terça-feira, 26 de maio de 2020

Bruna Entrevista: 9x40 - Apolo Anton Ohno


Olá, olá... Tudo bem, queridos leitores? Então que hoje é dia de conferir mais uma entrevista inédita aqui no blog, olha que bacana? O nosso convidado de hoje vem diretamente das estrelas, estou falando do patinador Apolo Anton Ohno que participou duas vezes do "Dancing with the Stars" sendo que levou o troféu pra casa em uma delas, olha que chique? Conversamos um pouco sobre a sua carreira e a experiência no reality show, deu para ficarem um pouco curiosos? Então, vem comigo!

Bruna Jones: Aos 13 anos, com o apoio de sua família, você se tornou a pessoa mais jovem a ser admitida no Centro Olímpico de Treinamento de Lake Placid. Como você se interessou pela patinação de velocidade em pistas curtas?
Apolo Ohno: Eu vi a patinação de velocidade em pistas curtas quando tinha 12 anos e foi nesse momento que eu vi um esporte que parecia estranho a mim, já que eu não entendi como era possível que aqueles atletas estivessem correndo por aí vestindo o que pareciam ser roupas de super-heróis, num ringue de gelo patinando com espadas samurai de 45 centímetros, então esse foi meu primeiro interesse nesse mundo da patinação de velocidade. Felizmente, eu cresci numa casa com um pai solteiro que me criou a vida toda e via o esporte como um maravilhoso catalisador para eu crescer, aprender sobre a vida, aprender como vencer e perder e também como me planejar tendo disciplina, trabalhando duro e todas as coisas que precisamos na vida para ter sucesso.

Bruna Jones: Em 2007, você se juntou ao elenco da quarta temporada de "Dancing with the Stars", competindo ao lado da querida Julianne Hough. O que o levou a aceitar esse novo desafio? Antes desse convite, você teve algum contato com a dança em sua vida?
Apolo Ohno: Eu diria que cresci pensando que sabia dançar e não tinha a menor ideia de onde estava me metendo. Não sabia nada sobre o “Dancing with the Stars” ou sobre o programa, ou o que seria preciso de mim numa perspectiva de comprometimento, e sou muito feliz que fiz tudo isso. Eu e Julianne Hough acabamos vencendo aquela temporada e foi um cenário incrível. Quando eu aceitei em ir ao programa eu me lembro de falar para meus agentes “se eu for ao programa vocês sabem que eu preciso vencer, certo?” e eles estavam rindo, dizendo “não é como se você tivesse controle disso”. O que eu fiz foi ter a mesma ética de trabalho e mentalidade da minha vida e apliquei naquela competição de dança. Eu aprendi muito. Em uma das danças, o samba, foi a primeira vez que conseguimos o 10 perfeito, conseguindo nota 10 de todos os três jurados, e eu acho que foi essa que conquistou os corações e as mentes do público americano.


Bruna Jones: Como sabemos, a rotina do reality show é intensa, com vários dias de ensaios para enfrentar um ao outro antes mesmo de fazer sua apresentação aos três juízes da competição. Ainda assim, felizmente, você foi o campeão da sua temporada. Como foi para você enfrentar todos esses passos? Houve um tempo em que você acreditou que não conseguiria realizar o projeto?
Apolo Ohno: Em várias vezes eu não sabia qual seria o resultado, em que estava incerto sobre que tipo de notas receberíamos, e pude reconhecer que não teria sempre controle sobre o que aconteceria. O que eu podia controlar eram quantas horas teríamos de trabalho duro, o quanto nos conectávamos enquanto dançávamos, o quanto eu poderia tentar e dar de mim mesmo para essas danças. Como você sabe, dança é algo emocional, é sobre conexões, energia, diversão, fluidez, então não é tão mecânico como um esporte como patinação de velocidade em pistas curtas, no qual eu cresci. Tem muita energia e emoção associadas a ela, então você está sorrindo, fazendo o pasodoble ou uma dança de salão, como a valsa, e precisa ser firme e orgulhoso, quase robótico. E há as danças latinas, cheias de energia, de chamas e de personalidade, então você precisa demonstrar essas emoções. Isso foi uma dificuldade para mim no início porque eu trabalho e opero em um ambiente em que não precisava demonstrar emoção, podia fazer tudo sem nem ao menos sorrir, mas eventualmente tudo ficou bem. 

