terça-feira, 9 de junho de 2020

Bruna Entrevista: 9x44 - Murilo Bispo


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? E o nosso convidado de hoje é um rapaz muito talentoso que participou do "The Voice Brasil" na Globo e hoje conquista o mundo inteiro com a sua música e também está fazendo alguns trabalhos como ator, conversamos um pouco sobre as suas experiências profissionais e muito mais, vocês conferem tudo isso a partir de agora, vem comigo!

Bruna Jones: A grande parte das pessoas que trabalham no ramo musical recebeu influência durante a infância. No seu caso, como e quando foi que a música entrou em sua vida?
Murilo Bispo: Eu vou além. Eu vou te dizer que, na verdade, não é nem só quem trabalha no ramo musical, mas todo mundo recebe uma influência muito grande do que é chamado “berço musical”, e eu tenho uma família que, felizmente, é muito musical. Por parte paterna, eu tenho tios que tinham banda de samba-canção e bossa. O meu pai mesmo foi um cara do movimento “rock 80”, apaixonado por Legião, Barão, Paralamas. Gostava muito de U2. É a banda favorita dele, e eu cresci vendo meu pai tocando. Tocando tanto o violãozinho dele dentro de casa, aqui, quando ele entrava num mood um pouco mais Caetano, quanto fazendo som com meus primos e meus tios, tocando esse rock 80 mais raiz. Do lado da minha mãe, da minha família materna, sempre foi uma salada musical muito grande também. Eu ia pra casa da minha vó, estava tocando Frank Aguiar e, ao mesmo tempo, Roupa Nova, e minha mãe ouvindo Marisa Monte, Adriana Calcanhoto dentro de casa. Então, é uma salada muito boa que eu tenho a felicidade de ter crescido ouvindo. Aos 12 anos... Na verdade, aos 10 anos, eu entrei na minha primeira experiência de estudo musical no instituto aqui em Cruzeiro, na minha cidade, e comecei a estudar guitarra aos 10 anos, pedindo pro meu pai desde os oito... Eu via ele tocando no sofá e falava: “porra, pai, me bota pra estudar, cara”, e ele sempre segurando e falando: “ó, filho, quando eu tiver grana, eu coloco”. Aos 10 anos, eu iniciei meus estudos de guitarra e só fui parar aos dezessete, quando eu fui pra faculdade.

Bruna Jones: Quais são as suas principais referências do mundo musical? Quais artistas você costuma se inspirar para montar seu trabalho?
Murilo Bispo: A minha principal referência é, disparadamente, John Mayer. Tem até um estudo recente da New York Times que diz que, se eu não me engano, é dos 11 aos 13 anos o período da vida em que a gente define o estilo musical que a gente vai abraçar. É o período em que a gente inclusive ouve o hit da nossa vida, segundo esse estudo. Eu tenho, nesse período da minha vida, que foi justamente quando eu comecei a estudar guitarra, eu tenho marcado duas referências grandes. Uma é o próprio John Mayer, que eu recebi um DVD dele de presente no instituto de um baixista que eu tocava junto com ele. Ele disse “ouve esse cara aqui que é a sua cara, cê vai amar”, e, naquele momento, eu estava um pouco perdido. Num dia, eu estava tocando um tema do Chick Corea; no outro dia, eu estava tocando Bon Jovi. Não sabia muito que eu queria, e quando eu vi John Mayer, que eu achei ele A referência e, sem dúvida alguma, ele é o meu maior ídolo, minha maior referência musical, mas, ao mesmo tempo, no colégio estava rolando um movimento pop muito forte encabeçado pelo Felipe Dylon, cara. Felipe Dylon era capa de revista, as meninas babavam e eu ficava louco com aquilo. Comprei disco dele também. Então, foram duas referências muito fortes. Uma referência que era mais blues, mais puxada para um pop rock mais elaborado, e uma outra referência 100% pop, que era do Dylon. Nessa época, nesse período de 11 a 13 anos. Se for considerar artistas que eu costumo ouvir pra inspirar o meu trabalho... Durante muito tempo, eu fiquei muito apegado ao trabalho do John, tentando sugar o que ele tinha de melhor e tentar traduzir isso para minha realidade musical, mas tem novas aparições no cenário musical internacional que têm me encantado muito, que eu tenho usado muito como referência. Um deles é o próprio Shawn Mendes, que escancara também a referência que ele tem de John Mayer, e os meninos do One Direction também, Harry Stiles e Niall Horan. Tenho usado muito o trabalho deles como referência. Nacionalmente, Dani Black é minha grande referência. O Dani é um belo de um guitarrista, um compositor de mão cheia. Canções lindíssimas! Tem uma interpretação, uma estética um pouco mais “MPBista”, que foge um pouco do pop/pop rock que eu trabalho, que eu gosto, de escrever e que eu gosto de cantar. É muito admirável o que ele faz. Por isso, eu absorvo muito do trabalho dele também.


