quinta-feira, 26 de março de 2020
Bruna Entrevista: 9x25 - Júlia Mendonça
Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? A nossa convidada de hoje é a queridíssima Júlia Mendonça, que possui um dos canais mais reconhecidos do YouTube no seguimento de finanças e investimentos, além disso, ela também participou do "O Aprendiz" na Band e agora vem conversar com a gente sobre tudo isso e mais um pouco, vem conferir o nosso papo incrível!
Bruna Jones: Hoje em dia, você tem um dos canais sobre finanças e investimentos mais reconhecidos do YouTube. Antes de ingressar nessa plataforma, qual era a sua ocupação?
Júlia Mendonça: Muito obrigado. Bom, eu me formei em Comércio Exterior e trabalhava sempre na parte administrativa de empresas e esse era o meu trabalho. Não era o trabalho que eu gostava, estava bastante infeliz com ele e por isso que eu resolvi mudar de profissão. Aí eu procurei sobre planejamento financeiro e me identifiquei bastante nessa área.
Bruna Jones: Você já confessou que a Júlia do passado não se via trabalhando nesse ramo de finanças e investimentos. Como foi que essa visão mudou? Qual foi o momento em que você se deu conta que essa era a sua vocação?
Júlia Mendonça: Bom, na verdade não é que eu não me via trabalhando nessa profissão porque pra mim, essa profissão não existia. Eu não tinha conhecimento sobre finanças, investimento, eu não sabia nem o que era cheque especial, diferença de débito e crédito... Então não passava na minha cabeça, não era algo por exemplo: "ai Júlia, você se vê sendo atriz?", entende? Não existia essa possibilidade pra mim. Essa visão mudou depois de descobrir que eu era endividada, eu comecei a fazer um planejamento financeiro pra sair das dívidas. Gostei, conversei com muitas pessoas, falei com muitos gerentes, fiz bastantes cursos e me dediquei a essa área. Daí eu gostei, só que quando eu conversava com as pessoas, as pessoas viam em mim uma experiência que elas tinham. Eu achava que era um hobby até então e também eu achava que todo mundo sabia cuidar das finanças do mesmo jeito que eu aprendi. Então, quando eu me liguei disso, eu comecei a me dedicar mais em finanças pessoais e o investimento se tornar uma profissão mesmo.
Bruna Jones: Além de você, algumas outras mulheres também dão dicas sobre esse universos dos cifrões. Você enfrentou alguma dificuldade no início do trabalho virtual por ser mulher, já que existe um estereótipo de que mulher sempre é "gastadeira"?
Júlia Mendonça: Olha, não. Na verdade no começo eu não senti, eu não sei se tinha preconceito e eu ignorava ou nunca dei bola, mas eu não sentia não... Eu falava muito sobre finanças pessoais, falava bastante sobre cuidar das finanças, sobre um planejamento financeiro e não sentia isso. Porque como eu passei na pele, como eu cuidava das finanças de casa, como eu passei por essa mudança na minha vida, então não tinha muito o que duvidar. Eu fiz, eu passei, eu sabia o que eu estava falando e sempre tive segurança, então não senti. Confesso que mais tarde, mais tarde sim, eu senti um pouco mais de preconceito falando mais de investimento, principalmente falando mais de bolsa de valores do que outros assuntos. Porque isso ainda está muito ligado a ser uma coisa do universo masculino e eu sinto que agora as mulheres estão começando a falar mais. Mas, até hoje, eu vejo que se tem um homem e uma mulher falando, sinto que as pessoas vão tender sempre a escutar primeiro o homem e depois a mulher por mais que a mulher seja mil vezes melhor do que o homem. Mas isso é uma coisa que não dá pra abalar, você que tem que aprender a lidar e a trabalhar bem com isso e se posicionar no mercado.
Bruna Jones: No ano passado, você e vários outros influenciadores participaram da 11ª temporada de "O Aprendiz". Como surgiu o convite? Você pensou em recusá-lo, ou sempre esteve disposta a aceitar?
