sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Bruna Entrevista: 11x90 - Charles Gama


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é nada menos que o vencedor da sexta temporada do "No Limite" deste ano, convidamos o queridíssimo Charles Gama para saber um pouco mais sobre como foi essa experiência para ele, vem conferir!

Bruna Jones: Este ano você ficou nacionalmente conhecido após participar da sexta temporada do "No Limite", o que te motivou a se inscrever e participar do programa?
Charles Gama: Tudo começou quando eu voltei do meu mestrado em 2020, que eu fazia na Espanha e já estava a quase dois anos morando fora. Voltei para o Brasil, no auge da pandemia e comecei a morar com Diogo, meu namorado. A gente começou a assistir juntos o No Limite, a versão com os ex-BBBs, e o Diogo me perguntou: “Por que você não se inscreve Charles, no No Limite? Tem tudo a ver com você, as provas, você tem contato com a natureza, por ser Angrense, sua família é da Ilha Grande… Você está acostumado a fazer trilha, correr, caminhar, você faz tudo isso de graça. Então por que que você não compete?” E aí, a princípio eu pensei que não, mas depois eu vi que realmente fazia sentido o que ele falou. Eu nunca tinha pensado em me inscrever em nenhum reality show, nunca tinha me inscrito em nenhum reality show. Então eu pensei: “Ah quer saber? Vambora!” E aí o que me motivou mesmo a fazer a inscrição foi o Diogo, o meu namorado. 

Bruna Jones: Você possui uma carreira na área da educação, algo completamente fora do universo artístico. Você não chegou a ter receio de que essa exposição no reality show poderia te prejudicar de alguma forma?
Charles Gama: Na verdade não, eu sempre pensei o contrário. Eu acho que seria possível utilizar os dois elementos, tanto a carreira com a educação, que eu sigo até hoje, como como algo como a exposição num reality show, por exemplo. Eu sabia quem eu era, então eu sabia que eu não ia fugir muito da minha personalidade no programa e sabia também que ali seria um espaço muito importante para eu falar sobre as minhas causas, sobre as minhas lutas, sobre as minhas investigações, enfim… Eu acho que no final acabou dando certo, sendo um cara gay assumidamente, casado com outro cara, que estuda sobre gênero e políticas de igualdade que é estudante de doutorado. Eu acho que no final deu super certo e casou da minha carreira me ajudar a chegar no final do programa e a ganhar. Então eu acho que não. Nunca pensei, em nenhum momento eu cheguei a pensar sobre algum receio que que o programa ou a exposição pudesse trazer para o meu âmbito profissional. 


Bruna Jones: Para participar de um reality show, durante o tempo que for, os participantes precisam abrir mão de algumas coisas para estar à disposição da produção durante o período de gravação. Você teve que mudar algo na sua vida para participar do "No Limite"?
Charles Gama: O que eu tive que fazer, é que no dia que eu ia defender o andamento da minha tese de doutorado, no dia 03 de junho. E aí fazendo as minhas contas, no dia 03, eu estaria gravando o programa (levando em consideração que eu ia chegar até a final). Então, o que eu tive que fazer, foi pedir para minha orientadora de doutorado adiantar a minha banca de defesa para abril, para eu conseguir viajar sem deixar pendente isso, porque senão eu ia reprovar o ano. Então, acho que o que mais modificou a minha rotina, foi ter que me organizar para que durante esses três meses eu pudesse deixar tudo prontinho em casa, no meu trabalho e nos meus estudos e depois ir gravar o programa sem nenhuma preocupação. Foi o que eu fiz. Eu acho que abrir mão do meu trabalho foi algo muito inusitado, mas que eu também não pensei duas vezes. Eu achava que a experiência do programa iria me trazer bons frutos e acabou que eu acreditei na minha intuição e deu certo. 