Bruna Jones: Em 2018, você esteve participando do "The Voice Brasil", a maior competição de música do país. O que te levou a encarar esse novo desafio?
Murilo Bispo: Pois é. Em 2018. Eu estava lá na telinha da Globo, participando do “The Voice”. Na verdade, foi uma loucura. Quando eu fiz 17 anos, estava no 3º ano do ensino médio, eu optei por fazer publicidade como ensino superior, como curso, como profissão. Estava super decidido e feliz com a decisão. Achava que era uma profissão que ia me preencher e ia me deixar completo. Durante todo o curso, eu realmente tive essa sensação, mantive essa sensação. Gostei do curso, gostei das possibilidades de trabalho. Comecei a estagiar muito cedo, né? No segundo ano de faculdade, já estava estagiando. Nessa toada de trabalhar, trabalhar, trabalhar, eu vi que a música começou a ficar um pouco apagada na minha vida. Isso começou a me magoar, começou a me entristecer. Tinha uma banda de pop rock na faculdade, mas era uma banda de hobby, e eu nunca tinha me profissionalizado musicalmente. Cara, eu falei: “tô me formando muito novo, com 21 anos. Por que não tentar uma grande virada na minha vida, que vai me levar pra essa vivência musical profissional, que é uma coisa que, de certa forma, sempre foi um sonho resguardado aqui que eu não dei muita atenção. Acho que agora é o momento, agora que eu já tô formado e ainda muito novo”. E me inscrevi no final de 2017, no último dia de inscrição do programa, e rolou. Fui pra audição regional; rolou a audição regional. Fui pras “Cegas”; as cadeiras viraram. E aí fui até a semifinal, carregado pela galera que foi sempre muito carinhosa e teve muita compaixão com meu trabalho. Foi uma experiência muito bonita.

Bruna Jones: Durante a maior parte da competição, fez parte do time do Carlinhos Brown. O que você aprendeu com ele ao longo de sua participação?
Murilo Bispo: Na verdade, nas “Cegas”, eu escolhi o Teló, e logo nas “Batalhas”, que foi a segunda fase, eu fui pro time do Brown. A experiência dela é muito rica por conta da troca com todas as partes do programa, e não só com o técnico. Uma experiência muito rica que eu tive foi de poder trocar com o Vini Rosa e com o Alexandre Castillo, que são dois mega produtores, já produziram muita gente. O Castillo mesmo já fez trabalho com Tiago Iorc, pra uma galera da MPB… Trabalhou com o Skank, se eu não me engano… Então, foi muito rico ter essa troca com os produtores musicais, mais ainda do que com os técnicos porque era uma troca mais direta, uma troca mais “falando a mesma língua” ali sobre os arranjos, sobre as escolhas das músicas e tudo mais. Obviamente, os técnicos vinham pra ser a cerejinha do bolo dessa história toda.