Júlia Mendonça: Eu não sabia que era a décima primeira temporada, eu só pensava em "edição de influenciadores digitais", mas é... (risos). Bom, o convite surgiu em agosto do ano anterior, de 2018, porque o programa ia começar a rodado em setembro. Acabou que não deu pra ser rodado em setembro, sei lá, por contrato, emissora, não sei... E daí eles deixaram em aberto e falaram que no começo do ano voltariam a entrar em contato com as pessoas. Começaram a divulgar nas redes sociais e daí a gente começou a trocar e-mail tipo "E aí? Como estão as coisas?", me chamaram e eu aceitei. Inclusive, eu fui a última vaga a ser composta porque eles já estavam falando com outras pessoas e a minha era a última vaga, devia ser "Finanças" o tema e devia ser o último que eles estavam pensando ali em confirmar. Bom, na hora eu aceitei já, em agosto mesmo eu tinha aceito já na minha cabeça. Só que eu falei com toda a minha família e honestamente, todo mundo foi contra. Ninguém, ninguém, ninguém me apoiou, todo mundo falou que ia ser absurdo, conhecendo a fama do Justus né? Que ia ser muito ruim, isso e aquilo... E eu "não, não, não" e bati o pé. Enfim, depois de muita conversa, a gente ficou naquele "ok, então vamos aceitar" e acabou que passou a data pra janeiro. Em janeiro tivemos de novo essa conversa, só que eu realmente estava muito disposta a ir. E eu falei: "Olha, se eu não for, vou me arrepender pelo resto da minha vida... Posso ser a primeira a sair, posso ser a que vai ganhar, mas se eu não for eu vou me arrepender". Então aceitei sem menores problemas, sem grandes confusões. Mas confesso que a família ficou um pouco relutante sim. Mas depois, claro, foi tranquilo.
Bruna Jones: Estar confinado não é tão fácil como muita gente pensa. Pra você, quais foram os fatores mais complicados de lidar durante o período de gravação de "O Aprendiz"?
Júlia Mendonça: Olha, vou ser bem sincera... O confinamento em si não me incomodava tanto porque a gente trabalhava muito o dia inteiro, então tinham dias que a gente acordava seis da manhã e voltava pro quarto tipo, só dez da noite. Então não era assim algo que você ficasse preso no quarto sem ninguém. A gente sempre estava conversando, sempre estávamos com outras pessoas. O ruim era que você não tem parentes, amigos, familiares pra você trocar ideia, pra você conversar, pra você falar as coisas que estão acontecendo, pra contar o que aconteceu, às vezes por um momento de insegurança, tristeza ou felicidade, você não consegue compartilhar com ninguém. E querendo ou não, você tá num jogo onde você não conhece as pessoas ainda tão bem e tem que tomar cuidado, não sabe como a outra pessoa vai reagir... Então acho que pra mim, o mais complicado foi ter que tomar um pouco mais de cuidado no dia a dia, sabe? Porque qualquer coisa podia ser mal interpretada, qualquer coisa podia ser levada pra sala de reunião, então isso eu acho que foi o mais complicado. Ficar sem celular e sem as redes sociais honestamente não foi nada ruim. No começo foi, tipo um ou dois dias mas depois, nossa, foi realmente na verdade até um alívio não ter que ficar o tempo todo conectada ali.
Bruna Jones: "Você está demitido!" é a frase que todo concorrente não quer escutar na sala de reuniões. O que passou pela sua cabeça quando o Roberto Justus direcionou esse discurso a você?
Júlia Mendonça: Olha, vamos lá, por partes. Eu saí quando fui a líder na quinta prova. E quando eu fui a líder, as coisas começaram a não ser legais assim. A minha prova não achei que estava tão sensacional. Antes de fazer a prova, eu até comentei com a Alice, eu falei assim: "Meu Deus, hoje eu saio!". E passou, a gente acabou, ficou legal, a gente ficou orgulhoso do trabalho. Mas eu não esperava que tivessem tantas cobras atrás de mim, que tinham duas "pessoinhas" ali, - que inclusive formaram casal - que fizeram complô contra mim. E uma dessas pessoas era meu amigo pessoal íntimo, de frequentar comigo, da gente sair em Curitiba pra jantar, frequentar a casa da pessoa... Pouco antes de ir pro programa, a gente se encontrou, saiu junto. Então o que mais foi dolorido foi essa parte da pessoa fazer um complô contra mim, entendeu? E eu que era uma pessoa que estava do lado ali o tempo todo, mas enfim... Mas passado isso, na sala de reunião, essa pessoa era uma pessoa que incomodava muito a equipe assim, porque tinha muitas ideias, muitas coisas, mas não conseguia se concentrar, não dava voz ao outro, era muito complicado. E o