Bruna Jones: Ao longo de tantos anos como patinador, você ganhou inúmeras medalhas de ouro. O sentimento de vitória no esporte é semelhante ao sentimento de ganhar o "Dancing with the Stars"?
Apolo Ohno: Eu não diria que é semelhante, mas todo mundo ama vencer. “Dancing with the Stars” foi um desafio novo e algo ao qual eu não estava acostumado e, por causa disso, eu não tinha ideia do que esperar. Para mim o jogo real não está no seu físico, mas na sua mente, e se você consegue dominá-la e continuamente continua a crescer, tudo é possível.

Bruna Jones: Em 2012, você voltou à competição, tornando-se um dos membros do elenco da edição "All Stars". Olhando para essas duas temporadas, em qual delas você estava mais orgulhoso de sua performance? Se você pudesse retornar novamente, quais seriam as lições aprendidas nessas duas oportunidades anteriores?
Apolo Ohno: Eu tenho orgulho de ambas, mas é claro, eu venci a primeira vez em que participei do programa com a Julianne Hough e tive uma parceira de dança diferente na segunda vez. Se eu pudesse voltar novamente, a primeira oportunidade foi uma experiência incrível, eu não mudaria nada nela. Na segunda vez, eu passaria muito mais tempo me conectando e entendendo minha parceira. Nós não tínhamos a mesma química natural que eu tinha quando dancei com a Julianne na minha primeira participação, então foi muito mais uma abordagem baseada em esforço para construir essa química e o relacionamento para que dançássemos e fossemos o nosso melhor.


Bruna Jones: Infelizmente, nesta nova oportunidade, você sentiu a sensação de ser eliminado da atração. Como campeão você sentiu que havia uma carga maior em suas performances semanais?
Apolo Ohno: Eu acho que todos foram julgados de uma maneira elevada para que tivéssemos que superar os desafios e infelizmente não conseguimos ir até o fim, mas mesmo assim acho que fizemos um trabalho muito bom. Fomos até as semifinais e eu fiquei feliz com nossa performance.

Bruna Jones: Vários programas de TV já realizaram spin-offs com celebridades concorrendo. Entre "Survivor" e "The Amazing Race", ou qualquer outro que você conheça, há uma chance de vê-lo novamente em uma atração desse tipo?
Apolo Ohno: Nós estamos trabalhando em um programa de TV nesse momento. Ele não tem nada a ver com outros dessa intensidade, mas é com minha noiva, então eu vou deixar vocês saberem quando fizermos isso.

Bruna Jones: Você já visitou nosso país antes? Gostaria de nos visitar algum tempo após o final da pandemia de Covid-19?
Apolo Ohno: Eu nunca estive no Brasil e absolutamente adoraria ir ao seu país. Eu voltei para a escola de administração no ano passado na Universidade da Pensilvânia de Wharton e um dos participantes nos jogos olímpicos de 2018, no Rio, era um executivo no meu programa de liderança chamado Carlos, que vive e trabalha em São Paulo. Eu adoraria ir, aprender e conhecer sua cultura, comer sua comida, ver as pessoas... Obrigado por me convidar!


Bruna Jones: Já que mencionamos esta questão, como essa pandemia global afeta sua vida profissional e sua vida diária? Quais foram as mudanças necessárias para sua prevenção?
Apolo Ohno: Eu penso que essa pandemia global está afetando minha vida profissional e minha vida pessoal de várias maneiras. Mudou o jeito que opero e trabalho. Eu trabalho com muitas companhias e organizações ensinando a elas sobre mentalidade. Ensino seus times, colegas de trabalho e empregados sobre como podemos ter e cultivar táticas, ferramentas e estratégias para que possamos desbloquear nosso potencial interior. Eu acredito que nós como seres humanos ainda não chegamos a nossas melhores versões, então eu quero ajudar pessoas a serem e reescreverem suas histórias de super-heróis. Antes eu fazia isso pessoalmente em frentes a audiências de mil pessoas, agora fazemos tudo digitalmente. Vem sendo uma grande mudança, eu não tenha viajado muito. E agora estamos usando máscaras, as pessoas não estão saindo de casa com frequência, então eu penso que o mundo mudou e continuará mudado por um longo tempo. Nós como seres humanos precisamos nos adaptar: ainda precisamos trabalhar, ainda precisamos ter um meio de fazer e concluir as coisas, ainda precisamos passar por esse processo, mas o meio que interagimos, seja digitalmente ou seja numa distância de dois metros, é desafiador, porque eu sei que culturas como a sua e muitas outras no mundo abraçam o contato humano, a energia de abraçar uns aos outros, apertar as mãos e estar próximos. Para mim, isso é ser humano. Agora que não podemos fazer isso, tem sido difícil, então muito do que estou ensinando a essas organizações e companhias é sobre esse nível de incerteza, sobre como podemos ser as melhores versões de nós mesmos e o que podemos fazer diariamente para atingirmos isso.