Bruna Jones: Para participar de um reality show, durando ele o tempo que for, os participantes precisam abrir mão de algumas coisas para estar à disposição da produção durante o período de gravação. Você teve que mudar algo na sua vida para participar do "The Voice Brasil"?
Murilo Bispo: Sim, eu tive que abrir mão do meu emprego. Eu já tava trabalhando, como eu comentei. Desde o 2º semestre da faculdade, eu já estagiava. E quando eu me formei, eu fui trabalhar num lugar super legal, já ganhando super bem por conta da jornada que eu tinha construído dentro da faculdade. E quando eu me inscrevi no programa, no final de 2017, eu já fiquei com essa pulguinha atrás da orelha, do tipo: “Cara, será que eu vou ter me dedicar 100% a ele? Como vai funcionar?”. E quando tudo foi acontecendo, eu gravei “Às Cegas”, as cadeiras viraram e eu gravei a segunda fase (porque as duas primeiras fases do programa são gravadas) e também aconteceu, eu voltei pro escritório e falei: “Ó, gente muito obrigado pela oportunidade, mas eu tô com o feeling bom. Tô com a sensação de que esse programa vai ser uma baita porta pra mim. Vou botar 100% a cara nele”. Dedicar meu tempo não só ao programa, mas a entender a indústria musical como um todo porque eu não tinha experiência alguma. Eu era 100% publicitário e nunca tinha me envolvido profissionalmente com a indústria, com o mercado da música em si. Então, eu fiz isso, saí do escritório e acho que foi a decisão mais difícil a ser feita durante o programa.


Bruna Jones: A comunidade que apoia o "The Voice" é enorme, tanto no Brasil, quanto mundo. Como foi ser recebida por esses fãs? Como está seu relacionamento com eles hoje?
Murilo Bispo: Cara, se não fosse o “The Voice”, eu provavelmente não teria a fanbase que eu tenho hoje de pessoas muito próximas, pessoas muito queridas. Eu não receberia mensagens… Na época do programa mesmo, mensagens muito fortes que me fizeram reafirmar que o trabalho artístico é necessário e que ele faz sentido pra mim como o propósito de vida. De pessoas que se sentiram ajudadas pelo simples fato de eu estar cantando uma música que faz sentido pra elas, da forma como eu tava cantando. Então, mudou. Mudou minha vida completamente, de cabeça pra baixo. Eu que era publicitário ali, um moleque, passei a ser o Murilo Bispo. E vários, vários, vários fãs da época do programa ainda me seguem, mesmo com outros trabalhos acontecendo pós programa. Existe uma fanbase bastante forte do “The Voice” que eu trago comigo até hoje.

Bruna Jones: Estamos vivendo nesse momento uma pandemia mundial, e isso, com certeza, modifica um pouco dos nossos planos e rotinas. Como isso interfere no seu dia a dia e na sua carreira?
Murilo Bispo: Cara, sobre a pandemia, eu acho que, obviamente, pegou todo mundo de surpresa, todo mundo de calça curta. A gente realmente acreditou, passou a acreditar que, por mais que a gente faça planos e planos, o importante é viver o hoje, e eu já faço esse exercício há bastante tempo. Então, do ponto de vista de psicológico, eu tô bem. Eu tô administrando bem. Eu tô me dedicando muito a estudar mais um pouco da indústria musical e principalmente produção. Então, é uma coisa que eu não fazia e nunca tinha estudado. Baixei o software, comprei cursos e tô super me dedicando a isso pra conseguir fazer minhas pré-produções dentro de casa, antes de ir pra estúdio. Tá sendo um período de muito aprendizado, de muito crescimento e de fortalecimento das relações, eu acho, né? A gente vai, de certa forma, passar a valorizar mais isso quando tudo voltar ao normal. O maior impacto sobre a carreira, sem dúvida alguma, foi com relação aos lançamentos. A gente tinha um planejamento montado. O ano de 2020 vai ser o ano dos meus primeiros lançamentos autorais mais sólidos, com uma estética que eu tô procurando há algum tempo já, e agente teve que repaginar tudo isso. Então, se for pensar em alguma interferência desse cenário todo no meu trabalho, foi em relação ao crono dos primeiros lançamentos da carreira.