discurso do Justus, no dia da minha eliminação foi muito voltado pra outra pessoa. Foi extremamente voltado pra outra pessoa. Tanto que eu tinha certeza que ia ser ele e foi o tempo todo olhando pra ele, falando com ele e tanto que quando ele apontou, ele apontou para ele primeiro e depois pra mim. Eu fiquei meio espantada e falei "Porra, que merda né?", tipo e a pessoa já tinha ido, acho que pra 3, 4 salas, sei lá... Então assim, por conta dessas coisas, por conta de você ter que acordar muito cedo e dormir muito tarde, ser uma pressão, não trabalhar com o que você lida no dia a dia, não poder colocar em prática o que você consegue, o que você sabe... Às vezes ficar ter ficar com um trabalho meio ruim tipo: "Você vai cuidar do financeiro, você vai cuidar de compras...", é uma coisa que você não consegue se expor tanto na prova. Honestamente, foi um alívio pra mim quando ele falou isso. Eu fui grata pela participação, mas é aquilo né? Não era minha vida aquilo, não era um sonho de criança, tipo "Meu Deus, quero trabalhar com o Justus..." sabe, como os outros programas eram. Não era algo que "nossa, preciso desse dinheiro pra pagar as contas de casa". Então quando ele falou isso eu honestamente fiquei chateada, claro, de não poder continuar e não conseguir colocar em prática coisas que eu gostaria de fazer mais no jogo, me posicionar melhor... Mas também foi um alívio de conseguir, tipo "ok, vim, fiz", não acho que fosse o melhor formato pra mim e tudo bem, segui adiante.
Bruna Jones: Como profissional, quais foram os aprendizados que você carregou de sua experiência no programa? Trabalhar com o Justus te trouxe algum?
Júlia Mendonça: Bom, como profissional não. Trabalhando em finanças, não me levou a nada, honestamente. Assim, falando só da parte de finanças e investimentos, nada. Inclusive a única coisa que o pessoal achava que eu podia fazer era cuidar do caixa da empresa. Não o pessoal, mas acho que todo mundo se posicionava assim, com poucas atividades porque era muita gente na verdade, no começo né? Nossa equipe também ganhou mais que a outra equipe, então a gente ficou com muita gente ainda na equipe. Eu acho que uma coisa que eu sempre carreguei comigo, não só no lado profissional, foi esse negocio de justiça, sabe? De ser justo com todo mundo, de ser correto com as pessoas, de não precisar magoar o outro gratuitamente... Foi um dos motivos que eu não levei inclusive a Alice, porque as pessoas falam: "Você tinha que ter levado a Alice que ela sair fácil, que absurdo...". Depois que eu saí que vieram me falar isso. Caramba, a Alice era a pessoa que me deixava tranquila lá dentro, então eu preciso ser justa e não posso tirar alguém que me dá tranquilidade, entende? Não posso tirar alguém e deixar alguém que me incomoda, que me perturbava e tirar outra pessoa que não, só por causa de jogo. Então eu sinto que eu fui muito justa e isso foi o que eu levei. E se trabalhar com o Justus me trouxe algum aprendizado? Não... Na verdade eu mal falava com ele, a gente se encontrava nas provas só, na sala de reunião. A gente nem conversava muito com ele, fui almoçar na casa dele e tal, mas dele mesmo não. Ele tem bastante conhecimento de mercado e tal, mas é tudo muito rápido ali né? Enfim, dele mesmo não conseguiria te dizer algo que "Nossa, levei do Roberto Justus isso para a vida".
Bruna Jones: Uma nova temporada foi confirmada para o ano de 2020. Se você pudesse dar alguma dica para os próximos participantes, qual seria?
Júlia Mendonça: Não participem (risos). Não, eu acho que o negócio é que você tem que entender que você tá entrando sim em um reality show. É um reality show! Você tem que entender o que é que cada participante tá representando lá dentro, como você quer se posicionar e como você quer ser visto dentro e fora do programa. Você tem que às vezes ser um pouquinho "fominha", às vezes ser um pouquinho chato e grosseiro, tem que se posicionar mais do que o que você se posicionaria na sua vida normal, no cotidiano. Porque se não, você vai acabar às vezes passando por despercebido ou alguém que não faz nada, mesmo você tendo um papel importante, fundamental por trás. Às vezes por ser um reality show, isso não acaba aparentando tanto e apresentando tanto, sabe?
Bruna Jones: Algumas emissoras estão apostando em influenciadores para competirem em seus principais realities. Você toparia participar do "Big Brother Brasil", caso voltasse a confinar famosos, ou de algum outro reality show?