Bruna Jones: Este ano foi o formato que mais se aproximou em termos de "Survivor", o programa que dá origem a ele. Como foi para você os 48 dias que esteve na competição?
Charles Gama: Olha, os 48 dias pareciam que não iam ter fim! Eu lembro que lá dentro a gente comentava muito sobre isso, sobre o tempo. E no final a gente tava muito esgotado, a gente tinha emagrecido muito, eu particularmente emagreci 14 kg… O corpo já estava precisando de nutrientes e ainda assim a gente tinha que ficar fazendo provas, acordar de madrugada e às vezes nem dormir… Tinham algum alguns cortes do programa que eu ficava acordado, mostrava a gente a madrugada inteira com os olhos abertos e era real porque já na fase final por exemplo, na última semana de gravação, a gente já não conseguia dormir. As expectativas eram muito altas, a gente queria chegar até a final, então gravar os 48 dias de programa foi emocionante, porque desde o dia número 1 eu e o Victor (Hugo) por exemplo, a gente falava sobre contar um dia após o outro e que a gente iria aparecer em todos os dias de tela. A gente colocou na cabeça isso, a gente falava um pro outro: “amigo mais um dia, mais um dia, mais um dia…” Então no final viver os 48 dias foi fazer com que essa experiência desse certo, tanto a minha quanto a dele. A gente conseguiu chegar até o último dia de programa, de maneira intensa, emotiva e querendo ou não vitoriosa, porque chegou até o final uma aliança, então qualquer um de nós que ganhasse, a gente ia estar super feliz com isso. 

Bruna Jones: Esse ano os participantes estavam mais dispostos a jogar, fazer movimentações e em alguns casos, até mesmo trair a confiança uns dos outros. Você chegou a assistir o programa aqui fora? Ficou surpreso com alguma coisa que tenha visto?
Charles Gama: Num jogo como Survivor ou No Limite é interessante isso da traição, as movimentações, a gente que vive lá dentro, vive tudo muito intenso. Então assistindo o programa de fora eu consegui ver muita coisa que eu fiquei pensando “caramba que legal!”, tipo o ídolo do Léo, o Pires mentindo sobre a imunidade e a prova que ele fez com o Victor, enfim… São estratégias que cada um usa para se manter no jogo. Eu acho que foi muito interessante assistir de fora, ver a visão das pessoas de fora, isso é uma coisa que eu sempre comentava lá dentro: “Como será que as pessoas estão jogando esse jogo? Eu só vou saber quando eu assistir de fora”. Achei super interessante e gostei também, porque na final, o meu jogo deu certo. O jogo que eu escolhi fazer me levou até a final, claro que com um desempenho excelente nas provas também, porque eu me preparei bastante para isso. Então, foi interessante. Surpreso assim, não. Eu fiquei surpreso com o ídolo do Léo, com a mentira da imunidade da prova do Pires… Acho que essas foram surpresas interessantes. 


