maravilhoso para todo mundo e lembrar que essa vida passa voando e precisamos preservar a nossa vida com saúde. Busque a melhor maneira de levar a vida com saúde, pois a pior coisa do mundo é envelhecer doente e acabar dando trabalho para filho, para neto... Mas se você segue sua vida em pé, com saúde até o fim, você vai ser feliz com certeza, para sempre. A vida é só essa e ela passa voando, isso é o que eu sei até agora, sou uma pessoa que treina todo dia, que vai ao mar todo dia, que continua jogando seu tênis, seu futebol, mesmo com a minha idade, isso é um exemplo, eu espero continuar sendo exemplo para muita gente, tenho recebido mensagens nas minhas redes sociais, no TikTok, no meu canal no YouTube "Fala Kadu!" que se a pessoa entrar lá vai conhecer mais histórias e minha carreira, além de vários assuntos. Minhas redes sociais são @kadumoliterno_oficial no Instagram e @kadumoliterno no TikTok, certo? Entrem lá e vamos tocar essa bola pra frente sempre. Feliz ano novo pessoal, um beijo no coração e obrigado!"


Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?

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