Bruna Jones: Há novos projetos chegando? Existe algo que você já possa compartilhar conosco?
Apolo Ohno: Sim, estou escrevendo um livro sobre a transição do mundo olímpico para o normal, podemos dizer. Essa perda de identidade e ter que me adaptar e me reinventar várias vezes. Além disso, estou bem focado nesse programa digital de mentalidade, que é chamado de “The Gold Medal Mindset” e é para qualquer um procurando melhorar suas trajetórias de vida. Nós não podemos regular tudo que acontece, às vezes nos deparamos com situações que não conseguimos controlar, mas quando aprendemos que nosso cérebro não está em um estado fixo, ele sempre pode continuar a amadurecer, aprender, se adaptar, se reinventar e religar. É aí que tomamos de volta o controle do nosso destino e é nisso que quero ajudar as pessoas, essa é uma missão de vida. Temos trabalhado bastante no meu site, vamos continuar a escrever novos blogs, fazer novos vídeos, farei um podcast mais para o final do ano e temos também outros novos projetos vindos por aí sobre meditação e atenção.

Bacana a nossa conversa, não é mesmo? E ele ainda deixou um recadinho antes de ir, olha só: "Para todos vocês que estão visitando e são leitores desse blog, além de todo o público brasileiro, obrigado por esse tempo, por essa entrevista. Realmente espero que vocês e suas famílias estejam seguros, e caso contrário, façam o que puderem. Tem algo que eu chamo de “cinco princípios dourados” e eu espero que vocês consigam adotá-los. O primeiro é gratidão, o segundo é dar, o terceiro é garra, o quarto é aumentar suas expectativas e o quinto é entrar em ação. Eu começo meu dia com esse processo, com o primeiro princípio sendo gratidão. Grato por onde estou hoje, pelas coisas que tenho, pelas coisas que não custam dinheiro, que nós apenas temos, sendo pessoas, tendo energia e podendo nos conectar, seja digitalmente, pelo telefone ou à distância. O segundo é dar, dar a você mesmo uma oportunidade de ter sucesso, dar a você mesmo um tapinha nas costas, dar aos outros o mesmo nível de respeito que você quer e dar a eles um elogio, dar às pessoas conselhos, levantando-as. O terceiro é garra, você tem que ter essa mentalidade de aperfeiçoamento, afinal, a vida é difícil, é desafiadora, mas ela pode ser bela, enriquecedora. Você pode não estar feliz em todos os momentos e está tudo bem. Quando você reconhece isso e muda a percepção de como encarar os problemas para torná-los em oportunidades, é aí que a sua vida vai mudar. O quarto é aumentar suas expectativas, ampliando as suas próprias expectativas pessoais e assegurando que o que você tem agora é o novo padrão e algo com o qual se importa. As pessoas me perguntam “Apolo, como você competiu em todas aquelas Olimpíadas, não enjoou delas?”, bom, foram minhas expectativas pessoais de que aquilo é o que eu faço, é quem eu sou. Trabalho duro é parte da minha identidade, então quando você é capaz de correlacionar traços de personalidade muito positivos e ligá-los à sua alma, à sua existência, as coisas começam a mudar e a ir a uma direção positiva. E o quinto, que é ir, entrar em ação, e isso é interessante, porque falamos sobre todos esses elementos de mentalidade, sobre esses cinco princípios dourados, você reuniu toda a informação, você fez sua análise, você se preparou, e agora é a hora de dar um passo adiante. Se você está dançando, você aprendeu a dançar e está na hora de se apresentar. Chegou o momento de agir, não ter medo do fracasso. Não se paralise com esse medo e se permita entender que essas são emoções humanas naturais e que essas coisas acontecem. Entretanto, você tem controle do desfecho, não dele todo, mas do seu processo até chegar a ele. Então lembrem-se, processo antes do prêmio, aja!"


E para quem quiser continuar acompanhando ele nas redes sociais, basta procurar no Instagram por @apoloohno, no Facebook é ApoloOhnoOfficial, no Linkedin é Apolo Ohno e claro, no Twitter é só procurar por @ApoloOhno, beleza?

Espero que vocês tenham gostado, em breve eu volto com mais! Qualquer novidade eu volto, lembrando que quem quiser entrar em contato comigo, pode add no facebook, procurando por "Bruna Jones" e que agora na página oficial do blog, vocês encontram conteúdo exclusivo: clique aqui! Podem também procurar e seguir no twitter e instagram no @odiariodebrunaj certo?

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