Bruna Jones: Como vencedor do programa, você teve a oportunidade de competir em todos os desafios que a produção criou nesta temporada. Dito isso, qual foi a sua favorita? E qual você acha que acabou se superando de alguma forma?
Charles Gama: É interessante falar sobre isso, porque participar de toda a dinâmica do jogo desde o primeiro dia até o último dia é uma coisa que todos os dias eu penso “Caramba! Eu vivi isso do começo ao fim! Meu desafio favorito, eu vou dizer que foi a prova que a gente teve que ficar pendurado, que ficamos eu e o Janaron na final. Eu acho que ali eu me superei muito, ali eu trabalhei meu corpo, minha mente pra poder ficar centrado, focado e ganhar a prova. Sabia que eu ia competir com uma pessoa muito forte que era o Janaron, que era candidato a favorito, aqui fora... Então ali eu acho que eu me superei porque eu não deixei nada me abalar. Eu pensei: “Cara, você só sai daqui quando o Fernando anunciar que você ganhou a prova!” E foi isso eu fiz, me mantive sereno, tranquilo e ali eu acho que eu superei qualquer desafio que eu mesmo tenha proposto pra mim mesmo. Eu me superei na segunda prova que eu ganhei a imunidade, porque eu nunca fiz aquilo na vida e era uma prova totalmente diferente da primeira que a gente fez, que era uma prova de resistência. Era uma prova mais de agilidade, equilíbrio, concentração e eu acho que eu me superei porque eu ganhei a segunda prova seguida, com uma coisa que eu não tenho habilidade, que eu não testava a minha habilidade com isso. Mas eu também acho que eu me superei em muitas outras provas, por exemplo a prova do hambúrguer, a prova que eu disputei com o Ipojucan que eu fiquei em segundo lugar e ele levou… A prova da carta, acho que eu me superei ali também, que o meu braço não me favorecia muito, mas eu consegui disputar até o último minuto com ele. Também na prova com o Clécio, que ele ganha, a prova de resistência que a gente tem que descer os nós das cordas até alguém cair na água… Eu acho que eu me superei até mesmo quando eu não ganhava, porque eu estava sempre ali lutando pela vaga, pelo que a dinâmica do programa estava proporcionando, então querendo ou não, eu acho que eu que eu soube aproveitar mesmo quando eu não ganhava. Na parte da superação, a penúltima prova que o Clécio foi eliminado, eu achei surpreendente porque era uma prova de concentração, equilíbrio e resistência e eu finalizei a prova, eu acho que com 18 minutos e a prova durou mais de 2 horas. Eu acho que eu fui além do que eu tinha me proposto, né? Eu falo antes de sair pra prova que eu estava muito confiante, que eu ia dar o meu melhor como eu fiz sempre e quando chego naquela prova, que eu consigo controlar a mente, meu corpo, equilíbrio, ficar em cima daquele tronco e mover aquelas pecinhas pequenas até montar aquela pirâmide retinha num sol, enfim… Aquilo ali me fez pensar que que dá pra gente se superar e ter sido o primeiro a terminar aquela prova e garantir a minha vaga entre os quatro finalistas me fez pensar: “Caraca, você vai chegar na final desse programa porque você é muito bom no que você se propõe a fazer!” Então eu acho que essa prova me desafiou porque eu consegui terminar. Eu achei que ia ser muito muito difícil e eu consegui fazer ela em pouco tempo com maneira de maneira rápida e com excelência. 

Bruna Jones: Felizmente você se tornou o vencedor da temporada, mas muito além do prêmio em dinheiro, a sua vitória trouxe representatividade de maneiras diversas para o público que estava assistindo e se inspirando para o próximo ano. Como é para você estar para sempre gravado no time de vencedores do "No Limite"?
Charles Gama: Todos os dias quando eu acordo eu penso isso e quando eu não penso alguém me lembra isso. “Cara, você tem noção de que você foi o campeão da edição e que sempre que se falar de No Limite 2022, o Charles foi o cara que levou, o cara que teve uma estratégia boa de jogo, teve uma relação legal com a galera, que ao mesmo tempo tinha a sua aliança e não traiu ela em momento nenhum?” Enfim, isso pra mim é gratificante porque eu entrei no programa com essa intenção… É óbvio que os 24 participantes também entraram, mas por incrível que pareça, parecia eu tinha um jogo desenhado na minha cabeça mesmo sem nunca ter jogado ele. Então pra mim, é extremamente gratificante. Toda vez que eu lembro isso, “cara eu fui o campeão da edição!”, eu abro um sorriso de orelha a orelha porque às vezes nem eu mesmo acredito! 

Bruna Jones: Você avalia a sua experiência no programa como algo positivo? Te trouxe bons frutos a exposição em rede nacional? Faria novamente?
Charles Gama: Com certeza, super positiva minha participação no programa, tive bons frutos. E a exposição em rede nacional, bom, é uma coisa que eu tinha um medo, mas não era um medo que me corroía por dentro, que me fazia ficar preocupado. Quando eu estava gravando o programa eu pensava: “Cara, aqui eu sou o Charles, que vai ser o jogador, deixa a vida lá fora, não vou me preocupar com o que as pessoas vão pensar, com julgamentos, sobre falar abertamente sobre a minha homossexualidade, sobre namorar um cara”. Então, no começo eu tinha um pouquinho de medo sobre isso, né? Sobre como a nossa sociedade, que ainda é muito machista, muito homofóbica, ia receber isso… Mas lá dentro eu não não me preocupava com isso. Eu sou muito certo de quem eu sou, do que eu quero. Então eu só lá dentro eu foquei em mim, foquei no meu jogo. E com certeza eu faria novamente, participaria de novo do mesmo reality se fosse preciso, porque eu acho que foi uma experiência incrível e tem muita coisa pra ser mostrada ainda né? Eu acho que os dois meses de gravação foram poucos. 