Júlia Mendonça: Olha, quando eu saí do programa, do "Aprendiz", eu fiquei magoada assim, de não conseguir mostrar o que eu queria e que na verdade o que eu mostrei não foi uma coisa tão legal, porque uma coisa é o que eu era e o que eu fiz lá dentro e outra coisa é o que passa na edição, que é muito diferente. E eu sei o quanto eu era uma pessoa solicita, o quanto eu era uma pessoa que conversava com as pessoas, que dava risada e tal... E quando você vê uma edição, que óbvio, vai favorecer sempre quem vai ficar mais na prova do que quem saiu, né? E quem vai ganhar o programa do que quem já foi. Então isso me magoou bastante, porque me deixou com aquele sentimento de que eu não consegui mostrar o que eu queria, não consegui mostrar minha personalidade. Eu acabei passando uma imagem, principalmente na edição de quem eu não era. Eu não gostei, então na hora eu pensei, sim, iria participar, se tivesse pay per view, mas hoje olhando, de jeito nenhum. Não participaria, ainda mais que eu vi agora o Big Brother, acompanhei um pouco pelas mídias sociais, não pela TV, muito menos pelo pay per view. E você acaba tendo uma visão muito errada das coisas e das pessoas e é muito difícil você ficar confinado, sair e ter um mundo lá fora querendo, às vezes sabe, "pegar teu couro" porque você falou uma ou outra frase num tom que as pessoas de fora entenderam errado, enfim... Eu hoje não voltaria e acho que é muito difícil. A chance de você se queimar e de não dar certo é gigantesca, então eu não voltaria. Prefiro empreender em outras coisas.
Bruna Jones: Você tem alguma novidade pra nos contar? Há algum novo projeto que você poderia compartilhar conosco?
Júlia Mendonça: Sempre tem coisa acontecendo né? Sempre tem por exemplo um livro que eu estou escrevendo, um curso que eu estou fazendo, um novo posicionamento que eu estou tomando... Mas é muito complicado pontuar isso assim. Eu costumo falar bastante as coisas que eu estou fazendo, que tão vindo por aí... Mas agora assim o que eu posso adiantar é que em breve, não agora... Agora eu estou lançando semana que vem meu curso, mas em breve vai sair um novo curso, uma coisa nova, que eu não lancei antes. Estou voltada pra levar a pessoa do 0 aos primeiros 100 mil reais da pessoa, pra ela aprender a cuidar melhor da grana, aprender a investir mais. Então a minha ideia hoje é ajudar essas pessoas que estão à deriva, que tão começando a juntar dinheiro, tão começando a ter objetivos mas não conseguem visualizar isso, não conseguem colocar em prática. Querem comprar uma casa ou trocar o carro e não tem dinheiro pra isso, acha que tudo é muito longe... Essa é a ideia hoje que eu estou tendo. Mas poder te dizer uma novidade pontual, é meio complicado.
Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ela ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Pessoal, gostaria de agradecer muito sempre o carinho de todo mundo. Eu entendo que um reality show jamais pode ser o que é a sua vida, o briefing da sua vida. Eu entendo que os seguidores são muito importantes em momentos legais e principalmente ruins para o influenciador. Todo mundo passa por altos e baixos e é legal tá ali do lado pra dar um suporte pra pessoa que você gosta, porque afinal a pessoa tá fazendo o trabalho dela, gastando energia e tempo dela pra trazer o melhor conteúdo pra vocês. Então é muito legal receber o carinho do outro lado. Só agradecer mesmo. Podem me chamar em qualquer das redes sociais, principalmente no Instagram, que é mais fácil pra eu visualizar e responder. Bora enriquecer também né? Que essa a minha frase, (risos)..."
E se quiserem encontrar ela nas redes sociais, olha só: "Vocês podem me encontrar sempre como Júlia Mendonça (YouTube), Instagram: @juliamendoca.financas, Twitter: @jufinanças, Facebook: Júlia Mendonça - Finanças e Investimentos, site: clicando AQUI, escrevo pro site do UOL, no blog Descomplique, meu livro "Bora Enriquecer", podcast "Dinheiro Não é Problema" em todas as plataformas."
Espero que vocês tenham gostado da entrevista de hoje, em breve retornarei com novidades. Continuem acompanhando o blog para não perder nenhuma entrevista nova e nem os nossos projetos com o "BBRAU". Lembrando que quem quiser continuar acompanhando mais nas redes sociais, basta procurar no Facebook, Instagram e no Twitter por @odiariodebrunaj, combinado?
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EU AMO UMA ENTREVISTA <3
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