Bruna Jones: No início do ano, você esteve em cartaz no filme “O Melhor Verão das Nossas Vidas”, ao lado de ex-participantes da versão mirim do “The Voice Brasil”. Como foi a sua experiência em frente às câmeras? Havendo novos convites, você estenderia seu trabalho para aparições em mais filmes ou novelas?
Murilo Bispo: Pois é! Em janeiro de 2020, estreou “O Melhor Verão das Nossas Vidas”, um filme teen/adolescente super leve e super musical. A experiência de gravar, de atuar foi incrível. Eu nunca tinha atuado profissionalmente na vida. O máximo que eu tinha tido de contato com a arte da atuação foi no colégio mesmo, com teatro amador. Foi uma experiência linda porque o convite foi feito pro filme muito por conta do viés musical do filme. Eu fui convidado porque as protagonistas eram as BFF Girls, que é um trabalho da Sony Music, que é um trabalho musical, e o personagem do Théo, que é o personagem que eu interpretei, é um personagem muito musical. Tem a música como principal aliada dele no filme. Então, foi uma experiência incrível de conseguir casar essas duas coisas. O trabalho de atuação que eu sempre admirei e nunca tinha tido oportunidade. E no caso de novos convites, super sou da avaliação. Acho que eu ficaria muito feliz de receber o convite, sem dúvida alguma. O trabalho da atuação, nesse momento, não me faz tirar o foco do trabalho musical. Muito pelo contrário. Como eu comentei, “O Melhor Verão das Nossas Vidas” foi um trabalho completar ao meu trabalho musical. Então, se for resumir, eu não deixaria o meu trabalho musical de lado pra um trabalho de atuação, mas convites que consigam misturar essas duas coisas são sempre muito bem-vindos.


Bruna Jones: Algumas emissoras estão apostando em influenciadores para competirem em seus principais realities. Você toparia participar do "Big Brother Brasil" ou de “A Fazenda”, caso houvesse o convite, ou ainda de algum outro reality show?
Murilo Bispo: Olha, essa pergunta... Eu acho que vou adotar o poeta Justin Bieber e falar: “Never say never”, mas acho bem difícil. Não me vejo muito nesse cenário de expor o meu lado pessoal de forma tão escancarada assim. A gente viu o caso da Manu Gavassi nessa última edição do “Big Brother”, que foi um belo de um case. Acho que ela soube super usar da melhor forma a ferramenta, que não deixa de ser uma ferramenta de comunicação ali, mas é muito delicado. Eu tenho muito receio sobre, de novo, ser mal interpretado por algum tipo de ação pessoal, e isso acabar impactando negativamente o meu trabalho profissional, o meu trabalho artístico. Então, por conta desses receios todos, eu acho que eu pensaria mil vezes. Mas, de novo, não vou dizer “nunca” pra nenhuma dessas oportunidades.

Bruna Jones: Existe algum projeto novo vindo por aí? Existe alguma coisa que você já possa compartilhar conosco?
Murilo Bispo: Sim! Existe um projeto novo vindo por aí. É o meu projeto musical. Como eu comentei, esse ano de 2020 vai ser a estreia do trabalho do Murilo Bispo efetivamente acontecendo com a estética que a gente tá buscando, com as canções que escrevi desde muito moleque. Tô trazendo vida pra elas agora. Se eu posso dar um spoiler, a primeira canção que vai ser lançada se chama “Vem Cá”, e é uma canção que já tá no filme. “O Melhor Verão das Nossas Vidas”, interpretada naturalmente pelo Théo, pelo personagem. Também já tá distribuída nas plataformas de streaming numa playlist do filme. Vai ser a primeira canção que a gente vai lançar numa versão de estúdio, super repaginada, super astral, com uma energia lá em cima. Tenho certeza que todo mundo vai gostar.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Bom, primeiro agradecer super o espaço de poder compartilhar aqui as minhas experiências profissionais e pessoais, a minha relação com a música (que é o que eu mais gosto de falar), e deixar um beijo muito, muito, muito, muito grande pra todos os meus fãs que me seguem e me acompanham. Tá todo mundo muito ansioso pra esses lançamentos que vão acontecer esse ano, mas quero dizer que o mais ansiosa nessa história toda sou eu. Pode ter certeza disso. Então, muito em breve, a gente via ter coisa legal de mais pra compartilhar com todos vocês." E quem quiser seguir nas redes sociais é só procurar no Instagram e noTikTok por @mubispo beleza?


Espero que vocês tenham gostado, em breve eu volto com mais! Qualquer novidade eu volto, lembrando que quem quiser entrar em contato comigo, pode add no facebook, procurando por "Bruna Jones" e que agora na página oficial do blog, vocês encontram conteúdo exclusivo: clique aqui! Podem também procurar e seguir no twitter e instagram no @odiariodebrunaj certo?

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