Bruna Jones: Nos últimos anos, a “reciclagem” de participantes de reality show virou algo comum na televisão brasileira. Você aceitaria um convite para participar de “A Fazenda” ou “BBB”, por exemplo?
Charles Gama: Acho que tudo depende de como a vida vai sendo levada, né? Por exemplo, do que vai acontecendo nas nossas vidas. Hoje particularmente sim, eu participaria de outros realities se rolasse algum convite, porque eu já estou eu já estou calejado, né? O No Limite deixa a gente calejado para próximos (risos). Então acho que a resposta é sim. Acho que eu acho que eu participaria sim, caso pintasse um convite para para outros realities. Claro que analisando com muita cautela, mas acho que a resposta é sim. 

Bruna Jones: Já estamos quase chegando no final do ano, mas ainda assim, tem alguma novidade vindo por aí? Algo planejado para o próximo ano que possa compartilhar com a gente?
Charles Gama: Então, foi um ano de mudanças, um ano que que querendo ou não, mudou a minha vida. Eu sou estudante de doutorado, então eu jamais pensei em largar minha vida acadêmica, por qualquer coisa. Eu entrei no programa sabendo disso, sabendo que a minha vida poderia mudar, mas que eu queria seguir a minha carreira. Agora mesmo, por exemplo, eu estou na Europa, vim resolver algumas coisas do meu doutorado, aproveitar pra pegar meu diploma de mestrado e começar o processo de validação dele no Brasil. Estou muito empenhado e focado nisso, estou muito feliz também porque tem dois anos que eu me formei no mestrado e nunca consegui voltar para pegar o diploma, porque eu não tinha dinheiro. Então eu acho que pro próximo ano, eu estou muito focado na minha vida profissional. Eu estou animado, estou indo pro meu terceiro ano de doutorado. Espero que as coisas continuem caminhando bem e surpresas vocês vão ficar sabendo aos poucos, conforme elas forem acontecendo eu vou divulgando pra vocês. 

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Um recado que eu queria deixar é primeiramente agradecer pelo carinho, pela torcida, pela confiança da galera que acompanhou o programa, que torceu por mim. Eu acho que é maravilhoso as pessoas me pararem na rua pra falar: “Caraca, você foi muito bom, você fez um jogo excelente, soube equilibrar força, força mental, força física com relações pessoais, sobre administrar tudo pra ser um campeão. Você fez um jogo de um campeão”. Então escutar isso nas ruas, sendo que eu era uma pessoa totalmente anônima, que vivia em Angra dos Reis, ali numa cidade com 200 mil habitantes é muito bom assim, sabe? Porque é isso. É o que eu falei no começo dessa entrevista. Eu fui eu. Eu fui o Charles que é no dia a dia, o Charles dando aula, o Charles acadêmico, o Charles pesquisador e investigador e eu fico feliz das pessoas terem se se identificado com esse Charles, o Charles que lutou a vida toda pra conseguir alguma coisa, que vem de uma vida pobre e que vem de uma realidade social muito difícil mas que conseguiu através do estudo mudar isso, né? E estou mudando até hoje, então o recado que eu queria deixar pra vocês é obrigado. Foi incrível compartilhar com vocês essa experiência do programa e foi melhor ainda poder contar com o voto de confiança de vocês." e quem quiser continuar acompanhando, basta procurar no Instagram por @ele.charles e para contatos profissionais, enviar um e-mail para: contato.charlesgama@gmail.com, beleza?


Espero que vocês tenham gostado, em breve eu volto com mais! Qualquer novidade eu volto, lembrando que quem quiser entrar em contato comigo, pode add no facebook, procurando por "Bruna Jones" e que agora na página oficial do blog, vocês encontram conteúdo exclusivo: clique aqui! Podem também procurar e seguir no twitter e instagram no @odiariodebrunaj certo?

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